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Milhares de vagas estão em aberto no Paraná à espera de profissionais. E esse apelo é feito por diferentes setores: dos supermercados às empresas de conservação e limpeza, passando pela construção civil e atingindo, inclusive, o setor de bares e restaurantes que oferecem remunerações ainda mais atraentes.

Até mesmo para quem não tem muitos anos de estudo. Aliás, a exigência de escolaridade está gradativamente ficando menos rigorosa para muitas dessas vagas.

Funções como caixas de supermercados que antes tinham como pré-requisito mínimo ter completado o Ensino Médio, agora, solicitam formação apenas até a 5.ª ou 6.ª séries do Ensino Fundamental.

“Tem estabelecimentos em que se o candidato souber ler e fazer as quatro operações já conquista o emprego, tamanha a dificuldade de se conseguir pessoal”, relata o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris. “Apesar de ter passado o pico de movimento por conta das festas de final de ano, os supermercados paranaenses seguem com a defasagem que enfrentamos ao longo de 2010, de aproximadamente três mil vagas, das quais praticamente a metade é em estabelecimentos de Curitiba e Região Metropolitana (RMC).

Costumo dizer que o Natal agravou a situação, mas que desde o início do ano, voltamos ao normal, ou seja, sem profissionais suficientes para o nosso setor”, constata Rovaris.

“A dúvida fica sobre os percentuais de desemprego no Estado, queria saber onde está essa gente”, questiona. A ausência de profissionais também é uma questão que tem exigido muita atenção da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “A situação é tão crítica que aposto que não encontramos um bar ou restaurante que esteja com o quadro de funcionários 100% completo, sobretudo na capital”, ressalta o diretor executivo da Abrasel, Luciano Bartolomeu.

O problema se repete, com mais gravidade, em atividades menos atraentes como as relacionadas à limpeza. De acordo com o Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Paraná (Seac-PR), 10% do efetivo de pessoal está em aberto.

“Na minha empresa, na função de coletores de resíduos, o déficit de pessoal chega a 20%. Além de não encontrar profissionais, nossa taxa de retenção é cada vez menor, pois compete com vagas na indústria ou em serviços”, reclama o diretor da empresa Saneamento Ambiental S/A (Sanetran), Luiz Carlos Poli.

Salários foram reajustados

Nos três segmentos, o reajuste nos salários de ingresso foi imperativo para tornar as vagas mais interessantes, porém, a falta de profissionais segue limitando a expansão dos negócios.“Os salários pagos pela rede supermercadista aumentaram, em média, 25% em 2010, mesmo assim não conseguimos preencher as vagas”, explica Rovaris.

No caso dos bares e restaurantes, a situação conta com mais um agravante, a expectativa dos candidatos. “Como é um setor reconhecido por pagar um pouco melhor, quem está começando chega na entrevista exigindo remuneração de veteranos. Mas já é comum verificar garçons profissionais com remuneração de R$ 3 mil, tamanha a importância deles para o sucesso do estabelecimento. Um bom garçom vale por três, logo, merece ganhar três vezes mais”, defende Bartolomeu.

Novatos também têm espaço

A valorização dos profissionais que trabalham em bares e restaurantes também atinge os novatos. Segundo a Abrasel, na função de atendente, por exemplo, a remuneração passou de R$ 540 para R$ 610 e há lugares que já oferecem até R$ 900 como piso de ingresso.

“Os contratantes têm dispensado exigências de outrora como idade ou melhora escolaridade, em troca de gente interessada em trabalhar no setor e com dom para trabalhar no salão ou na cozinha”, assegura o diretor executivo da Abrasel, Luciano Bartolomeu. “Quem quiser trabalhar, tem emprego garantido”, anuncia.

Na área de limpeza, os empresários do setor vislumbram duas soluções: capacitação ou mecanização. “Pagamos integralmente a insalubridade, que é 40% sobre o salário de R$ 650, que acabamos de reajustar em 15%. Também oferecemos diversos benefícios e mesmo assim não atraímos pessoal”, afirma o diretor da empresa Saneamento Ambiental S/A (Sanetran), Luiz Carlos Poli.

Em alguns dos 12 municípios onde a Sanetran atua, os funcionários, em média, não completam cem dias na empresa. “No interior eles ficam um pouco mais, mas na Grande Curitiba, com a industrialização dos municípios, há lugares como Almirante Tamandaré em que a média de permanência dos coletores fica em 90 dias”.
Cursos

O Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Paraná (Seac-PR), na tentativa de reduzir a escassez de profissionais, desenvolveu uma parceria com a Fundação de Asseio e Conservação do Paraná (Facop) para capacitar pessoas interessadas em atuar em serviços que vão de jardinagem à serventes de obras. Os cursos são gratuitos. Informações pelo telefone: (41) 3699-0090.

Fonte: Paraná Online