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Para 32% dos empresários, deficiências do terminal de Paranaguá preocupam mais que aeroportos, ferrovias e rodovias

Os empresários paranaenses estão bastante preocupados com os portos do Paraná, temem um apagão de mão de obra e ainda acreditam que o setor automobilístico do estado está perdendo força. Esses dados constam de uma pesquisa sobre a competitividade regional apresentada ontem pela Câmara Americana de Comércio (Amcham).

O estudo, realizado também em Minas Gerais, Pernambuco e na região de Campinas (SP), ouviu 171 empresários no país, dos quais 43 paranaenses. Apesar de o setor de serviços ter grande representatividade nessa amostra, e de não estar diretamente ligado às operações portuárias, os portos é que foram apontados como o maior gargalo, na opinião dos empresários.

Para 32% dos entrevistados, os portos – em especial o de Para­naguá, o principal do estado – são o principal problema da infraestrutura no Paraná. Em seguida aparecem, empatados com 22%, aeroportos, rodovias e ferrovias.

A pesquisa apontou que, na opinião de 32% dos empresários, o setor de transportes é o que deveria receber o maior apoio do governo e das empresas privadas. Os empresários consultados em Minas Gerais, Pernambuco e Campinas apontaram a educação e formação profissional como prioridade, mas no Paraná essa questão ficou em segundo lugar, indicada por 27% dos paranaenses ouvidos pela pesquisa.

“Na percepção dos empresários do Paraná, apesar de a qualificação profissional preocupar, a infraestrutura de transportes é mais carente que nas outras regiões pesquisadas. O grosso da reclamação dos entrevistados está nos portos”, diz o vice-presidente regional da Amcham Curitiba, Eduardo Guy de Manuel.

Governo

O secretário de Estado de Planejamento, Cassio Taniguchi, esteve no evento de divulgação da pesquisa e concordou que há muito para ser melhorado. Segundo ele, o governo está tomando as medidas necessárias para avançar na questão de infraestrutura. “Em relação ao Porto de Paranaguá, precisamos criar parcerias com a iniciativa privada para agilizar os investimentos. Outras ações, como a dragagem, já estão sendo encaminhadas”, disse. “As rodovias não pedagiadas são péssimas e estamos fazendo várias intervenções para melhorar e restaurar constantemente as estradas. Outro gargalo, que são nossas ferrovias, também devem receber investimentos. O deslocamento de uma carga de Cascavel para Para­­naguá, por exemplo, leva hoje 18 dias. Queremos reduzir esse tempo para um dia, com investimento em novos trechos”, acrescentou o secretário.

Promissores

Os empresários paranaenses avaliam que os três setores mais promissores para investimentos são grandes obras da construção civil (exceto habitação); transporte e turismo; e entretenimento. Um destaque negativo é a indústria automobilística, que não figura entre os principais setores a receber investimento. A explicação seria a concorrência com o México e a força do movimento sindical nas montadoras.

“Os incentivos dados pelo México para o setor têm feito algumas montadoras desviar novos investimentos para aquele país. Além disso, há a intensidade do setor sindical no estado, que é muito maior que em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo. Isso faz o empresário sentir que a região perde investimentos no setor”, avalia o presidente da Amcham Brasil, Gabriel Rico.

Burocracia afasta empresas de licitações

Uma das questões da pesquisa da Amcham divulgada ontem dizia respeito à participação das empresas em licitações para projetos de infraestrutura. A grande maioria das empresários (83%) afirmou nunca ter participado de um processo licitatório. O principal motivo para isso seria a burocracia que envolve uma licitação e a falta de transparência – os dois itens foram apontados por 63% dos entrevistados. A insegurança jurídica aparece em seguida, indicada por 59%.

Nos outros locais onde a pesquisa foi feita, a falta de transparência e a insegurança jurídica não aparecem como grande preocupação, ao contrário do que ocorre no Paraná. “No estado há ainda a lembrança de rompimentos de contrato, durante o governo anterior”, explica o vice-presidente regional da Amcham Curitiba, Eduardo Guy de Manuel. “O estudo mostra que precisamos resolver os problemas da infraestrutura, mas também analisar melhor a parte burocrática, para os empresários participarem mais dos projetos.”

Desenvolvimento

Questionadas sobre os fatores que auxiliariam seu desenvolvimento, as empresas indicaram a redução da carga de impostos ou mesmo uma reforma tributária, e também uma reforma trabalhista.

Em relação à reforma fiscal, os empresários do Paraná consideram como pontos prioritários, para aumentar a competitividade das empresas, a desoneração da folha de pagamento, um redesenho para o PIS/Cofins e uma política de desoneração efetiva dos investimentos. (JPS)

Fonte: Gazeta do Povo