NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Tensões nos mercados podem beneficiar ainda mais a modalidade, considerada um investimento de baixo risco

Apenas em junho, a alta de novos depósitos foi de 57%; aplicação pode ser só em renda fixa ou mesclar com variável

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

O aumento da renda e do emprego formal mantém em expansão o mercado de previdência privada no Brasil. E os novos problemas na economia mundial podem beneficiar ainda mais essas aplicações, com a procura por investimentos de menor risco.
Dados obtidos pela Folha mostram que a arrecadação dos planos de renda complementar subiu 25,6% no primeiro semestre ante o mesmo período do ano passado, para R$ 24,9 bilhões, de acordo com a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
Apenas no mês de junho, o aumento de novos depósitos chegou a 56,5%.
“Esse crescimento é resultado da elevação da massa salarial. O fluxo de novos poupadores também tem crescido”, afirma o professor do Insper Sérgio Machado.
Esses planos têm diversos modelos que podem ser escolhidos pelo cliente, entre os quais aplicações apenas em renda fixa ou com uma combinação entre fixa e variável -ao menos 51% dos recursos devem estar na renda fixa.
“Em épocas de volatilidade no mercado, a previdência é uma alternativa de fundo em que existe uma aplicação em renda variável, mas com risco reduzido”, afirma Carolina de Molla, diretora de Vida e Previdência da SulAmérica.
Com o aumento das incertezas em relação ao crescimento da economia nos Estados Unidos e com a crise da dívida na Europa, a tendência é que investidores de todo o mundo se voltem para aplicações que são consideradas mais seguras.
“A insegurança tem dois efeitos: com aversão a risco, as pessoas tendem a procurar um investimento que garanta o futuro. Por outro lado, tendem a retardar suas decisões. Agora, é preciso ver como esses vetores vão interagir”, diz Renato Russo, vice-presidente da Fenaprevi.

TIPOS DE PLANO
Hoje, as seguradoras comercializam dois tipos de planos de previdência privada: PGBL ou VGBL. Os recursos arrecadados com os clientes são depositados pela seguradora em um fundo, que fará os investimentos para as aplicações renderem.
A opção vai depender da renda do cliente.
O PGBL permite que o aplicador desconte o investimento em previdência de sua declaração de Imposto de Renda, com a limitação de até 12% de seus ganhos. Ou seja, é apropriado a quem faz a declaração completa do IR.
O VBGL, por sua vez, é mais indicado para quem faz a declaração simplificada ou é isento de IR, já que não tem benefício fiscal.
No caso do PGBL, porém, tanto os recursos depositados como seus rendimentos são tributados na hora do resgate, enquanto no VGBL apenas os ganhos sofrem incidência do imposto.
Nos últimos anos, o VGBL ganhou importância e, hoje, cresce mais que a outra opção de plano.
De acordo com os dados da Fenaprevi, o VGBL registrou crescimento de 30% no semestre, com arrecadação total de R$ 20,3 bilhões. Já o PGBL arrecadou R$ 2,9 bilhões no período, com expansão de 16,95%.