Segundo a desembargadora, que chegou a ficar com voz embargada e se esforçou para não chorar durante encontro com jornalistas, “as suspeitas lançadas pelo presidente da OAB-RJ atingiram quase 6.000 honrados e dedicados servidores e magistrados, ativos e inativos”, do Tribunal. O Coaf divulgou ontem que um servidor do TRT-RJ movimentou R$ 282,9 milhões em 2002. Não se sabe a origem desse dinheiro. Antes de se tornar servidor da Justiça do Trabalho, ele teria sido um ex-doleiro e sócio de uma casa de câmbio. O homem chegou a ser preso durante uma operação realizada pela Polícia Federal.
Maria de Lourdes afirma que não cabe a ela, mas sim ao Ministério Público Federal, perguntar ao Coaf o nome do servidor Por isso, ela encaminhou hoje ofício ao Coaf em que pergunta se, quando identificou a movimentação atípica, o órgão informou ao TRT-RJ. Maria de Lourdes também enviou ofício ao Ministério Público Federal pedindo que, caso ainda não esteja investigando o caso, comece a fazer isso imediatamente. “Não tenho conhecimento de nenhum funcionário do TRT-RJ que tenha sido preso desde 2002, nem o Tribunal foi comunicado sobre qualquer movimentação atípica (de dinheiro por seus funcionários)”, afirmou Maria de Lourdes, que não pretende tomar qualquer medida judicial contra Damous.
O presidente da OAB-RJ afirmou que não fez acusações genéricas, mas cobrou o fim do sigilo de informações que podem envolver dinheiro público. “Pode ser que não haja nenhuma irregularidade na movimentação do dinheiro por esse funcionário, mas é preciso vir a público e esclarecer”, afirmou.