Levantamento do FGV Ibre mostra ainda que a remuneração baixa é a principal insatisfação no trabalho atual.
Por Marta Cavallini, g1
Pesquisa sobre mercado de trabalho realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) mostra que quase 90% dos informais pesquisados preferiam ter um emprego com carteira assinada.
O levantamento entrevistou os trabalhadores que não possuíam nenhum tipo de registro (trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ). Entre eles, 87,7% afirmaram que gostariam de ter uma ocupação mais formalizada. Apenas 12,3% preferiam o contrário.
Entre os trabalhadores por conta própria (com ou sem CNPJ), 69,6% desses trabalhadores gostariam de ter algum vínculo formal com uma empresa, como carteira assinada e seus consequentes direitos trabalhistas. E os 30,4% restantes disseram que prefeririam permanecer na situação atual.
Entre os principais motivos apontados pelos que gostariam de se vincular a uma empresa foram o desejo de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios que as empresas costumam dar (31,4%).
Para os trabalhadores que não desejam mudar a categoria da sua ocupação, o fator mais mencionado foi a preferência por flexibilidade de horário (14,3%), seguido pelos que acreditam que na ocupação atual conseguem ter rendimentos maiores (11,9%) do que teriam se fossem vinculados a uma empresa.
A nova pesquisa do FGV IBRE foi feita entre os meses de agosto e outubro com cerca de 2.000 pessoas físicas com mais de 14 anos de idade em todo o território nacional a cada mês.
Salário é principal motivo da insatisfação
As pessoas foram consultadas ainda sobre a satisfação com o próprio trabalho. A maioria dos entrevistados disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos (72,2%). Os insatisfeitos ou muito insatisfeitos somaram 27,8% do total.
Entre os motivos da insatisfação com o trabalho atual estão remuneração baixa (64,2%), pouco ou nenhum benefício (43%) e insegurança por ser um trabalho temporário (23,7%).
Outros 22,9% alegaram estar trabalhando menos do que gostariam, 21,4% citaram carga horária elevada e 12,9% a distância da casa para o trabalho.
Perda do emprego
A possibilidade de perder o emprego ou a principal fonte de renda nos próximos 12 meses é vista como improvável ou muito improvável pela maioria dos respondentes (58,7%). Na contramão, 41,3% afirmaram ser provável ou muito provável.
As pessoas foram questionadas ainda sobre o período em que conseguiriam se sustentar caso perdessem o principal emprego ou fonte de renda. A maioria (66,5%) respondeu que se manteria somente pelo período de até 3 meses. Os demais 33,5% afirmaram que conseguiriam se manter por mais de 4 meses.
Em relação à tecnologia, com o olhar para os próximos cinco anos, 54,8% acreditam que ela será uma aliada no trabalho e ajudará a aumentar a qualidade de vida. Apenas 15,2% das pessoas afirmam que a tecnologia pode ser um problema e 30% imaginam que a tecnologia não afetará o tipo de trabalho delas.
G1
