Para o presidente do Sindicombustíveis, este tipo de fraude – onde uma placa de circuito é instalada em cada bico de bomba, podendo ser controlada por controle remoto – pode ser maior do que se imagina. Ele reforçou que a adulteração de bombas também pode estar ocorrendo em outras cidades do Estado, inclusive em Londrina e Maringá. ”Infelizmente estas práticas ilícitas estão se tornando cada vez mais eficazes, lesando uma maior quantidade de consumidores. E a fiscalização, por outro lado, não é tão rígida da mesma forma. Os casos da região de Curitiba foram divulgados mas certamente o esquema também atinge postos do interior do Paraná”, completou Fregonese.
Fiscalização
Depois das denúncias apresentadas pela reportagem do programa Fantástico, no último domingo, equipes de fiscalização do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e policiais da Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) começaram ontem, em Curitiba e região, a vistoria dos cerca de 40 postos de combustíveis que trabalhavam com a empresa Power Bombas Manutenção e Instalação, com sede na Rua Iriri, no Bairro Alto, na capital, de propriedade de Cleber Onésio Alves Salazar. Ele, o sócio, Antonio Guebur, e o funcionário Altair de Lima não tinham sido encontrados até o final da tarde de ontem. Na sede da empresa, a polícia apreendeu dois computadores e placas eletrônicas.
O Ministério Público pediu a prisão temporária de Salazar no final da tarde de ontem. Policiais do Gaeco informaram que ele deverá se apresentar espontaneamente esta manhã na sede da delegacia em Curitiba. Ontem, a polícia apreendeu dois computadores e algumas placas eletrônicas na sede da empresa, também no Bairro Alto.
No primeiro posto de combustível vistoriado pelas autoridades foi encontrada uma bomba com irregularidade, mas os fiscais não consideraram o problema uma fraude. Havia uma modificação na bomba que foi apontada como uma falha na regulação do aparelho. A placa eletrônica que estava instalada no estabelecimento terá seu software analisado nos próximos dias.
”Fraudes eletrônicas são sofisticadas e difíceis de serem flagradas. Fizemos a apreensão e agora a perícia do Inmetro vai averiguar a placa”, destacou o presidente do Ipem, Rubico Camargo. ”A empresa Power Bombas não tem mais autorização para fazer manutenção das bombas. Além disso, os postos que recebiam consultoria de Cleber terão que informar ao Ipem qualquer novo procedimento”, completou.