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A pouco mais de três meses das eleições presidenciais, os líderes de oposição evitaram ontem criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter sancionado o reajuste de 7,72% para os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham acima de um salário mínimo. Mas parte da base aliada e da oposição teme que, agora, outras categorias, como policiais militares e o Judiciário, pressionem o governo e o Congresso para ganhar aumento salarial.

“As porteiras do gasto público estão abertas. A conta vai ser paga pelo próximo governo”, argumentou o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). Em sua avaliação, o presidente Lula ficou sem autoridade de vetar o reajuste para os aposentados diante do aumento de gastos “generalizados e generosos” promovido durante o seu governo.

Para o líder do PT, Fernando Ferro (PE), a concessão de um reajuste aos aposentados superior ao proposto inicialmente pelo governo vai dificultar as negociações, daqui para a frente, na Câmara, com as categorias que reivindicam ganhos salariais. Na opinião do petista, será difícil convencer a base aliada de que não há recursos para aumentos.

“Eu, pelo menos, quando for ouvir a equipe econômica terei de estar muito seguro”, disse Ferro. “Vamos ter de avaliar com muito cuidado para saber as reais condições financeiras para sustentar a posição da equipe econômica”, afirmou. “Essa informação (de que não havia recursos) não batia com a realidade, como estamos vendo agora”, observou o petista.

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