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A troca velada de críticas e provocações entre os dois principais candidatos ao governo do Paraná, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT), marcou o terceiro debate na televisão na corrida eleitoral 2010. Transmitido pela RIC TV na noite desta segunda-feira (20), o esperado confronto direto entre Richa e Dias aconteceu apenas duas vezes, mas os candidatos tiveram que respeitar o tema sorteado na hora da pergunta, o que acabou engessando um pouco o embate. Também participaram os candidatos Luiz Felipe Bergmann (PSol) e Paulo Salamuni (PV)

Beto Richa reclamou do adversário Osmar Dias durante o debate. “Vamos manter uma campanha limpa e propositiva, ao contrário do adversário, que prefere ataques em ato de desespero para ser governador do Paraná a qualquer custo. Eu estou do mesmo lado, quem mudou de lado foi ele, que optou por se unir ao adversário”. Para Richa o foco da campanha de agora em diante será na população da grande Curitiba. “Vamos manter o mesmo ritmo acelerado até o dia 3 de outubro, dedicando mais tempo a Curitiba e Região Metropolitana”.

Osmar Dias disse que seguirá com sua campanha baseada em propostas e aproveitou para cutucar o adversário. “Vou continuar mantendo a linha que está dando certo até agora, enquanto a imagem de bom moço do meu adversário se acaba em uma noite. A campanha está ganhando corpo e força pelas nossas propostas e pelo time que temos: Lula, Dilma, Gleisi e Requião”. Dias falou sobre alguns momentos polêmicos do debate. “Não ataquei meus adversários, só fiz constatações. O problema da Caximba não foi resolvido e que ele deixou a prefeitura com um ano e quatro meses de mandato. Além disso ele deve ter esquecido do candidato a presidente dele, porque não diz o nome dele há muito tempo”.

Para Paulo Salamuni (PV), os dois principais candidatos ficaram em situação desconfortável ao se criticaram, visto que até pouco tempo eram aliados. “Foi visível o constrangimento entre os dois candidatos, uma vez que ao se criticarem invariavelmente falavam de alguém de quem eram aliados até pouco tempo”.

Luiz Felipe Bergmann usou a mesma frase/bordão de outros debates para analisar o encontro desta segunda. “O tio cowboy e o sobrinho playboy apresentam o mesmo projeto. Essa é uma forma divertida de mostrar que eles fazem parte da mesma família. Eu sou lutador pelas causas das periferias, de trabalhadores. Não estou atrás de cargos, mas sim quero debater projetos”.

O debate

O pedetista aproveitou a primeira pergunta, feita a ele por Richa, sobre educação, para dizer que o PSDB “praticamente proibiu as escolas profissionalizantes” e que o governo Lula foi o responsável por reimplantá-las. O ex-prefeito de Curitiba respondeu dizendo que Dias já fez parte do PSDB e que o mesmo votou a favor da PEC contrária ao recebimento dos 40% de FGTS para os trabalhadores demitidos sem justa causa.

O contra-ataque de Dias veio na terceira rodada de perguntas, quando o tema era agricultura e Paulo Salamuni havia perguntado sobre a posição do pedetista quanto às mudanças no código florestal. “Ao contrário do PSDB, quando erro eu reconheço”, disse, afirmando que mudou de opinião quanto à PEC quando percebeu que prejudicaria os trabalhadores. Sobre o código florestal, Osmar Dias disse ser contrário à votação das mudanças como são propostas hoje e prometeu despoluir o rio Iguaçu por completo.

Já Luiz Felipe Bergmann aproveitou a pergunta para Beto Richa, sobre cultura, para dizer que tanto o candidato do PSDB quanto o do PDT têm a mesma proposta de governo. “Você precisa estudar melhor”, respondeu Richa, citando projetos feitos durante seu mandato como prefeito, como a reforma do teatro Novelas Curitibanas. O tucano teve como mote durante este debate a promessa de fazer pelo Paraná o que fez pela capital.

A Copel e a Sanepar também foram abordadas pelos dois principais candidatos ao governo. Enquanto Richa, na pergunta referente à gestão pública, disse que precisa de servidores empenhados em ajudar nas propostas de governo e que quer acabar com a politicagem, Osmar usou a réplica da pergunta feita sobre portos para Bergmann para elogiar os dirigentes das duas empresas. “É preciso fortalecê-las e valorizar os servidores, enquanto tem gente que quer vender empresas públicas”, disse.

No segundo confronto direto entre os dois, o pedetista perguntou a Richa sobre as propostas sobre o tema. O tucano disse que pretende fazer parcerias com o governo federal e que, como prefeito de oposição, conseguiu mais recursos para a capital do que o governador, “que se dizia amigo do presidente”.

A última troca de farpas entre os candidatos aconteceu no quarto bloco do debate. Questionado por Bergmann sobre as propostas para a terceira idade, Dias disse que sempre vota a favor da população, independente de interesses partidários. “Eu costumo fazer tudo por inteiro, não faço nada pela metade”, disse, em referência a Richa, eleito em 2008 para a prefeitura da capital.

Beto Richa, também questionado por Begmann, mas dessa vez sobre ensino superior, disse sempre ter valorizado os professores e que o adversário o quis colocar contra eles. “Meu pai, José Richa, sempre respeitou os professores, e não é minha família que deve explicações quanto ao tratamento dado a eles”. O tucano reiterou a nomeação de Flávio Arns, seu vice, como secretário de educação caso seja eleito.