Obras em estádio de Brasília estão completamente paradas. Fonte Nova, em Salvador, só não parou, porque a construtora concedeu abono salarial.
Dois estádios que vão ser usados na Copa do Mundo estão com as obras paradas devido a greve dos operários. O problema é mais grave em Brasília, onde a paralisação já dura uma semana.
Apesar do feriado, a obra do estádio nacional de Brasília – uma das mais adiantadas entre as sedes da Copa do Mundo – não poderia estar vazia, completamente parada.
No local passam três mil pessoas, divididas em três turnos de trabalho. Se não fosse a greve, que já completa uma semana, toda uma parte da arquibancada inferior já estaria concluída.
O secretário-executivo do comitê organizador de Brasília, Cláudio Monteiro, diz que a obra na capital federal não vai atrasar, mas critica a paralisação.
“Você tem uma obra com tempo limitado para entrega, com prazo determinado pra que se faça isso e aí as pessoas aproveitam dessa oportunidade para dizer: ‘olha, se eu parar eu tenho a tendência de ter um ganho’. Exatamente porque o prazo é limitado”, fala o secretário-executivo.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Distrito Federal, Raimundo Salvador, apoia os grevistas. “Oportunista de forma alguma. O movimento foi espontâneo, foi realmente da necessidade dos trabalhadores de melhorar a sua remuneração, então daí partiu essa iniciativa”.
O caso já chegou ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde nova audiência está marcada para amanhã. A expectativa do consórcio responsável pela obra é que um acordo permita a retomada das atividades até sexta-feira.
Além dos operários de Brasília também estão de braços cruzados 1.400 mil trabalhadores da arena Pernambuco na região metropolitana do Recife. Eles exigem aumento, reclamam de maus tratos e da demissão de dois colegas. A construtora responsável pela obra vai pedir ao TRT que considere a paralisação ilegal.
Outras greves vêm atrapalhando o ritmo das obras da Copa. Em agosto no Rio, os operários do Maracanã ficaram 24dias parados. Em Cuiabá e Belo Horizonte também houve paralisações. A Fonte Nova, em Salvador, só não parou, porque a construtora concedeu um abono salarial.