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Com alto índice de renovação, o Senado que sai das urnas apresentará crescimento das bancadas do PMDB e PT, mas também consolidação do perfil mais moderado de seus representantes. A bancada do PT pula de 8 para 14 senadores e terá agora integrantes de perfil técnico e com atuação política forte nos bastidores.

Na prática, os eleitores deram um recado claro no último domingo. Desejavam mudar a cara do Senado, marcada por escândalos nos últimos anos, com gastos irregulares e secretos. Além disso, o excesso da presença de suplentes como titulares também desgastou a imagem da Casa e fez os eleitores darem 33 das 54 vagas em jogo para candidatos que nunca haviam ocupado uma cadeira no Senado.

Essa mudança de perfil fica clara na análise da nova bancada do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se nas legislaturas passadas os parlamentares petistas tinham como principal marca a combatividade na atuação dentro do plenário, especialmente quando o partido era oposição ao governo federal, agora, depois de quase oito anos de administração de Lula, elegeram-se senadores com maior poder de articulação.

É o caso da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, do ex-governador do Acre Jorge Viana e do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa (PE). A eleição de Costa garante sua reabilitação política junto ao eleitorado, depois de ter deixado o ministério por conta da repercussão política do chamado escândalo dos Sanguessugas, envolvendo compras superfaturadas de ambulâncias.

No bloco técnico, o PT passa contar com José Pimentel (CE), que deixou o Ministério da Previdência Social para ganhar uma vaga de senador, e com a paranaense Gleisi Hoffmann, casada com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Além disso, o ex-deputado baiano Walter Pinheiro chega ao Senado com a credencial de especialização nas áreas de telefonia, comunicação e agências reguladoras.

Governistas

Nos outros partidos governistas, o tom moderado também se acentuou. O PTB conseguiu eleger o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro, que foi o senador mais votado em Pernambuco. No Distrito Federal, o PSB elegeu o líder da bancada de deputados, Rodrigo Rollemberg, para um posto no Senado. Durante os últimos dois anos, Rollemberg foi um dos principais articuladores da base governista nas votações da Câmara.

Ciro Nogueira (PP-PI) também chega ao Senado depois de passar vários mandatos ocupando cargos na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Muito próximo do governo federal, recebeu apoio decisivo para sua campanha diretamente do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A ampliação da bancada do PMDB de 17 para 19 senadores também agrega parlamentares com estilo mais de negociação. Nessa bancada de articuladores aparece o ex-ministro da Previdência Social e ex-líder da bancada do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira, candidato mais votado no Ceará. Além dele, o ex-governador do Amazonas Eduardo Braga é outro que estreia no Senado, reconhecido por sua capacidade de negociação com o governo federal na captação de investimentos para seu Estado.