Ministério Público do Trabalho tentou mediar negociação, mas os patrões insistem em oferecer migalhas aos trabalhadores
Os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Paranaguá estão prontos para entrar em greve nesta segunda-feira. A empresa Viação Rocio se nega a dar um reajuste no salário maior que 1% acima da inflação e por esse e outros motivos os empregados se preparam para cruzar os braços nesta segunda-feira, dia 1º.
O aumento exigido pelos trabalhadores representados pelo Sindicap (Paranaguá) é de 10%, que é hoje a média dos aumentos conquistados pelos trabalhadores em transporte urbano nas cidades do Paraná. Além disso, os trabalhadores não aceitam a diferença de piso, que faz com que nos dois primeiros anos o salário de cobradores e motoristas seja inferior ao Salário Mínimo Regional.
Além da questão salarial, os trabalhadores reivindicam um aumento na cesta básica para R$ 275,00 e na gratificação dos motoristas que acumulam o trabalho de cobrador, que atualmente é de míseros 50 centavos a hora. A reivindicação é para que seja elevado para R$2,50 (a proposta de aumento da empresa para esta gratificação é de 4 centavos).
Com a decisão da assembleia de trabalhadores de recusar a proposta de 7,8% de aumento, o Sindicap e a Fetropar procuraram o Ministério Público do Trabalho (MPT) para mediar o conflito, em reunião que ocorreu na tarde desta sexta-feira (29).
Após o esclarecimento da negociação a Procuradora do Trabalho Viviane Dockhorn Weffort propôs como mediação do conflito o reajuste de 8,5% no salário e um aumento diferenciado de 10% na cesta básica. O Sindicap só poderia aprovar alguma proposta após consultar a assembleia de trabalhadores. No entanto, a Viação Rocio negou a proposta de imediato, travando as negociações.
Os patrões têm um prazo de 24h (até este sábado) para mudar de ideia e apresentar nova proposta para ser avaliada na assembleia desta segunda. O sentimento de mobilização é forte na categoria que aprovou por unanimidade o indicativo de greve.
Além da Fetropar, representantes do Sindimoc, Sindeesmat e Sintracarp de Curitiba estiveram presentes para dar apoio à luta dos trabalhadores de Paranaguá.
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