O economista Paulo Nogueira Batista Jr questiona a explicação técnica para a persistência de juros tão elevados e suas consequências para a economia brasileira
por Paulo Nogueira Batista Jr.
O economista Paulo Nogueira Batista Jr. expressou sua decepção com a recente redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros básica da economia, Selic, pelo Banco Central. Essa decisão contrariou as expectativas de alguns membros da diretoria do BC, que defendiam uma redução mais significativa, incluindo quatro dos nove integrantes favoráveis a um corte mais acentuado. Nogueira Batista questionou os motivos que levam o Banco Central a manter as taxas de juros reais entre as mais altas do mundo, argumentando que essa política tem consequências negativas para a economia brasileira.
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Em seu comentário, o economista destacou duas questões principais. Primeiramente, questionou a ambiciosidade das metas de inflação estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, do qual o Banco Central faz parte. Ele sugeriu que metas menos ambiciosas poderiam permitir uma redução mais realista nas taxas de juros. Em segundo lugar, levantou dúvidas sobre os modelos econômicos utilizados pelo BC para embasar suas decisões, argumentando que esses modelos não são transparentes e não estão disponíveis para análise crítica externa.
O economista ressaltou que as altas taxas de juros reais têm um impacto significativo na economia brasileira. Elas aumentam o custo da dívida pública, contribuindo para o desequilíbrio fiscal do governo. Além disso, beneficiam os mais ricos e os rentistas, concentrando ainda mais a renda no país. Nogueira Batista enfatizou que a política de juros elevados desestimula os investimentos e o consumo, o que por sua vez prejudica o crescimento econômico e reduz a arrecadação de impostos.
Diante desses argumentos, o economista concluiu que é fundamental que o Banco Central e o governo atuem para reduzir as taxas de juros reais no Brasil e torná-las mais condizentes com a realidade econômica do país.
VERMELHO
https://vermelho.org.br/2024/05/10/os-juros-brasileiros-continuam-estratosfericos-por-que/