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OCDE, que reúne países ricos, alerta que baixo crescimento europeu pode contaminar outras partes do mundo
Estimativa de crescimento de diversos países é cortada em relatório divulgado ontem pela entidade
DE SÃO PAULO
As lideranças mundiais precisam tomar ações decisivas, e com urgência, para evitar que o baixo crescimento europeu empurre a economia global para um cenário ainda pior de recessão.
O alerta partiu ontem da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), órgão que reúne países ricos, ao promover reduções drásticas em suas projeções de crescimento para os integrantes do grupo.
Portugal, Grécia e Itália, que já não inspiravam apostas animadoras para 2012, devem continuar a ver suas economias encolherem no ano que vem.
Mesmo no melhor dos casos, as economias de Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, não devem crescer nem 1%, quando as projeções anteriores apontavam taxas em torno de 2%.
Fora do Velho Continente, os prognósticos estão longe de melhorar. Nos EUA, a OCDE derrubou as projeções de crescimento de 3,1% para apenas 2%, mesma expectativa para a combalida economia japonesa.
“Nós estamos com receio que os líderes políticos falhem em ver a urgência de tomar ações decisivas para enfrentar os riscos reais e crescentes para a economia mundial”, afirmou o economista-chefe da instituição, Pier Carlo Padoan, no relatório publicado ontem.
“Tendo em vista a grande incerteza que as autoridades econômicas confrontam agora, eles deveriam estar preparados para enfrentar o pior.”
Esse tom é uma mudança drástica em relação ao texto de maio, quando a instituição, além de enxergar uma economia global em processo de saída do quadro recessivo, ainda recomendava políticas monetárias mais austeras, temendo que a escalada dos preços (com ênfase no petróleo) prejudicasse a recuperação mundial.
Agora, o órgão inverteu o conselho dado aos bancos centrais e governos: é preciso políticas monetárias mais relaxadas (leia-se juros mais baixos) e mais suporte da política ao crescimento, outra maneira de pedir menos impostos.
OPOSIÇÃO ALEMÃ
Por enquanto, a OCDE ainda avalia que as autoridades europeias serão hábeis para evitar o pior, isto é, a combinação de calotes financeiros, contração do crédito, quebradeiras de bancos e apertos fiscais excessivos (o cenário mais negativo possível).
Para tanto, Padoan fez eco a muitos outros economistas e autoridades europeias e pediu ação intensiva do Banco Central Europeu, algo que, por enquanto, encontra franca oposição da Alemanha.