Resultado da PNAD Contínua do IBGE indica estabilidade de 7,6% na taxa de desemprego e crescimento do rendimento médio, que chega a R$ 3.078. População ocupada é de 100,6 milhões
por Murilo da Silva
A taxa de desemprego no Brasil se manteve estável em 7,6% no trimestre encerrado em janeiro de 2024 e com isso registrou o menor índice para o período desde 2015, quando marcou 6,9%.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram estabilidade em relação ao trimestre antecedente, agosto a outubro do ano anterior.
Em relação ao mesmo período constatado para o trimestre encerrado em janeiro passado (novembro, dezembro 2022 e janeiro 2023), a taxa também demonstra recuo, pois há um ano ficou em 8,4%.
O 7,6% de taxa de desocupação representa 8,3 milhões de pessoas em busca de trabalho no país.
A estabilidade dos números foi uma surpresa positiva, para analistas de mercado consultados pela Folha de São Paulo. Eles esperavam uma taxa para o trimestre em 7,8%.
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De acordo com a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, “na série histórica da PNAD Contínua, costumamos ter uma estabilidade da população ocupada no trimestre encerrado em janeiro, ou até mesmo uma queda dessa população, fato que não está ocorrendo agora, em 2024. Pelo contrário, vemos uma expansão da ocupação”.
O IBGE observa que o período é marcado pela sazonalidade do mercado de trabalho, com empregos temporários do final de ano que reduzem a taxa e a desocupação voltando a crescer no ano seguinte. No entanto, os números demonstram resiliência com a maior estabilidade averiguada.
“Na série histórica da PNAD Contínua, costumamos ter uma estabilidade da população ocupada no trimestre encerrado em janeiro, ou até mesmo uma queda dessa população, fato que não está ocorrendo agora, em 2024. Pelo contrário, vemos uma expansão da ocupação”, diz Beringuy.
População ocupada
Segundo o Instituto, a população ocupada do país chegou à marca de 100,6 milhões de trabalhadores, alta de 0,4% que representa mais 387 mil trabalhadores em comparação ao último trimestre móvel (ago-set-out). Em comparação com o mesmo trimestre encerrado em janeiro de 2023, a alta é de 2,0%, ou seja, mais 1,957 milhão de trabalhadores no ano.
Rendimento sobe
A pesquisa ainda revela que o rendimento médio dos trabalhadores cresceu 1,6% no trimestre e 3,8% no ano, chegando a R$ 3.078 (descontada a inflação).
Conforme indica o IBGE, com o número de ocupados em alta e o rendimento médio em crescimento, a massa do rendimento também cresceu. O índice subiu 2,1% frente ao trimestre anterior e 6,0% na comparação anual. Isto significa R$ 305,1 bilhões nos rendimentos, um recorde da série histórica da PNAD Contínua (iniciada em 2012).
Apesar do crescimento, Beringuy pondera que a “[alta do rendimento médio] foi impulsionada pelo setor público formal. No setor privado, o aumento do rendimento foi nas categorias dos trabalhadores sem carteira e dos empregados domésticos sem carteira, segmentos mais informais”.
*Com informações IBGE
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