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Novo hábito entre motoristas profissionais impulsionou a operação denominada pesadelo

Viviane Nunes

A utilização do chamado rebite, [substância proibida e normalmente utilizada para tirar o sono] por parte dos caminhoneiros, principais usuários de estradas federais, tem deixado de ser o principal problema em rodovias dando lugar a uma substância um tanto quanto mais abrasiva e perigosa: a cocaína. A afirmação foi feita na manhã de hoje pelo superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso do Sul (PRF), Valter Favaro durante entrevista concedida ao programa Bom Dia Mega Notícias, da rádio Mega 94 FM. Segundo ele, a utilização  está ligada a questão do sono, já que a cocaína também desperta o usuário, apesar de causar delírios e outros fatores nada favoráveis ao trânsito.

A questão, segundo ele, é nova e deu incentivo para a operaçã deflagrada há dois dias pela PRF, a chamada Operação Pesadelo, que cumpriu 89 mandados de busca e apreensão em 22 unidades da Federação apreendendo 32 mil comprimidos de estimulantes. Apesar do alto número de produtos apreendidos, a ação teve foco no combate à venda de anfetaminas e também no tráfico de drogas que tem sido uma constante nas rodovias do País. Segundo estimativas da PRF, são motoristas profissionais que consomem vários tipos de substâncias ilícitas para suportarem até 60 horas seguidas ao volante.

Dados oficiai revelam que apenas este ano, de janeiro a agosto, foram 1.302 acidentes envolvendo veículos de carga provocados pelo sono ao volante. O balanço revela ainda 471 feridos e 50 mortos. Em quatro anos, de 2006 até 2010, o total de mortos chegou a 317.

A PRF tem desempenhado, a cada três meses, em conjunto com a Confederação Nacional dos Transportes, o projeto Comando de Saúde nas Rodovias, com palestras e uma série de exames médicos e acompanhamento nutricional. Nas quatro edições do projeto, realizadas este ano foi constatado que 45,5% do 5.393 motoristas profissionais examinados tinham relatos voluntários de carga horária excessiva de trabalho. Pelo menos 7% deles confessaram a utilização de medicamentos impróprios.
  
No Estado de São Paulo, há dois anos a Polícia Rodoviária Federal tem desenvolvido um projeto pioneiro na coleta de urina de motoristas para análises clínicas. De novembro de 2008 a abril deste ano foram 529 examinados. Destes, 10,8% dos casos apontaram consumo de maconha, cocaína, crack, anfetaminas ou outras combinações destes entorpecentes.

Fonte: Correio do Estado (MS)