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Governo e centrais sindicais terão nesta semana a primeira rodada de negociação sobre o valor do salário mínimo no governo Dilma Rousseff. Apesar de ter sido fixado, no fim do governo Lula, em R$ 540, e já estar sendo pago, o valor ainda será revisto. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o piso salarial subirá para R$ 545 a partir de 1º de fevereiro. Mas as centrais querem R$ 580.

O governo sabe que será difícil manter os R$ 545 e, por isso, nos bastidores da área econômica já se fala em chegar a R$ 550. No entanto, a ideia é deixar a negociação para o novo Congresso, que começa os trabalhos na semana que vem. Enquanto isso, o encontro marcado para a quarta-feira com o ministro-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, será uma tentativa de afago às centrais, que reclamavam da falta de diálogo.

O presidente da CUT, Artur Henrique, já tinha dito, na semana passada, que a presidente Dilma Rousseff está cercada de economistas que querem implantar a “agenda dos derrotados nas urnas”, com uma política de ajuste fiscal. A declaração foi uma crítica indireta ao ex-governador José Serra (PSDB), que concorreu com Dilma à Presidência. “O mínimo é um poderoso instrumento para ela cumprir a promessa de erradicar a pobreza até 2014. Para isso, tem que ter aumento real”, disse ele.

IR

A pauta que será levada pelos representantes dos trabalhadores para o ministro inclui, além do reajuste do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) e a criação de política permanente para aposentados que ganham mais que o piso salarial. “Definimos sexta-feira em reunião da Executiva que queremos discutir toda a pauta. Não queremos desmembramento’’, disse Quintino Severo, secretário-geral da CUT. Segundo ele, se não houver correção da tabela do IR, os ganhos reais obtidos por várias categorias nas negociações salariais em 2010 “não ficarão no bolso dos trabalhadores’’.

As centrais pedem 6,45% de correção da tabela do Imposto de Renda para este ano. O governo, no entanto, não fez nenhuma sinalização até agora. De acordo com as centrais, as informações que chegam pela imprensa são de que não haverá correção. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, tem afirmado que a não correção da tabela do IR vai gerar perdas de R$ 5,7 bilhões aos trabalhadores. “Cuidado, Dilma. O FHC (referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) começou assim, não corrigiu a tabela. Foi o primeiro erro dele”, disparou o dirigente sindical.

Fonte: FolhaPress