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SÃO PAULO – Após um período de forte desaceleração, o cenário macroeconômico brasileiro agora passa por um ponto de inflexão, com sinais de recuperação da atividade em 2012. É o que afirma o chefe de estratégia para países emergentes do banco francês Société Générale, Benoit Anne, que vê sinais de que o pior já ficou para trás no País.

Anne ressalta que o nível de vendas no varejo apresentou-se bastante forte em novembro, com crescimento de 6,8% na base de comparação anual. Esse número, bem acima das expectativas do mercado, indica que o consumo privado tem apresentado um desempenho bastante positivo.

Além disso, apesar da indústria do País ainda estar bastante pressionada, o último PMI (Purchasing Managers’ Index) apresentou índice de 50,6 pontos, representando um avanço do setor no Brasil, afirma Anne.

“No geral, acreditamos que o Brasil está mostrando recuperação em sua atividade de pois de ter apresentado um crescimento baixo nos últimos meses”, avalia. Desse modo, o chefe de estratégia do banco francês acredita que, caso o momentum persistir, o País pode apresentar um crescimento do PIB de 3% em 2012, o que é considerado saudável por Anne, considerando as condições externas desafiadoras.

Câmbio valorizado e Selic de 9,5%

De acordo com o Anne, o principal risco para o câmbio no Brasil no curto prazo é a intervenção das autoridades monetárias do País, à medida que o governo tentará conter ao máximo a pressão pela apreciação do real frente ao dólar, levando possivelmente à uma guerra cambial.

Para o chefe de estratégia do banco, a paridade real/dólar será de 1,60 no final do ano, com o cenário de valorização do real apresentando-se como sólido no médio e longo prazo. Além disso, a situação da moeda brasileira ainda será dirigida pelos preços das commodities no mercado internacional, avalia Anne.

O estrategista também acredita que a taxa básica de juro deverá apresentar um recuo de 100 pontos-base nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), fechando o ano com índice de 9,5% ao ano. De acordo com Anne, devido ao aumento do apetite por risco e com as taxas do País apresentando baixa, essa queda deverá ser bastante limitada, apesar da política do Banco Central, que visa reduzir a Selic.