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Governo mantém proposta de reajustar mínimo para R$ 545 em 2011.
Aumento maior seria ‘incongruência’ em ano de corte de gastos, diz ele.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (15), no plenário da Câmara dos Deputados, que o governo não tem condições de dar um aumento do salário mínimo para um valor acima dos R$ 545 propostos pelo Executivo. As centrais sindicais, que vinham buscando um aumento para R$ 580 neste ano, baixaram sua proposta para R$ 560.

“Não podemos dar um aumento maior. Seria uma incongruência darmos um aumento superior a R$ 545 sem recursos para viabilizar, visto que não estava previsto no orçamento”, disse ele, que participa de debate sobre o reajuste do salário mínimo com os parlamentares e centrais sindicais.

Mantega lembrou que o governo se comprometeu a cortar R$ 50 bilhões do orçamento federal neste ano como forma de ajudar no controle da inflação e, com isso, evitar aumentos maiores da taxa básica de juros. Segundo ele, um valor mais alto para o salário mínimo poderia contribuir para o crescimento da inflação no país.

Um aumento do salário mínimo para R$ 580, segundo cálculos da área econômica, geraria gastos extras de R$ 10,5 bilhões e, para R$ 600, de R$ 16,5 bilhões em 2011 – recursos que seriam injetados na economia. “Portanto, vejam que o impacto é grande. Temos uma limitação de ordem orçamentária e do ponto de vista da confiança que a sociedade deposita nos acordos que fazemos e que devem ser cumpridos”, declarou ele.

‘Governo vai cumprir corte’
Mantega disse ainda que há pessoas que criticam o governo, pois não acreditam no corte prometido de R$ 50 bilhões no orçamento de 2011. “O governo vai cumprir o corte. Se começarmos discutindo os R$ 545 do salário mínimo, podem pensar que vamos mudar outras despesas. Há várias despesas que estão sendo discutidas”, disse ele.

O ministro da Fazenda lembrou do acordo fechado com as centrais sindicais para o reajuste do salário mínimo, que contempla a variação da inflação do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes. Com essas regras, o salário mínimo subiria para R$ 542 neste ano, mas o governo arredondou o valor para R$ 545.

“Para 2011, queremos cumprir o acordo anterior. A regra está dada. Acordamos essa regra.  Com esta regra, em 2012, haverá um grande aumento do mínimo, de 13% ou 14%, o que levará o mínimo para R$ 616. Portanto, o que estamos propondo nao é nenhuma inovação”, disse Mantega.

Segundo ele, seria “desaconselhável” mudar esta regra em 2011. “Estamos propondo que se aplique a regra e que, em 2011, o salário mínimo seja de R$ 545. Não podemos dar um aumento maior. É muito ruim para todos que a gente descumpra um acordo. Significa que outros acordos não sejam cumpridos. Isso gera desconfiança e insegurança”, acrescentou o ministro.

Guido Mantega concluiu sua exposição inicial dizendo que a “melhor solução” para manter o crescimento econômico do país, com geração de empregos, melhoria da vida dos trabalhadores, estabilidade no país e inflação baixa, é a correção do salário mínimo para R$ 545.

Fonte: G1/Globo.com