Ontem, os sete mil trabalhadores dos cinco canteiros (ou sítios como são chamados pela categoria) foram consultados em assembleias que ocorreram durante todo o dia. A maioria decidiu não aceitar a contraproposta do Consórcio e deflagrar a paralisação na segunda-feira.
Em dois pontos, tidos como principais pelos trabalhadores, não houve acordo. Um é sobre o período de intervalo das baixadas (quando o trabalhador deixa o local de trabalho, afastado, e vai visitar sua família). A proposta do sindicato é de reduzir o intervalo de seis para três meses. O CCBM manteve os seis meses (180 dias) aumentando a duração de nove para 19 dias. No entanto, esses dez dias a mais corresponderiam à antecipação das férias.
Avanços
Apesar das divergências, em outros pontos houve concordância e avanços como: pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR); equiparação salarial; instalação de telefonia móvel nos canteiros; melhoria no transporte para deslocamento do pessoal; limpeza e conservação dos uniformes será assumida pela empresa; instalação containers com representantes do sindicato em todos os sítios, durante todos os turnos; assistência médica com convênio em um hospital da região para o trabalhador e dependentes; abono das paralisações anteriores.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao ser questionado sobre o fato, enfatizou que “o governo negocia permanentemente”. “Sempre temos preocupação com a construção de nossas hidrelétricas, mas vamos negociando e vencendo os problemas que existem.”
Lobão falou da importância da construção da hidrelétrica. “Belo Monte vai produzir energia suficiente para abastecer 40% de todas as residências do Brasil. Ou nós construímos hidrelétricas, ou vamos ter que construir térmicas poluentes e por preço mais alto.”
Deborah Moreira, da Redação do Vermelho São Paulo
