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Entidades e governo estadual discutiram ontem saídas para preencher as 17 mil vagas disponíveis no estado

Para evitar a fuga de investimentos, é preciso combater a falta de mão de obra qualificada, alegaram ontem sindicatos, associações e federações que estiveram reunidos com o governador Beto Richa (PSDB) e cinco secretários estaduais. A dificuldade de preencher as vagas disponíveis no mercado tem impedido um maior crescimento das indústrias instaladas no estado e dificultado o desembarque de novas empresas, segundo as entidades.

“Nós deixamos de trazer empresas para Curitiba e para o Paraná pela falta de mão de obra qualificada”, afirmou o secretário municipal do Trabalho e Emprego de Curitiba, Paulo Bracarense. “O estado corre o risco de sofrer o apagão de mão de obra”, acrescentou, no entanto sem divulgar quais seriam as empresas que teriam optado por outros estados – Bracarense apenas afirmou que eram do setor de tecnologia da informação.

De acordo com o secretário de Estado do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli, o Paraná tem 17 mil vagas abertas, sendo 6,5 mil na capital. Ainda segundo ele, esses números são resultado da falta de uma política de preparação e qualificação e de investimentos nos anos anteriores. “Nós estamos pagando agora o preço do desmonte dos cursos profissionalizantes na década de 90. É necessário um longo período para formar profissionais qualificados”, diz.

“Estrangeiros”

No curto prazo, uma forma de atender as necessidades do setor produtivo é importar mão de obra de outros estados, algo que já ocorreu em outras ocasiões no Paraná. Um exemplo é obra de ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (região metropolitana de Curitiba), onde, segundo Romanelli, cerca de 14 mil funcionários, de um total de 20 mil, vinham de fora. “É inevitável que venha mão de obra de outros estados. Já temos recebido esse contingente; são trabalhadores da Bahia e norte de Minas Gerais, tanto em Curitiba como no interior. A construção civil está trazendo de outros países da América do Sul”, ressalta Romanelli. “Toda mão de obra que venha para atender a necessidade é bem vinda”, reforça o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), José Eugenio Gizzi.

A situação deve se repetir nos novos empreendimentos da italiana Techint, que vai contratar 4,5 trabalhadores para a construção de duas plataformas fixas completas em Pontal do Paraná, no litoral. O projeto está avaliado em R$ 1 bilhão.

Apesar de a invasão estrangeira influenciar de forma direta a produção paranaense, Bracarense afirma que essa não é a solução definitiva para o problema. “A importação da mão de obra vem e vai embora. O ideal é acelerar a qualificação e aumentar os investimentos”, afirma.

Idosos

O retorno de pessoas idosas ao mercado de trabalho também seria uma forma de diminuir a possibilidade de apagão no estado. Para o secretário, é mais fácil e rápido “modernizar” esses profissionais do que qualificar os novos. “Já estamos trabalhando com a recolocação das pessoas mais idosas no mercado”, diz.

A qualificação profissional é um dos pilares do programa Paraná Competitivo – as outras linhas de ação são fiscal, de internacionalização, de infraestrutura e de desburocratização. De acordo com o governo estadual, o relatório resultado do encontro de ontem, onde todos os representantes puderam dar suas opiniões e sugestões, estará pronto dentro de 15 dias e deve servir de referência para a execução de novas medidas.

Caged

Geração de empregos desacelera

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou ontem que o saldo líquido de empregos criados com carteira assinada no país em maio foi de 252.067. O volume é bem inferior ao recorde de 349 mil empregos celetistas (já descontadas as demissões do período) verificado no mesmo mês do ano passado, e também é inferior ao resultado de abril (294 mil vagas), contrariando a expectativa do ministro de que o saldo de maio seria maior. Os números fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo MTE.

O 1,16 milhão de empregos gerados em 2011 estão abaixo também dos números dos cinco primeiros meses de 2010, quando mais de 1,3 milhão de empregos foram gerados. Ainda assim, o ministro Carlos Lupi segue dizendo que o país terminará 2011 com 3 milhões de novos empregos formais. “Estamos com muitos investimentos no Brasil ainda, principalmente os investimentos internacionais. Estamos com muitos preparativos para a Olimpíada, a Copa do Mundo, muitos investimentos do PAC, o Minha Casa, Minha Vida”, justificou.

(Agência Estado e Folhapress)

Decisão da OIT

Ministro fará proposta sobre domésticos

Até o fim do ano, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, apresentará um projeto de lei com ideias sobre a formalização do emprego doméstico para a presidente Dilma Rousseff avaliar. “Não tenho fórmula pronta. Acabei de chegar da reunião da Organização Internacional do Trabalho [OIT]”, disse.

Para o ministro, é preciso adaptar a realidade do mercado de trabalho à situação dos empregados domésticos. Segundo ele, há cerca de 7 milhões de trabalhadores atuando nos lares brasileiros e a perspectiva é de que os que possuem carteira assinada não passem de 10% desse total. Atualmente, esses trabalhadores ainda não têm direito a FGTS, seguro desemprego, abono salarial e hora extra.

(Agência Estado)

Fonte: Gazeta do Povo