NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

O hacker Walter Delgatti prestou depoimento à CPMI dos Atos Golpistas nesta quinta-feira (17) e fez diversas afirmações que, se comprovadas, comprometem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Delgatti foi preso em 2 de agosto por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ficando reconhecido nacionalmente me 2019 quando vazou mensagens das autoridades envolvidas na operação Lava Jato, episódio conhecido como Vaza Jato.

O hacker foi convocado à CPMI após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal que também mirava a deputada Carla Zambelli (PL-SP). O intuito da operação é esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Entre os documentos forjados, havia um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

À CPMI, nesta quinta-feira, o hacker realizou sete afirmações que colocam Jair Bolsonaro no centro das irregularidades cometidas em relação às eleições de 2022:

1. PERDÃO PRESIDENCIAL

“A ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal [Daniel Silveira, preso após fazer uma ameaça ao ministro Edson Fachin, do STF]. E como eu estava com o processo da [Operação] Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia”

2. GRAMPOS CONTRA ALEXANDRE DE MORAES

“Segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”

3. EMPREGO NA CAMPANHA DE BOLSONARO

“Ela [Zambelli] disse que havia uma oportunidade de emprego para mim, no caso, seria na campanha do Jair Bolsonaro, do ex-presidente”

4. CÓDIGO-FONTE FALSO

“Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE. E que nesse código-fonte eu inserisse essas linhas, que eles chamam de ‘código malicioso’, porque tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição”

5. SEGUINDO ORDENS DO PRESIDENTE

“Sim, eu sabia [que estava fazendo coisas erradas]. Lembrando que era ordem de um presidente da República. […] Então, eu estava… tanto que eu entrei em contato com a ‘Veja’ e relatei isso por medo”.

6. MANDADO DE PRISÃO FALSO PARA ALEXANDRE DE MORAES

“Fui eu [o responsável por inserir o mandado falso no sistema]. A deputada me enviou um texto pronto, eu corrigi alguns erros e contextualizei, e publiquei a decisão. Ela me enviou [o texto], quem fez eu não sei”

7. RELATÓRIO SOBRE AS URNAS

“Tudo isso que eu repassei a eles consta no relatório que foi entregue ao TSE. Eu posso dizer hoje que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse, não tem nada menos e nada mais”

LUANA VIANA Estágiaria. Graduanda em jornalismo pelo UniCEUB e Graduada em Letras Português pela UnB.