Os sindicatos de trabalhadores dos principais portos do país se encontram hoje para debater uma greve que pode paralisar a maioria dos terminais administrados pela União. A paralisação pressionaria o governo a quitar parte da dívida, de mais de R$3 bilhões, que a União tem com o fundo de pensão da categoria, o Portus. A greve é defendida pelo Sindicato dos Empregados na Administração Portuária de Santos, mas divide outras entidades.
– Entendemos que ainda é possível o diálogo com o governo federal. Achamos que a presidente Dilma Rousseff honrará o compromisso assumido pelo ex-presidente Lula com a categoria – diz o presidente dos Sindicato dos Portuários do Rio, Sérgio Magalhães Giannetto.
Os sindicalistas cobram R$150 milhões que não teriam sido pagos ao fundo, como parte de um compromisso de aporte de R$400 milhões feito por Lula. Desde 2008, o governo repassou R$250 milhões em duas parcelas para o Portus, a título de recomposição de contribuições atrasadas. Os R$150 milhões seriam fundamentais para a sobrevivência do fundo e a continuidade de seu processo de reestruturação, iniciado em agosto, quando a Secretaria Especial de Portos (SEP) decretou a intervenção no Portus. A SEP não quis se pronunciar, alegando que as negociações estão em andamento.