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Montante enviado por imigrantes para seus países de origem tem aumento de 58% entre 2007 e o ano passado
 
Remessas de bolivianos que vivem no Brasil só perdem para as do que moram na Espanha, na Argentina e nos EUA
 
DE SÃO PAULO
Ao mesmo tempo em que vê o retorno cada vez forte de brasileiros que viviam no exterior, o Brasil tem se tornado um polo de atração de mão de obra estrangeira.
Mesmo com a desaceleração da economia, os valores enviados pelos estrangeiros que vivem no país somaram US$ 812 milhões no ano passado, pouco abaixo do recorde (US$ 855 milhões) de 2010.
Na comparação com 2007, quando a economia global vivia tempos mais calmos e os países ricos eram mais atraentes para os imigrantes, a alta foi de 58%, segundo dados do Banco Central.
Os números, no entanto, levam em conta apenas o dinheiro que passa pelos canais oficiais.
Especialistas do setor afirmam que somente 40% das remessas passam pelas contas oficiais, já que a maioria dos estrangeiros opta por enviar dinheiro por meio de carta ou de parentes, buscando evitar, por exemplo, o pagamento de taxa para instituições financeiras.
Na média, de acordo com dados do Banco Mundial, um boliviano, por exemplo, que remetesse US$ 200 do Brasil para seu país de origem teria um custo de envio de 11,5% do montante.
Hoje em dia, com a combinação de retorno de brasileiros e chegada de estrangeiros, para cada US$ 2,4 que entram no país de remessas de trabalhadores, US$ 1 sai para o exterior.
Em 2004, a proporção era de US$ 15 entrando para cada US$ 1 que deixava o país.
VIZINHOS
O crescimento da economia brasileira e da presença de estrangeiros tem se refletido também nas contas de alguns países, especialmente da América do Sul.
Na Bolívia, o dinheiro que sai do Brasil representava 4,1% das remessas até o terceiro trimestre do ano passado (dado mais recente), atrás de Espanha, Argentina e EUA.
Nos nove primeiros meses de 2007, o Brasil era somente o 11º país que mais mandava dinheiro para a nação vizinha, e, de lá para cá, houve expansão de 986%, para US$ 31,5 milhões.
No Equador, as remessas vindas do Brasil não são tão significativas, mas crescem fortemente.
Também segundo dados até setembro do ano passado, o Brasil é a 21ª principal fonte de remessa, três postos acima do registrado em 2007.
Porém, nessa mesma comparação, o ingresso de remessas do Brasil teve forte expansão: 596%.
(ÁLVARO FAGUNDES E PATRÍCIA CAMPOS MELLO)