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Dados do IBGE referentes a 2009 revelam empobrecimento da cidade que ficou em 51º lugar no Estado e em 780º no cenário nacional
 
Ricardo ChicarelliChama atenção o fato de o PIB geral de Londrina ser o 4º maior do Estado em 2009 e o per capita chegar na 51 colocação
 
A segunda maior cidade paranaense apresentou o 51º Produto Interno Bruto per capita do Estado. Os números divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), referentes a 2009, mostram uma Londrina empobrecida. O PIB per capita do município daquele ano foi de R$ 17.396,39, abaixo da média paranaense, que atingiu R$ 17.779,11. 
 
Só para se ter uma ideia, o PIB per capita de Araucária, cidade mais rica do Estado em 2009, representou quase seis vezes o de Londrina. Cidades como Curitiba, Maringá e Rolândia apresentaram, respectivamente, PIB per capita 42%, 24% e 15% maiores que o de Londrina. O da vizinha Ibiporã também foi 30% superior (ver quadro). 
 
Na comparação com o ano anterior, 2008, o PIB per capita de Ibiporã, que era de R$ 17.920,63 foi um dos que mais cresceram: 27%. O de Maringá, que era de R$ 18.558,68, subiu 17% e o de Londrina, 9%. Já Curitiba, que havia apresentado R$ 23.696,43 naquele ano, teve um crescimento mais tímido, de 4%. 
 
No cenário nacional, Londrina ficou na 780 posição entre os 5.565 municípios brasileiros. A cidade mais rica do País era São Francisco do Conde, na Bahia, cujo PIB per capita foi de R$ 360.815, ou seja, mais de 20 vezes maior que o de Londrina. 
 
Joinville, que ”roubou” de Londrina o título de 3 maior cidade do Sul do País no último Censo, revelou uma renda per capita 54% maior. 
 
Chama a atenção o fato de o PIB geral de Londrina ser o 4º maior do Estado em 2009 e o per capita chegar na 51 colocação. Em 2009, o Produto Interno Bruto da cidade atingiu R$ 8,8 bilhões. Curitiba apresentou naquele ano o maior PIB geral, de R$ 45,7 bilhões, seguida de Araucária, com R$ 11,9 bilhões. Maringá vem na sequência de Londrina, com R$ 7,2 bilhões. 
 
O mau desempenho da cidade não supreendeu o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Nivaldo Benvenho. ”Esse resultado era esperado porque há muitos anos Londrina vem investindo apenas em passivos para o município”, argumenta. Segundo ele, a pressão para construção de loteamentos residenciais não é devidamente acompanhada por empreendimentos que gerem ativos, como indústrias. 
 
Benvenho explica que o aumento de áreas residenciais gera passivos, pois exige obras de infraestrutura necessárias para o atendimento da população, como construção de escolas e hospitais, e implantação de saneamento e pavimentação de vias de trânsito. ”Não há um planejamento para criar empreendimentos que gerem riqueza para a cidade. Cabe ao município ter essa visão de futuro para criar ativos”, avalia. 
 
Ele afirma que é preciso buscar um equilíbrio na atração desses empreendimentos para Londrina. ”No entorno do aeroporto estávamos em vias de aprovar um loteamento residencial ao invés de pensarmos em indústrias que trariam maior valor agregado”, aponta. 
 
Segundo Benvenho, o próprio Plano Diretor deveria avaliar a expansão da Avenida Saul Elkind para que as novas áreas contemplem também unidades produtivas. Ele avalia, ainda, que a cidade vem empobrecendo por falta de uma política clara de desenvolvimento. 
 
A reportagem procurou o prefeito Barbosa Neto, mas ele estava em viagem a Brasília e não foi encontrado.