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A fila deste ano acabou com a paciência do caminhoneiro Alceu Ferrarini, que tem 50 anos de estrada. Ele garante que está encerrando seus fretes para o Porto de Paranaguá. “Esta é a última carga que eu trago. Não tem condições de trabalhar dessa forma. Este está sendo o pior ano em Paranaguá.”

Silmar Spanhol reclama dos riscos que o motorista corre ao ficar parado na fila, sem qualquer infraestrutura. “Levamos multa da polícia, sofremos assaltos, saques na mercadoria e danos no caminhão.” A reclamação quanto à falta de segurança é comum entre os caminhoneiros. “Provavelmente vou conseguir chegar ao pátio só amanhã à tarde. A única coisa de que eu tenho certeza é o risco que corro até chegar lá”, disse Flávio Balzan, que às 13 horas de ontem era o último da fila, então com 20 quilômetros.

A solução, segundo Jeferson Morales, é não tirar o olho do caminhão. “Eu viajo sempre junto com meu pai. Nós colocamos cadeados e tampas no caminhão para impedir a retirada dos grãos. Enquanto um dorme, o outro toma conta da carga.”

Mas o fim da fila não significa o fim da espera. Jair Sbabo ficou 15 horas na fila para entrar no pátio de triagem do porto, mas o descarregamento de seu caminhão só foi liberado seis dias depois. “Esta época é muito boa em termos de frete. Eu poderia estar ganhando comissões de outras cargas enquanto fico parado na fila”, explica o motorista, que trabalha para uma transportadora. Segundo ele, o dono da carga gastou cerca de R$ 3 mil com o pagamento da estadia no pátio, e a transportadora perdeu em torno de R$ 8 mil, por ficar com o caminhão parado.

Fonte: Gazeta do Povo