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O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv), Marcelo Urbaneja, disse que ”seria ingênuo dizer que não há perseguição contra funcionários na CMTU” e que a proposta do sindicato é criar uma comissão para apurar casos de assédio moral. ”Seria composta por representantes da sociedade civil, Câmara e dos servidores para acompanhar esses e inibir novas situações como essas”, afirmou Urbaneja. 
Agentes ouvidos pela FOLHA, no entanto, estão descontentes com a atuação do sindicato e tentam criar aqui uma filial do Sindiurbano, sindicato com sede em Curitiba que congrega agentes de trânsito da capital. Uma assembleia para criação do sindicato foi convocada, mas o Sindserv obteve liminar da Justiça do Trabalho para impedir a criação. 
”Há mais de cinco anos que estou na CMTU e o sindicato nunca serviu para nada”, criticou um agente. ”Há um alinhamento com a diretoria da CMTU em vez da defesa dos funcionários”, completou o mesmo funcionário. Outro servidor disse que o grupo de agentes que fez denúncias em relação às perseguições procurou o sindicato para obter apoio. ”Eles prometeram ajudar, mas no dia em que estávamos na Câmara um diretor do sindicato tentou esvaziar o movimento para que não fizéssemos as denúncias.” 
Urbaneja, no entanto, atribuiu as críticas a um grupo de ”20 ou 30 agentes insatisfeitos” e atesta que a entidade tem trabalhado na CMTU. Ele disse que o sindicato tentou interferir em algumas demissões, mas teria obtido sucesso ”em um ou dois casos”. ”A presidência da CMTU voltou atrás.” Tal informação não é confirmada pelos agentes ouvidos pela reportagem. 
O presidente do Sindserv disse que na CMTU há uma cultura de grupos de servidores concursados e comissionados de se aproximar dos dirigentes para obter poderes e as vantagens dos cargos de chefia. ”Há pessoas que estão há muito tempo – passando por vários governos – em cargos de chefia. Tem uma turma que sempre se dá bem”, avaliou. ”Então temos preocupação com o assédio dos chefes, mas também com o assédio horizontal, que parte do servidor promovido a um cargo comissionado, que também pressiona os servidores.” 
Quanto à possibilidade de criação do Sindurbano em Londrina, o presidente do Sindserv afirmou que isso somente poderia ocorrer se a maioria dos agentes aprovasse a medida em assembleia convocada pelo Sindserv para este fim e por isso recorreu à Justiça.