As propriedades produtoras de fumo continuam sendo um dos principais entraves para a erradicação do trabalho infantil no Paraná. O Ministério Público do Trabalho (MPT) estima que existam cerca de 80 mil crianças trabalhando nas lavouras de fumo do Estado.
O trabalho infantil, segundo o MPT, seria o único recurso utilizado por pequenos produtores para tentar quitar dívidas assumidas com a própria indústria tabagista. Nos três estados do Sul, a estimativa é de que 186 mil produtores atuem na produção de fumo.
De acordo com a procuradora do MPT, Margarete Matos de Carvalho, atualmente a média é de duas crianças trabalhando em cada propriedade. Para a procuradora, levando em conta o último levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que apontou a existência de 40 mil propriedades que cultivam o fumo no Paraná, o número de crianças exploradas é preocupante.
Para a procuradora, uma das medidas para tentar evitar a exploração do trabalho infantil nas áreas rurais é a adoção de políticas públicas que ofereçam assistência técnica para agricultores do regime de propriedade familiar. “A falta da presença do Estado faz com que os produtores fiquem vulneráveis à atividade nefasta das indústrias tabagistas”, afirma.