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A Inteligência Artificial (IA) e suas aplicações, como o ChatGPT, têm ganhado espaço crescente no mercado de trabalho e, de acordo com um novo relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho), cerca de 25% das profissões em todo o mundo estarão expostas aos impactos dessa tecnologia nos próximos anos.

Intitulado “IA Generativa e Empregos: Um Índice Global Refinado de Exposição Ocupacional“, o relatório revela que, enquanto algumas ocupações podem ser transformadas pela automação, outras enfrentam o risco de extinção, gerando incertezas e desafios no cenário global.

O estudo indica que 3,3% do emprego mundial estão em áreas de alta exposição à Inteligência Artificial, o que representa uma ameaça direta a milhões de postos de trabalho.

Além disso, as mulheres parecem ser as mais afetadas, com 4,7% delas em posições altamente vulneráveis à automação, comparado a 2,4% dos homens.

O impacto desigual entre os gêneros é mais pronunciado em países de alta renda, onde a diferença sobe para 9,6% entre as mulheres e 3,5% entre os homens.

Profissões mais afetadas pela Inteligência Artificial

A OIT aponta que as ocupações mais suscetíveis à automação estão, em sua maioria, relacionadas a funções administrativas e de apoio. Essas atividades, que envolvem tarefas repetitivas e padronizáveis, são propensas a serem substituídas ou transformadas pela Inteligência Artificial, gerando uma reconfiguração do mercado de trabalho.

Entre as profissões mais impactadas estão:

  • Digitadores e Operadores de Processamento de Texto
  • Vendedores de Call Center
  • Secretários
  • Escriturários de Contabilidade e Escrituração
  • Trabalhadores de Apoio Administrativo
  • Analistas Financeiros
  • Agentes de Crédito e Empréstimos

Essas funções, que já dependem em grande parte de processos repetitivos e de baixo valor agregado, são as mais vulneráveis à substituição pela Inteligência Artificial, com impacto significativo sobre a força de trabalho feminina, que predomina nessas áreas.

Impacto de IA nas profissões menos afetadas

Embora a automação afetará muitas ocupações, outras profissões ainda permanecem com uma exposição mais baixa à Inteligência Artificial. Profissionais de áreas como educação, saúde e ciências naturais terão um impacto menor, embora a tecnologia também esteja transformando suas funções.

Entre as profissões menos afetadas estão:

  • Especialistas em Métodos de Educação
  • Psicólogos
  • Profissionais Jurídicos e Associados
  • Fotógrafos
  • Físicos e Astrônomos
  • Assistentes Médicos
  • Motoristas de Carros, Táxis e Furgões

Essas ocupações tendem a exigir habilidades mais complexas e interações humanas, o que torna sua automação mais desafiadora. Contudo, essas profissões também terão que se adaptar, já que as tecnologias emergentes ainda podem impactar alguns aspectos de seu trabalho, como o uso de IA para diagnósticos na medicina ou assistentes virtuais no setor jurídico.

“Profissões do futuro”

O estudo da OIT não fornece uma lista fechada de “profissões do futuro”, mas indica que as ocupações com baixa exposição à IA generativa tendem a crescer em importância. Essas profissões geralmente envolvem:

🔹 Interação humana direta (ex: cuidados de saúde, educação infantil, assistência social)
🔹 Habilidades manuais ou sensoriais (ex: construção civil, manutenção, serviços técnicos)
🔹 Tarefas criativas e estratégicas complexas que exigem empatia, julgamento moral ou improvisação.

A necessidade de adaptação e qualificação

Vinicius Carvalho Pinheiro, diretor da OIT no Brasil, destacou, em entrevista ao Jornal da CBN que, embora uma parte dos empregos possa ser extinta, a grande maioria será transformada pela tecnologia.

A chave para mitigar os efeitos negativos da IA está na qualificação da força de trabalho. “A grande parte dos empregos vai ser transformada, vai ser potencializada. O segredo é como transformar a substituição em complementariedade. E uma das saídas é investir na qualificação na mão de obra”, afirmou Pinheiro.

A OIT também recomenda que políticas públicas sejam implementadas para garantir uma transição justa para os trabalhadores, especialmente aqueles que enfrentam maior risco de desemprego. Entre as medidas sugeridas estão programas de requalificação profissional, fortalecimento da proteção social e a criação de um diálogo social inclusivo entre governos, empregadores e sindicatos.

Conclusões do relatório da OIT

O relatório da OIT alerta que a Inteligência Artificial tem o potencial de reconfigurar o mercado de trabalho global, não apenas substituindo tarefas repetitivas, mas também transformando funções em áreas mais tecnológicas, como programação e análise financeira.

No entanto, é essencial que governos, empregadores e organizações trabalhistas colaborem para garantir que os impactos negativos sejam minimizados e que as oportunidades proporcionadas pela IA sejam aproveitadas de forma justa.

Em suma, a automação traz tanto desafios quanto oportunidades. Embora algumas ocupações enfrentem um risco significativo de desaparecimento, a adaptação por meio da educação e qualificação da força de trabalho pode ajudar a garantir que os trabalhadores não sejam deixados para trás na transição para um mundo cada vez mais digitalizado.

ICL NOTÍCIAS

https://iclnoticias.com.br/economia/oit-inteligencia-artificial-empregos/