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Apesar do crescimento de 3% em 2011, maior economia da União Europeia encolheu 0,25% no fim do ano passado
 
Maior economia da Europa, a Alemanha emendou seu segundo ano consecutivo de crescimento em 2011, mas pode não escapar de uma breve recessão em parte deste ano, como efeito da crise que abala a continente. “A economia da Alemanha, fortemente dirigida para o setor externo, não será capaz de evitar o desaquecimento da economia global. Especialmente as exportações alemãs vão sofrer com a crise da zona do euro”, comentou Simon Junker, especialista do instituto DIW.
O governo alemão reportou ontem que o país cresceu 3% em 2011, após a recuperação de 2010 (3,7%) do tombo histórico de 2009 (-5,1%), a pior queda desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas a boa notícia foi temperada pela perspectiva de uma contração de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) no trimestre final de 2011 (a ser revisto em fevereiro), com perspectivas de encolher novamente no início deste ano antes de voltar a crescer.
Economistas projetam que o gigante europeu deva crescer entre 0,45% e 0,5% neste ano, um cenário até favorável considerando o crescimento quase nulo previsto para a França e Espanha, e a recessão antecipada para a Itália em 2012.
O quadro não difere muito do restante do bloco. Ontem, três institutos europeus – Istat (Itália), Insee (França) e Ifo (Alemanha) – divulgaram um relatório onde estimam uma sequência de duas contrações (0,3% e 0,2%) entre o fim de 2011 e início de 2012 para a zona do euro, seguida por estagnação no segundo trimestre.

Itália
O governo italiano anunciou ontem que o rombo das contas públicas, comparado ao PIB, caiu para 2,7% no terceiro trimestre de 2011, o menor nível desde 2008. O primeiro-ministro Mario Monti luta para recuperar a confiança dos mercados, que ainda cobram juros bastante altos para financiar o país – perto dos 7% ao ano, nível considerado “insustentável” por especialistas.
O novo governo já se comprometeu a cortar 30 bilhões de euros, mas precisa do respaldo europeu para melhorar as condições de rolagem da dívida pública, equivalente a todo o PIB italiano. Trata-se de uma das piores relações dívida/PIB da região (118,4%), e um dos maiores obstáculos para que o mercado aceite emprestar a juros mais favoráveis.
“Se os italianos não notarem recompensas concretas ao seu desejo de poupar e melhorar, haverá protestos na Itália contra a Europa e contra a Ale­manha, que é vista como a líder da intolerância da UE [União Europeia], e contra o Banco Central Europeu”, disse Monti ao jornal alemão Die Welt. Hoje, o país mediterrâneo vai oferecer 12 bilhões de euros em títulos públicos, no primeiro teste da boa vontade dos investidores em relação às finanças do país neste ano.