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As mulheres da classe C deixaram de ser coadjuvantes no processo de compra e conquista de consumo e passaram efetivamente a decidir o que fazer com o dinheiro próprio e o do marido. Atualmente, a maioria dos homens (82%) admite que a mulher administra o orçamento doméstico e 77%, que elas decidem, inclusive, as peças íntimas que eles vestem. Os dados são da pesquisa ”As Poderosas da Nova Classe Média Brasileira”, divulgada ontem e realizada pelo Instituto Data Popular em parceria com a Editora Abril no segundo trimestre deste ano, com a participação de 30 mil pessoas de todo o País, sendo 18.356 mulheres. 


O poder de compra das mulheres da classe C mudou e a influência dela sobre o dinheiro do companheiro aumentou. Além de administrar o próprio salário, elas passaram a decidir sobre o dos demais membros da casa que contribuem financeiramente. O sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, explica que a mulher passou a ser vista e reconhecida na família, inclusive pelos maridos, como a pessoa capacitada para gerir o orçamento e agradar o interesse de todos da casa. De acordo com ele, isso é fruto de um processo que ocorreu nos últimos 15 anos e se materializou fortemente nos últimos dois anos. 


”A mulher já mandava com o dinheiro do homem, agora, com o seu próprio dinheiro ela manda ainda mais”, afirma. O estudo aponta que a cada R$ 100 da família da classe A, apenas R$ 25 vêm do trabalho da mulher, já na classe C, R$ 41 são oriundos do trabalho dela. 


Segundo Meirelles, outro fator que influencia para esse cenário é a mulher da classe C estudar mais que os homens, ao contrário da A. Conforme a pesquisa, no comparativo com as demais classes sociais, as poderosas da nova classe média são as que mais estudam no momento atual: 41,9% ante 40,1% das A e B e 38,5% das classes D e E. 


As ”poderosas” da nova classe média brasileira também dão mais valor às marcas do que davam há cinco anos. O sócio-diretor do Data Popular esclarece que a marca é mais importante para a classe C por funcionar como um aval de qualidade, ”visto que elas não podem errar na compra”. Também é mais importante para a classe média porque para a classe A, quando outra pessoa tem um produto da marca, ele perde o valor. 


No segmento de alimentação, por exemplo, 52,8% das mulheres da classe média dão maior importância às marcas. Na parte de beleza, elas optam por produtos que tenham melhor custo benefício: 80,7% preza mais a qualidade do que o preço; 9,2% mais o preço do que a qualidade; 9% apenas a qualidade e 1,1% apenas o preço. O estudo confirma que as mulheres da classe C dão mais valor às marcas dos produtos de beleza que há cinco anos. 


Se comparadas com os homens da classe C, as mulheres da mesma camada estão mais ligadas às marcas de roupas; 60,2% delas estão atentas às grifes, contra 56,8% dos homens. Em relação às demais classes, elas são as que mais se inspiram nos modelitos das famosas. Mais de 80% das mulheres da classe média seguem as tendências, sendo que nas classes A e B são 74,9% e nas D e E 76,1%. 

Mudanças no bolso 


Ainda segundo a pesquisa, o público feminino da classe média está mais educado em finanças: 72% se dizem cuidadosas com dinheiro e 71% planejam antes o que vão comprar. Além disso, elas passaram a criar o próprio crédito, poupando para urgência e para pagar à vista e vendo o crédito como segurança em imprevistos. Outra notícia é que as mulheres da classe C preferem fazer menos prestações e optam por compras parceladas apenas em desembolso maior.


Aline Vilalva