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O Paraná dos últimos anos não soube aproveitar integralmente as oportunidades geradas pela conjuntura favorável da economia brasileira e mundial. É o que revela o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado ontem, sobre a participação dos estados na formação do Produto Interno Bruto (PIB).

Pela evolução da última série histórica, de 2002 a 2008, o Estado teve o 6.º pior desempenho do País. Enquanto a média nacional de crescimento em volume acumulado do PIB foi de 27,9%, o percentual paranaense para o mesmo período ficou em 24,6%.

Embora sejam apenas 3,3% a menos do que a média, 20 estados e mais o Distrito Federal ficaram na frente do Paraná, ou seja, conseguiram aproveitar de modo mais eficiente o período de bonança da economia nacional.

Segundo o coordenador do curso de Economia da FAE Business School, Gilmar Mendes Lourenço, esse mau desempenho tem explicação. “Eles traduzem o que vimos ocorrer em nosso Estado nos últimos anos”, aponta.

Para ele a explicação passa pela instabilidade política e a deterioração da infraestrutura com ausência de investimentos em diversos pontos, principalmente, no setor de transportes.

“O Estado foi marginalizado na distribuição dos recursos das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e não houve representante daqui que contestasse isso”, lamenta Lourenço. “O Paraná se sobressaiu nos anos em que o Brasil passava por muitas dificuldades e ficou para trás, quando o País melhorou”, compara.

Lourenço também chama atenção para um dos episódios em que o Estado demorou muito para tomar uma atitude como a época da suspeita de aftosa que afetou as exportações de carne.

“O governo levou muito tempo para resolver essa questão”, recorda. Além disso, em relação ao agronegócio, o período analisado pelo IBGE (2002-2008) foi marcado por três fortes estiagens que impactaram violentamente nos números do setor. “O câmbio baixo e as estiagens atingiram muitos produtores do Estado. Somente em 2007, que as cotações internacionais compensaram isso”, pontua.

Nesse sentido, o comportamento habitual de boa parte do empresariado com relação aos governos daqui, independentemente do partido, também contribuiu para esse retrocesso.

O economista acredita que tais constatações ainda podem ser revertidas. “O momento é de ruptura de certas políticas. Dá para virar o jogo e o empresariado pode fazer sua parte, deixando de lado a subserviência aos governos, e tomando posição sobre os diversos assuntos que travam o nosso desenvolvimento”.

Participação relativa

Dos oito estados que mantiveram a liderança das participações no PIB do País, concentrando 78,2% da economia, o Paraná seguiu na 5.ª colocação, detendo 5,9% do total.

De acordo com o IBGE, desde o início da série, os seis primeiros colocados não mudavam de posição, porém, em 2008, isso mudou com Santa Catarina trocando de lugar com a Bahia.

Os catarinenses passaram a ocupar a 6.ª posição. Aliás, o documento do IBGE ressaltou que foi o desempenho de Santa Catarina que compensou a perda de participação do Paraná nos últimos anos.

Fonte: Paraná Online