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Até sua realização em 2014, a Copa do Mundo deve puxar um crescimento adicional do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro na ordem de 0,5 ponto porcentual a cada ano, nas projeções do banco Itaú. Mesmo que as vedetes sejam as obras de grande porte, como estádios, aeroportos e metrôs, consequentemente despertando o interesse de empreiteiras e outras companhias de maior porte, as pequenas empresas têm oportunidades especiais com o evento. “É um tempo de oportunidades gigantescas para essas empresas e a preparação para conseguir aproveitar o máximo disso já começou”, afirma Carlos Maccariello, diretor de produtos para empresas do Itaú Unibanco. Em entrevista à Gazeta do Povo, Maccariello falou sobre expectativas gerais do banco para o evento e de como as pequenas empresas podem se preparar para os negócios trazidos pela Copa.
O Itaú trabalha com expectativas otimistas quanto ao crescimento da economia do país e os negócios gerados pela Copa do Mundo, em 2014. Como estão estes números e o que eles podem representar?
Nossa maior perspectiva é de que apenas os negócios gerados pela Copa devem ampliar em 0,5 ponto porcentual o crescimento do país a cada ano até o mundial. Este é um número adicional – além do crescimento comum que o país já chegaria a ter, outro meio ponto porcentual será gerado apenas pelo evento. E isso envolve diversas oportunidades e empresas de diferentes portes e setores.
Sobre isso, muitas das pequenas e médias empresas (PMEs) do país ainda se veem distantes das grandes oportunidades da Copa do Mundo. O que pode ser feito para mudar essa visão?
As PMEs devem ver que essa dúvida não se concretiza. A Copa tem todo um ciclo, que começa bem antes do evento e continua nos anos após o mundial. Não podemos deixar de lado o fato de que grandes corporações têm vários fornecedores e além disso, a estabilidade da economia brasileira já mostra sinais positivos de investimento de longo prazo, e isso não ocorre somente em grandes obras.
E o que as empresas podem tomar como um primeiro passo para aproveitar as chances trazidas com a Copa?
Elas precisam, antes de tudo, diagnosticar seus cenários, levando em conta fatores como quais investimentos estão dispostas a fazer e aonde querem chegar. Há vários setores que serão impactados direta e indiretamente, e de diversas formas. As empresas devem se antecipar a isso. A preparação para as oportunidades que a Copa traz já devia ter sido iniciada, pensando em investimentos e em capacitação, por exemplo.
Por este lado, como está a oferta de recursos para essas empresas e esses projetos?
É outro paradigma que ainda existe. Como anos atrás o atendimento e o auxílio às PMEs já foi distante, não havia dinheiro e a economia não permitia movimentos maiores a elas, era difícil para o empreendedor acreditar que ele podia ter seu próprio negócio e ter muito sucesso com isso. Hoje é diferente: o mundo está voltado às PMEs.
Como o Itaú tem trabalhado com isso? O banco chegou a afirmar que está tendo mais cautela com os financiamentos de empresas menores…
Nossa linha de financiamento a essas empresas é de R$ 100 bilhões, sendo que por volta de 65% desse valor já está comprometido. Para os próximos anos, é difícil saber o quanto isso pode alcançar, podendo crescer até mais que 0,5 ponto porcentual ao ano. Quanto à cautela, sempre há uma analise criteriosa da concessão do crédito. Em determinados momentos as exigências aumentam; em outros, diminuem. É um exercício frequente.
E o banco trabalha com a possibilidade de um produto específico para essas empresas e no momento da Copa do Mundo?
Não temos produtos carimbados com “Copa do Mundo 2014”, mas o nosso portfólio já prevê um atendimento diferenciado em função das pequenas empresas e suas oportunidades. Claro que estamos discutindo, rediscutindo, fazendo estudos, vendo potenciais e se há a necessidade de um produto específico. Se acharmos que será viável, o carimbo virá.
O jornalista viajou a convite do Itaú.