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RIO DE JANEIRO (Reuters) – Trabalhadores responsáveis pela construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras, continuam em greve nesta quarta-feira, com previsão de manter a paralisação até que suas reivindicações –ou pelo menos parte delas– sejam atendidas.

As obras do maior projeto industrial da história da Petrobras estão paradas desde segunda-feira, quando os empregados iniciaram protesto por melhores condições de trabalho.

Cerca de 8,5 mil trabalhadores aderiram ao movimento, segundo o sindicato que os representa na região. A Petrobras, que havia falado em 5 mil grevistas anteriormente, não forneceu uma nova avaliação do movimento nesta quarta-feira.

Uma nova assembleia está prevista para esta quinta-feira. Os empregados deverão manter a paralisação se as empreiteiras contratadas pela estatal não oferecerem alguma proposta, disseram sindicalistas envolvidos nas negociações.

‘Se nada for feito amanhã, manteremos a mesma posição até o dia 16, depois do feriado’, afirmou Manoel Vaz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção em São Gonçalo, Itaboraí e Região.

Os trabalhadores das obras do Comperj pedem equiparação salarial com trabalhadores que exercem as mesmas funções em outras unidades da Petrobras na mesma região. O valor do reajuste pode variar de 5 por cento a 20 por cento, dependendo da atividade.

Outra queixa é a falta de alojamentos adequados, segundo sindicalistas. Os trabalhadores também exigem gratuidade do plano de saúde para a família.

A Petrobras disse que a negociação cabe às empresas que contratou para as obras, entre as quais grandes construtoras como Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. Techint, Engevix e Promon também fazem parte do projeto.

Trata-se de mais uma grande obra do país que enfrenta protestos de trabalhadores. No começo deste ano, uma manifestação violenta interrompeu as obras da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, também lideradas pela construtora Andrade Gutierrez.

Também o empresário Eike Batista, do conglomerado EBX, teve de pressionar empreiteiras para que chegassem a um acordo que desse fim a uma greve no seu Superporto do Açu.

O Comperj abrigará duas refinarias e uma planta petroquímica. A primeira refinaria terá capacidade para processar 165 mil barris diários de petróleo, com previsão de entrar em operação em 2013. A segunda refinaria está prevista para 2018.

(Reportagem de Sabrina Lorenzi)