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Como desdobramento da “faxina” realizada pela presidente Dilma Rousseff no Ministério dos Transportes, em consequência de denúncias de corrupção no setor, o PR – partido do senador Alfredo Nascimento (AM), ex-ministro afastado da Pasta por causa do escândalo – saiu quarta-feira (3) do “Bloco de Apoio ao Governo” no Senado.

O partido de Nascimento não vai para a oposição, mas quer independência em relação ao PT e interlocução direta com o Palácio do Planalto. O líder, Magno Malta (ES), fala em “apoio crítico”.

Por outro lado, o governo teve uma vitória importante no Senado. Conseguiu evitar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela oposição para investigar as denúncias de irregularidades no Ministério dos Transportes e no Dnit. Dois senadores governistas que haviam assinado o pedido de criação de CPI – Reditario Cassol (PP-RO) e João Durval (PDT-BA) – retiraram o apoio.

Com isso, a oposição, que havia conseguido as 27 assinaturas necessárias, ficou com apenas 25 e terá de buscar novos apoios. Por não atender aos requisitos, o requerimento foi rejeitado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Bloco sob a liderança do PT
O “Bloco de Apoio ao Governo” é formado por PT, PDT, PSB, PCdoB e PRB. Todos seguem a liderança do líder do PT (que tem a maior bancada), Humberto Costa (PE). “Somos quase 10% da Casa. Queremos ser líderes de nós mesmos. Precisamos ter parte ativa. O governo só conversa com o líder do bloco, que só conversa com o partido dele”, diz Malta.

Segundo o senador capixaba, integrar um bloco implica “defender o indefensável”. E o PR quer “respeito”, diz ele. “Somos base, mas o apoio será crítico. O que é bom é bom. Mas o que não é, não é”.

Com o PR, o bloco liderado pelo PT tinha 30 integrantes e superava o “Bloco Parlamentar da Maioria”, composto por PMDB, PP, PSC, PMN e PV, que tem 28. Com a saída dos seis senadores do PR, o bloco do PMDB passa a ser o maior.

O PR passará a ter atuação independente na base governista, assim como já faz o PTB, que tem seis senadores e não integra nenhum bloco na Casa. O pedido do PR de desligamento do bloco liderado pelo PT foi lido na sessão de quarta-feira.

27 afastados
Em decorrência das denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, foram afastados 27 funcionários da pasta ou de autarquias ligadas ao setor, além do ex-ministro. Na terça-feira (3), Nascimento reassumiu seu mandato de senador e fez um discurso no qual afirmou ter saído por falta de apoio de Dilma. Presidente do PR, Nascimento disse que renunciou por falta de apoio de Dilma e que ele e o partido não poderiam ser tratados como “lixo”.

O senador José Agripino (DEM-RN), presidente do seu partido, disse que o governo está “boicotando a investigação”. Considerou a pressão para retirar as assinaturas uma “mobilização truculenta”. Agripino e o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), disseram que a oposição continuará buscando assinaturas para tentar viabilizar a CPI.

Um senador da oposição, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que havia anunciado que retiraria sua assinatura, voltou atrás quarta-feira. Ele é suplente de João Ribeiro (PR-TO), que havia lhe pedido para tirar o apoio à CPI. Mas ele mudou de ideia, dizendo que “o povo precisa ser esclarecido”.