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Ler o artigo do jornalista Pedro Cafardo, um dos criadores do jornal Valor Econômico, sobre a economia brasileira, é um respiro em meio ao discurso dominante na grande mídia de que tudo vai de mal a pior no Brasil. Intitulado “Coisas que acontecem num certo país infeliz”, o artigo foi publicado no último dia 10, mas ainda reverbera nas redes sociais do campo progressista.

Ao longo do texto, Cafardo traça um cenário positivo para o Brasil, sustentado por dados da economia brasileira como inflação, emprego, renda e crescimento que, segundo ele, têm sido amplamente ignorados na grande mídia e de grande parte dos brasileiros que tem reduzido a popularidade do presidente Lula (PT).

Cafardo argumenta que o Brasil vive um momento que, embora imperfeito, é marcado por avanços consistentes.

A inflação média dos dois últimos anos ficou em 4,73% — abaixo da média histórica de 6,5% desde o Plano Real e inferior ao índice registrado durante o governo anterior, que foi de 6,17% ao ano.

renda das famílias mais pobres cresceu 19% no último ano, superando com folga o aumento dos alimentos, de 8%, frequentemente apontado como principal fator de descontentamento entre a população mais vulnerável.

O mercado de trabalho também apresenta sinais robustos, conforme pontua o colunista. A taxa de desemprego caiu para 6,6% no primeiro trimestre e pode chegar a 5,9% até o fim do ano. A informalidade, por sua vez, recuou para 37,9%, uma das menores taxas desde 2015.

Em termos de distribuição de renda, o país registrou o menor índice de Gini da história, ao mesmo tempo em que a renda per capita domiciliar mensal alcançou o maior nível desde 2012.

Um dos dados mais expressivos vem da segurança alimentar. Segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), o número de pessoas em situação de fome caiu de 17,2 milhões em 2022 para 2,5 milhões em 2023 — uma redução de 85% em apenas um ano.

Economia brasileira: PIB resiliente e lucros em alta

No que diz respeito ao crescimento econômico, Cafardo aponta que o Brasil também tem surpreendido. O PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre, superando os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e do G7 (grupo dos sete mais ricos), ambos com expansão de apenas 0,1%. Trata-se de uma sequência de revisões para cima desde 2020, quando se esperava uma recessão de 6,5% e o recuo foi de 3,3%. De lá para cá, as previsões têm sido sistematicamente superadas.

A indústria voltou a crescer (3,1% em 2023) e os lucros empresariais acompanharam: as companhias abertas não financeiras tiveram aumento de 30,3% no lucro líquido no primeiro trimestre de 2024, enquanto os quatro maiores bancos brasileiros cresceram 7,3% em média, com um deles alcançando um salto de 39%.

Economia em alta, percepção em baixa

Cafardo observa, com ironia, que essa melhora tangível não tem refletido no debate público. Ele critica uma peça publicitária de um partido de oposição que sugere que “está tudo caro” — embora a inflação sob o governo anterior tenha sido mais alta que nos dois primeiros anos do atual.

Para o jornalista, o foco excessivo em desequilíbrios fiscais futuros, embora importante, acaba ofuscando avanços reais que afetam o cotidiano da população. “Ou esse país infeliz tem graves falhas na comunicação, ou talvez sua infelicidade e seu pessimismo não venham da economia, estúpido”, conclui, em alusão à célebre frase da campanha de Bill Clinton em 1992.

ICL NOTÍCIAS

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