Em 2009, o percentual do rendimento do trabalho no Estado foi de 6,7% em relação ao rendimento dos trabalhadores do País. Em 2002, o percentual era de 6,4%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), tendo como base os anos de 1995, 2002 e 2009. Período, segundo o Instituto, ”de recente estabilização monetária, resultado da implantação do Plano Real, em 1994”.
No País, a participação do conjunto dos rendimentos do trabalho na renda nacional apresentou dois resultados bem diferentes. Entre 1995 e 2002, a participação dos salários em relação ao PIB decresceu 11,8%, passando de 48% da renda nacional para 42,4%. Já entre 2002 e 2009, houve um crescimento de 42,4% para 43,4%: elevação de 2,5%. No Paraná, a participação do rendimento do trabalho permaneceu estagnada entre 1995 e 2002 (6,4%) e ascendeu a 6,7% no próximo período.
De acordo com o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), Cid Cordeiro, a queda nos rendimentos no trabalho do Brasil logo na sequência da implantação do Plano Real é justificada pela crise econômica entre os anos de 1997 e 1999 e a queda da renda dos brasileiros. ”O PIB do País estava crescendo em torno de 2,5%. Já a partir de 2003, houve uma valorização do salário mínimo e um crescimento do PIB que ficou em média de 4%”, relata.
Em relação ao impulso do Paraná no período, Cordeiro salienta que o Estado passou por um processo de diversificação da indústria, aumento dos investimentos em diversos setores e maturação do polo automotivo. ”Houve maior geração de empregos, aumento de renda, melhoria dos acordos salariais com aumento real para diversas classes e até políticas de recuperação salarial para os servidores do Estado. Realmente, foi uma evolução bastante significativa”, observa.
No Paraná, um estudo do Ipea divulgado recentemente registrou uma remuneração do trabalho de R$ 1.239,50 em 2009. O valor é maior do que a média do País, de R$ 1.116,39 e menor do que da região Sul, de R$ 1.261,30. O aumento no Estado em comparação a 2001 foi de 14%, enquanto a média nacional teve aumento de 7,4% e a regional Sul, 15,6%.
