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Gerson Klaina/O Estado
Motoristas passaram a atuar como cobradores desde que microônibus substituíram veículos da frota convencional.

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou em primeira votação nesta terça-feira (19), por unanimidade, o projeto de lei que proíbe que motoristas de ônibus acumulem a função de cobrador. O projeto é de autoria do vereador Denílson Pires (DEM). Foram 32 votos a favor, uma ausência e três justificativas. A sessão contou com a presença de motoristas e cobradores, que vibraram bastante com a decisão da casa. O projeto agora passará por uma segunda votação nesta quarta-feira (20) e se for novamente aprovado será encaminhado ao prefeito Luciano Ducci (PSB) para a sanção ou veto.

O autor do projeto revela que a luta para coibir esta prática, que aumentou bastante desde que Curitiba substituiu parte da frota convencional pelos microônibus, já vem ocorrendo há 13 anos. “Felizmente os vereadores se sensibilizaram com a situação que estes profissionais vinham passando. É um absurdo o motorista ter que dirigir, cuidar dos passageiros e se preocupar com o dinheiro da passagem. Isto está causando um aumento de acidentes de trânsito, que está cada vez pior”, argumenta.

Questionado sobre a vitória unânime, o vereador se mostrou surpreso. “Sabíamos que a maioria era favorável à esta ideia, mas não imaginava que todos iriam votar a favor. Estou muito satisfeito com o resultado. Agora é pensar na segunda votação de amanhã, em que a vitória deverá se repetir”, afirma.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira, mostrou-se entusiasmado com a vitória, ainda que parcial. Para ele, o acúmulo de função não traz benefícios para a categoria. “Deixo claro que não sou contra o micro-ônibus, mas ao fato de o motorista estar ocupando uma função em que poderia ter mais um trabalhador. Além disso, a remuneração por motorista é absurdamente baixa. A categoria ganha apenas R$ 0,70 por hora quando está dirigindo um destes ônibus. No final do mês, o acréscimo no salário é de apenas R$ 100,00, isso caso ele fique apenas em linhas onde operam os micro-ônibus”, garante.

Questionado sobre a possibilidade do prefeito vetar o projeto de lei, Teixeira foi enfático: “O prefeito Luciano Ducci não irá barrar uma lei que vai beneficiar o trabalhador”. “Se porventura isto acontecer, iremos mobilizar nossa classe para ir até a prefeitura e conversar com ele”, promete.

Fonte: O Estado do Paraná