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Dados do IBGE apontam para alta da formalização e estabilidade no trabalho
Empregados com carteira chegam a 53%, vagas temporárias estão em queda e rotatividade é cada vez mais baixa

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO 

A forte redução da taxa de desemprego tem sido acompanhada por melhores condições de trabalho no país.A fatia de empregados com carteira assinada atingiu patamar recorde nos primeiros sete meses do ano. Os trabalhadores temporários nunca foram tão poucos. E os que continuam no setor informal pelo menos estão conseguindo manter o mesmo emprego por mais tempo.

A estudante Monique Pires se surpreendeu com a rapidez com que conseguiu emprego. “Terminei o ensino médio e comecei a trabalhar no dia seguinte”, conta ela, contratada por um pet shop. Os trabalhadores com carteira assinada eram 53% da população ocupada entre janeiro e julho de 2011, nível mais alto já alcançado na série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2002.

Outros indicadores confirmam a melhora no mercado. A fatia de empregados temporários, por exemplo, nunca foi tão baixa: 3,5% do total, na média do ano. “O mercado melhorou e parte disso tem a ver com o bom desempenho da economia. Outra, com a maior institucionalização nas relações”, diz o economista José Márcio Camargo, da PUC-RJ e da Opus Gestão.

A maior estabilidade estimula empresas a tomar decisões, como contratar funcionários com registro e por tempo indeterminado -pensando no longo prazo. “Com a estabilidade e as perspectivas de grandes eventos esportivos, cresceu muito a confiança dos empresários”, diz Carlos Eduardo Dias, sócio da Asap, que recruta executivos .

Além disso, a adoção de um regime tributário menos oneroso para pequenas e médias empresas e bancos de horas reduzem custos e estimulam a formalização. Mesmo quem está no setor informal convive com melhores condições. O tempo médio de permanência de empregados sem registro no mesmo emprego bateu o recorde de 190 semanas.

As fatias de empregados sem registro em carteira e de trabalhadores por conta própria (muitos informais) são de 16,7% e 17,7% do total. O restante os ocupados são empresários, militares e funcionários públicos. “A melhora não resulta de um boom, tem sido gradual. Nem a crise global de 2008 conseguiu derrubar o processo de maior formalização”, diz Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.

Especialistas acreditam que a atual tendência de desaceleração da atividade econômica deverá levar a um aumento da taxa de desemprego -que recuou para 6% em julho. Mas apostam que isso não provocaria forte reversão nas relações trabalhistas.