NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

 Após mais de cinco anos de discussões, o microsseguro deve finalmente sair do papel em 2012. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) aprovou o marco regulatório para o segmento e a expectativa é que várias seguradoras comecem a se movimentar, inclusive estrangeiras. 
O objetivo é ofertar apólices (emitidas em formato de bilhetes) de pequeno valor feitas sob medida para a população de baixa renda. A escala de prioridades do mercado brasileiro é oferecer seguros de acidentes pessoais, funeral, prestamista (que cobre inadimplência em financiamentos), vida, residencial, automóvel, rural, saúde, etc. 
As projeções apontam para um público potencial de 120 milhões de pessoas. ”É uma área que nos interessa. É uma super oportunidade”, avalia o presidente da seguradora inglesa RSA, Thomas Batt. 
A Susep facilitou as regras e passou a permitir que seguradoras criem companhias dedicadas ao microsseguro com capital mínimo de apenas 20% do exigido a uma seguradora tradicional, que varia conforme a região de atuação. Para uma seguradora com atuação nacional, são exigidos R$ 15 milhões em capital, ou seja, R$ 3 milhões para uma companhia especializada em microsseguros com autorização para operar em todo o Brasil. ”É um valor acessível. Pretendemos abrir as portas para novas companhias ingressarem no Brasil ou regularizarem sua atuação no País”, diz Luciano Portal Santanna, superintendente da Susep, sem estimar quantas seguradoras podem ser criadas sob este formato. 
A Susep vai permitir ainda a venda das apólices por canais alternativos, como correspondente bancário – possibilidade que não é permitida para seguros tradicionais, que só podem ser comercializados por corretores -, e também via celular ou internet. 
Sobre a possibilidade de a crise financeira internacional inibir a entrada de mais companhias no Brasil – como aconteceu com a israelense Direct Insurance, que está em busca de um terceiro investidor para poder dar sequência nos planos de se estabelecer no País -, Santanna garante que a autarquia monitora o cenário global para ver se problemas com seguradoras no exterior não poderiam impactar de alguma maneira a indústria brasileira. ”Até o momento, não há nenhum sinal de crise nas operações de grupos internacionais que possa refletir aqui”, avalia. 
 
Projetos especiais 
Já há algumas iniciativas de vender seguros à população de baixa renda por meio de projetos especiais. No morro Santa Marta, no Rio, há um projeto da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNseg), que teve adesão de 17 seguradoras. A Bradesco Seguros é uma delas, comercializando seguros de vida. A seguradora ainda não oferta microsseguros, mas tem 1,2 milhão de clientes com apólices que seguem um conceito similar. 
De acordo com Eugênio Velasques, diretor executivo do Grupo Bradesco Seguros, o objetivo é expandir a oferta de seguros populares para outras comunidades. No entanto, a seguradora ainda não definiu se criará uma companhia voltada para microsseguros. ”Há dois caminhos: por meio de uma seguradora específica ou através da subsegmentação das carteiras existentes, definindo produtos e ramos de atividade”, explica. 
A Bradesco Seguros espera a divulgação das regras de operacionalização pela Susep, que devem sair no começo deste ano, para definir a sua estratégia de atuação.