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O segundo mandato do presidente Lula marca o mais duradouro período de representação paranaense no primeiro escalão do governo federal. Em nenhum outro mo­­mento desde a emancipação política, em 1853, o estado teve dois mi­­nistros nomeados por tanto tempo. O desafio é manter os espaços na gestão Dilma Rousseff.

Paulistano radicado no Paraná há 28 anos, Paulo Bernardo (PT) é ministro do Planejamento desde 2005. Entre 2007 e março de 2010, teve a companhia de Reinhold Stephanes (PMDB), ex-ministro da Agricultura. E, desde abril deste ano, da ministra do Desenvol­vi­mento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes.

Somados os períodos, são três anos e sete meses com pelo menos dois paranaenses trabalhando ao mesmo tempo no primeiro escalão federal. Além disso, Paulo Bernardo tornou-se o representante do estado mais longevo em Brasília – completará cinco anos e oito meses como ministro no próximo dia 22.

No governo Fernando Henri­que Cardoso (1995-2002), também foram indicados três ministros paranaenses, mas todos permaneceram menos tempo. Reinhold Stephanes ocupou o Ministério da Previdência Social, entre janeiro de 1995 e março de 1998, Rafael Greca, Esporte e Turismo, entre janeiro de 1999 e maio de 2000, e José Eduardo de Andrade Vieira, Agricultura, entre janeiro de 1995 e maio de 1996.

O cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o estado historicamente tem dificuldades de ser representado no cenário nacional. “Só melhorou quando o Paraná começou a ter mais participação na economia nacional, na década de 1950. Mas nos últimos anos a presença ficou mais constante, em especial no governo Lula.”

Oliveira lembra que o estado teve inicialmente três ministros durante o Segundo Reinado, com dom Pedro II, mas ficou de fora do primeiro escalão durante toda a República Velha (veja informações sobre os ministros no quadro ao la­­do). Os paranaenses só voltaram à cena quando o presidente Café Fi­­lho nomeou Aramis Taborda de Athayde para o Ministério da Saú­de, em 1954. Na ditadura militar (1964-1985), o ícone do estado foi Ney Braga, que ocupou os ministérios da Saúde e da Educação.

Recordista de passagens pelo primeiro escalão, o deputado federal Reinhold Stephanes foi ministro em quatro governos diferentes. Segundo ele, a reduzida participação do estado na política nacional é um problema grave. “O pior é que os paranaenses se mobilizam muito pouco e acabam sempre perdendo espaço.”

Stephanes conta que quando assumiu o Ministério do Trabalho e Previdência no governo FHC, em 1995, nenhuma autoridade do estado compareceu à solenidade. “Já quando eu entreguei o cargo para o meu substituto, que era da Bahia [Waldeck Ornelas], o que mais tinha na plateia era baiano.”

Manutenção

Entre os atuais dois ministros do Paraná, a permanência de Paulo Bernardo no governo Dilma é dada como certa. Ele pode ficar tanto no Planejamento quanto ser deslocado para a Casa Civil (embora o favorito para a vaga seja o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci). Não há certeza quanto à manutenção de Márcia Lopes, que pode ser substituída pelo ex-ministro Patrus Ananias – ele só deixou a pasta em março para concorrer a vice-governador de Minas Gerais.

“Acho que é adequado pelo me­­nos mantermos esses dois postos. Mas dá para brigar por mais”, diz o deputado federal André Var­gas (PT). Entre os possíveis concorrentes estão o senador Osmar Dias (PDT) e o governador Orlando Pessu­­ti (PMDB). Já no segundo escalão devem ser mantidos o presidente de Itaipu, Jorge Samek, e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, cotado também para a Secretaria-Geral da Presidência.

Fonte: Gazeta do Povo