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Concorrente da TetraPak na área de embalagens começa com capacidade máxima e quer abocanhar de 15% a 20% do mercado

Cerca de quatro anos após os primeiros anúncios de sua vinda ao Brasil, a fabricante de embalagens cartonadas assépticas (longa vida) e máquinas de envase de alimentos e bebidas SIG Combibloc, do grupo neozelandês Rank, inaugurou ontem sua primeira unidade no país, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. Ocupando apenas 10% do terreno de 130 mil metros quadrados, às margens da BR-277, a empresa começa neste mês com sua capacidade máxima instalada de 1 bilhão de embalagens/dia e planos de ampliação que vão dobrar essa produção até 2013. O investimento de 90 milhões de euros nasce com players importantes como clientes, incluindo Fri­mesa (leite condensado), Batavo (leites especiais e de soja), Cemil e Piá, ambas da área de lácteos. No caso da gaúcha Piá, o fornecimento já é 100% SIG.

Mercado

Principal concorrente da TetraPak aqui e também no cenário global, a SIG pretende atingir de 15% a 20% do mercado brasileiro em dez anos – fatia similar à que possui no mercado global, atrás dos cerca de 60% da TetraPak, mas ainda bem abaixo dos 25% a 55% que detém na Europa.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Canadean, a partir de estudos encomendados pela SIG, o Brasil é o segundo maior mercado de embalagens longa vida no mundo, perdendo apenas para a China. “O país consumiu 8 bilhões de litros em 2010 e deve crescer, segundo nossos estudos, 6,4% ao ano até 2014, mais de 50% da média mundial, o que significa cerca de 21% do crescimento mundial em volume”, ressalta o CEO da empresa, Rolf Stangl. Na demanda por embalagens para bebidas não cabornatadas (sucos, néctares e bebidas à base de soja), a estimativa é de que ela seja de 600 milhões de litros até 2014, algo que representaria 23% do crescimento mundial previsto. Stangl não revela fatias atuais da SIG no mercado brasileiro, mas salienta que a participação ainda é menor do que na China, onde já possui mais de 10% do segmento. Um dos principais trunfos na concorrência com a TetraPak estaria em uma melhor qualidade de impressão, com cores mais vivas.

A escolha de Campo Largo, segundo Stangl, se deu muito mais pelas facilidades logísticas e de infraestrutura da região, como também pela qualidade da mão de obra, do que por incentivos fiscais do governo estadual – a SIG está entre as empresas com negociação dentro do Paraná Competitivo, programa de redução e ampliação de pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Emprego

Segundo o diretor-presidente da empresa na América do Sul, Ricardo Lança Rodriguez, a unidade deve contratar 225 funcionários até o fim de 2011 e chegar a 300 até 2013, quando a SIG vai instalar mais uma linha, dobrando a produção e chegando a 2 bilhões de embalagens/dia. “A maior parte, cerca de 80%, é de Campo Largo mesmo”, afirma Rodriguez. Há também algumas equipes que vieram da Europa e permanecerão por mais tempo para manter a qualidade global da produção. Parte dos funcionários brasileiros também passou por um treinamento de cinco meses na Europa para manter esse padrão, que deve receber certificações ISO 14000 e FSC até o início do ano que vem.

A matéria-prima da SIG, o papel com as diferentes camadas que formarão as embalagens longa vida, está vindo da Europa. Segundo Rodriguez, a empresa está em negociação com a Suzano Papel e Celulose e a Klabin, esta com unidade também no Paraná, em Telêmaco Borba, para o fornecimento do material. “Em termos de custos ainda não sei dizer se o papel brasileiro será mais barato, mas sabemos que a logística fica facilitada”, diz Rodriguez. As máquinas de envase usadas pelos clientes da SIG também são fabricadas por ela e vêm de uma unidade na Alemanha.