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O governador Orlando Pessutti (PMDB) entregou o comando do estado, ontem à tarde, ao presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), afirmando que deixa o estado em “boas mãos” durante o período em que estará no México para participar da Con­­ferência da ONU para o Clima (COP-16), em Cancún.

Em uma cerimônia marcada por manifestações de amizade, Justus respondeu dizendo que a oportunidade de exercer o curto mandato é uma homenagem e um voto de confiança à Casa que preside, exatamente no momento que ele mesmo definiu como “o mais conturbado da história da As­­sembleia”.

“Este ano foi difícil. Portanto a Casa sente-se homenageada em governar o estado, mesmo que por uma semana. Eu e meus 53 companheiros da Assembleia estamos orgulhosos.”

Pessuti, por sua vez, declarou-se tranquilo e feliz em transmitir o cargo ao amigo Justus. “Passar a administração para as mãos do Nelson [Justus] é uma certeza de que o Paraná estará em boas mãos nesta semana em que estaremos representando o estado no exterior.”

Diários Secretos

O “ano conturbado” a que se referiu o governador interino se deve à crise deflagrada na As­­sembleia pelas denúncias publicadas na série de reportagens Diários Se­­­cretos, produzida pela Gazeta do Povo e pela RPC TV, que mostrou um esquema de contratação de funcionários fantasmas e desvio de dinheiro público no Legislativo.

A crise na Assembleia, segundo Justus, já passou por seu pior momento e hoje a Casa segue “a passos fortes para a calmaria absoluta”. “Com o trabalho feito por toda a Casa e buscando a transparência definitiva”, afirmou.

Justus responde a um processo aberto pelo Ministério Público, acusado de improbidade administrativa e formação de quadrilha ao lado do primeiro-secretário da Assembleia, Alexandre Cury – um dos deputados presentes à posse do colega.

Desconforto

O fato de o deputado estar sendo processado pelo MP, entretanto, não causa “desconforto” ao governador Pessuti. “A mim não. Sei que o Nelson está sendo investigado como centenas de outras pessoas que foram eleitas, inclusive aqui no Paraná”, argumentou.

Em seguida, Pessuti comparou o caso das denúncias contra Justus ao suposto envolvimento com caixa 2 do governador eleito Beto Ri­­­cha (PSDB), na campanha eleitoral para a prefeitura de Curitiba em 2008.

“Se eu não pudesse transferir o cargo ao Justus hoje, também não poderia transmitir o cargo ao governador Beto Richa, pois ele também tem processos de investigação ainda da eleição da prefeitura “, afirmou, completando que não cabe ao governador julgar seu sucessor.

“A investigação é feita pelo Judiciário. Cabia ao povo do Pa­­raná no dia da eleição”, disse referindo-se à reeleição de Justus, com cerca de 43 mil votos.

O governador interino disse que também não ficou constrangido em assumir o governo em meio ao processo. “Em momento al­­­gum. Sinto-me muito honrado e orgulhoso em comandar o estado. Tenho certeza que faremos a lição de casa”, garantiu.

Fonte: Gazeta do Povo