NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Por PHYLLIS KORKKI

Desde o início dos tempos, ao que parece, as pessoas deixam para amanhã o que podem resolver hoje -repreendendo-se a si mesmas e incomodando os outros por causa disso.
 
Isso não seria um problema, não fosse o fato de que uma hora o tempo se esgota. “Você pode deixar para depois, mas o tempo não fará o mesmo”, já dizia o cientista e estadista americano Benjamin Franklin (1706-1790).
 
No trabalho, a procrastinação tem “custos elevados e visíveis”, segundo o instrutor corporativo Rory Vaden, que cita estudos mostrando que o trabalhador médio desperdiça duas horas por dia em tarefas não profissionais.
 
As pessoas sabem que a procrastinação faz mal para elas, para os outros e para o trabalho, então por que procrastinam? Uma resposta é que elas estão sobrecarregadas, segundo Julie Morgenstern, consultora de produtividade em Nova York e autora do livro “Time Management From the Inside Out” (“Gestão do Tempo de Dentro para Fora”).
 
Tecnologias como e-mail, Facebook e Twitter causam ainda mais distração para alguns.
 
Responder um e-mail banal pode dar uma momentânea sensação enganosa de realização, disse Morgenstern.
 
Com frequência, os procrastinadores são “extremamente preocupados com o que os outros pensam deles”, disse Joseph Ferrari, professor de psicologia na Universidade DePaul, em Chicago, e autor de “Still Procrastinating? The No Regrets Guide to Getting It Done” (“Ainda Procrastinando? O Guia Sem Arrependimentos para Fazer as Coisas”).
 
“A ideia é: ‘Se eu nunca terminar, nunca poderei ser julgado'”, explicou ele.
 
“As pessoas mais produtivas tendem a focar no progresso em detrimento da perfeição”, afirmou Vaden, autor de “Take the Stairs: 7 Steps to Achieving True Success” (“Suba a Escada: 7 Passos para Alcançar o Sucesso Verdadeiro”). “O sucesso é bagunçado”, lembrou ele.
 
Gente que procrastina costuma sofrer de culpa, disse Morgenstern, mas se sentir mal com isso não é a solução.
 
Identifique as áreas específicas em que você está procrastinando -escrever, desenvolver o negócio, fazer contatos ou cumprir tarefas de gestão, por exemplo- e mapeie os passos e o tempo necessários para você alcançar seu objetivo, sugere Morgenstern.
 
O novo mundo do trabalho, com suas inevitáveis interrupções, “exige a capacidade de dividir grandes projetos em passos pequenos e completáveis em algo entre meia e duas horas – três no máximo”, disse ela.
 
As técnicas de gestão de tempo podem funcionar para alguns, mas provavelmente serão de pouca serventia para cerca de 20% das pessoas que são procrastinadoras crônicas, segundo Ferrari.
 
Elas tendem a deixar as coisas para depois em todos os setores da vida – em casa, no trabalho, nas relações.
 
Para esses procrastinadores crônicos, como Ferrari os chama, sessões de terapia com um psicólogo podem ser a única forma de controlar o tempo- e a vida.