Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovaram a deflagração da greve a partir da próxima sexta-feira (19). A decisão ocorreu em assembleia da Associação dos Professores (Apufpr), realizada na tarde desta terça-feira (16). Em votação, 174 docentes decidiram pelo início da paralisação, 99 foram contrários, além de outras 9 abstenções.
O movimento terá início apenas no dia 19 por conta de uma lei que determina que o governo federal seja informado 72 horas do início da paralisação. Durante a reunião, os docentes realizaram discussões sobre a situação da categoria para então decidir pelo início da greve.
No último dia 11, os professores já haviam sinalizado a entrada em greve em função da rejeição às propostas de reajuste salarial do Ministério do Planejamento e melhorias trabalhistas.
O presidente da Apufpr, Luis Allan Künzle, disse à reportagem da Gazeta do Povo que a intenção não é prolongar esse movimento por um longo tempo. “Pretendemos resolver as nossas reivindicações o mais rápido possível”. Künzle disse que, nesta quarta-feira (17), o Comando de Greve fará um encontro para marcar uma reunião com a reitoria para apresentar a pauta local de greve.
Reivindicações
Na UFPR, os docentes pedem, em especial, um limite máximo de horas-aula para o exercício da profissão e melhorias na progressão da carreira da categoria. Outros pontos que os professores defendem são a restrição da quantidade de alunos por sala de aula, limite na abertura de novas vagas para estudantes e maior número de professores para a instituição.
“A Universidade Federal do Paraná está com um número menor de docentes para atender tantos alunos em relação às demais instituições. Isso gera problemas no ensino”, apontou o presidente da Apufpr.
Movimento nacional
Na noite desta terça-feira (16), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) terá uma reunião com representantes do Ministério do Planejamento para debater sobre as reivindicações da categoria nacional. A reunião estava marcada para a segunda-feira (15) mas foi adiada.
Além da UFPR, os professores das demais seções sindicais nos outros estados decidem entre quarta-feira (17) e sexta-feira (19) se entram ou não em greve. O presidente da Apufpr disse que, ocorrendo ou não o movimento nacional de greve, a paralisação dos docentes da Universidade Federal vai acontecer. “Caso o movimento aconteça em todo o País vamos ficar em sintonia com o Andes em relação às reivindicações da categoria em âmbito nacional”.
Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a assessoria de comunicação da UFPR disse que não havia um posicionamento da reitoria sobre a paralisação dos docentes, pois o reitor Zaki Akel Sobrinho está em Brasília.
Sobre a retomada do ano letivo, a assessoria disse que a instituição trabalhava com o reinício das aulas na próxima segunda-feira (22), mas, com a greve dos professores, as férias podem ser prolongadas. A redefinição ou não do calendário letivo depende do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade (Cepe-UFPR), que ainda não tem data para se reunir.
A Universidade já enfrenta a paralisação dos servidores técnico-administrativos desde junho de 2011. O retorno das aulas foi adiado três vezes e estava previsto para a segunda-feira (22). O Diretório Central dos Estudantes (DCE) também aprovou a deflagração de greve dos alunos no último dia 4.