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Enquadrado pela presidente da República, Dilma Rousseff, para ser mais afirmativo contra a campanha do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), por um salário mínimo maior que os R$545 do governo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, busca hoje uma alternativa que amenize o mal-estar criado com o Planalto. A ideia é que a bancada se posicione a favor dos R$545 defendidos pelo governo, mas, sem fechar questão, seja liberada para votar.

Dessa forma, o ministro – que tem dito a membros do partido ser favorável a um salário maior que os R$545 do governo – não ficará “exposto, e nem o partido, contra a parede”, disse uma fonte do PDT.

Na prática, porém, Lupi adotou o silêncio e, nos bastidores, tem manifestado sua opinião a favor de um aumento maior, como pleiteia Paulo Pereira da Silva. A posição desagradou ao governo, que isolou o Ministério do Trabalho das discussões, ao contrário de anos anteriores.

Ele só foi chamado para participar de uma reunião para discutir o assunto com as centrais sindicais no início deste mês em São Paulo. Não houve acordo no encontro, coordenado pelos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria da Presidência da República) e Guido Mantega (Fazenda). No fim, Lupi não deu entrevista.

Na sexta-feira, o ministro recebeu um telefonema da presidente cobrando ação por parte do ministro, no sentido de defender junto à bancada do PDT o piso de R$545.

Procurada, a assessoria do ministro informou ontem que ele não falaria com jornalistas. Ainda segundo a assessoria, desde a semana passada, Lupi tem dito que ficará do lado do governo na reunião da bancada.

O deputado Paulinho disse que o governo está criando uma briga por “pouca coisa”.

– Como sindicalista, dá até vergonha de ir para a rua e dizer para o trabalhador que esta briga toda é por apenas uma diferença de R$15 por mês, R$0,50 por dia – afirmou Paulinho. (Geralda Doca e Martha Beck)

Fonte: O Globo