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Carrefour e Assaí notificam laticínios após casos de trabalho escravo

Carrefour e Assaí notificam laticínios após casos de trabalho escravo

Trabalhadores de fazendas de leite fornecedoras de marcas vendidas por supermercados viviam sem salários viviam em moradias precárias; redes de supermercados são signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo

A reportagem é de Murilo Pajolla, publicada por Repórter Brasil, 03-06-2025.

As duas maiores redes de supermercados brasileiras, Carrefour e Assaí, notificaram os laticínios Tirol e Comevap (Cooperativa de Laticínios do Médio Vale do Paraíba) após flagrantes de trabalho análogo ao de escravo em fazendas de gado leiteiro. As duas gigantes do varejo são signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. Ao serem perguntadas sobre a manutenção dos fornecedores pela Repórter Brasil após os flagrantes da fiscalização trabalhista, as duas redes afirmaram na última sexta (30) ter notificado seus fornecedores.

Um dos casos ocorreu em São José dos Campos (SP) em 2020, na Fazenda do Juca Tatu, de Luiz Olimpio Pereira Maciel, que forneceu leite para a Comevap. De acordo com a fiscalização, o trabalhador atuava no local desde 1999 e estava sem receber salário.

O trabalhador de 61 anos vivia com sua mãe em uma casa na fazenda e trabalhava todos os dias sem descanso, segundo o relatório de fiscalização. Ele teria afirmado aos auditores do Trabalho que deixou de receber salário quando o antigo dono morreu em 2005 e que recebia doações de vizinhos para sobreviver.

Ainda de acordo com os auditores, o resgatado trabalhava em jornada exaustiva e sem registro. O telhado da casa onde morava estava quebrado e as camas estavam cobertas com lonas para evitar a chuva. A chaminé do fogão à lenha estava obstruída e a residência ficava toda tomada por fuligem após o preparo dos alimentos. A água vinha de uma mina, sem passar por nenhum tratamento. “O trabalho exaustivo fazia com que o obreiro não tivesse lazer ou qualquer vida social. Ele vivia para o trabalho”, descreve o relatório de fiscalização.

O dono da fazenda chegou a ser preso em 2020 e solto posteriormente. Segundo o relatório, ele disse na época que daria ao trabalhador a posse da casa onde a vítima morava, em troca dos serviços prestados. Em 2023, Maciel foi condenado em primeira instância pelo crime de submeter pessoa à condição análoga à de escravo. A pena de dois anos de reclusão, em regime aberto, foi substituída por prestação de serviço comunitário e multa. O processo aguarda julgamento em segunda instância. O caso entrou na Lista Suja do trabalho escravo em abril de 2025. Ele firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para pagamento das verbas rescisórias.

A Comevap confirmou em nota à Repórter Brasil que mantinha relação comercial com o proprietário da fazenda. Disse que “não tinha conhecimento da autuação” e que, ao se certificar da “condenação” do fornecedor, pretende “tomar as providências cabíveis”. A cooperativa também declarou: “Repudiamos qualquer prática que envolva trabalho escravo, em qualquer uma de suas formas”. Leia o posicionamento completo aqui.

Com sede em Taubaté (SP), no Vale do Paraíba, a Comevap diz receber 160 mil litros de leite por dia. A entidade fornece leite, manteiga, queijos e outros derivados para supermercados e indústrias da região. Fornece seus produtos para grandes redes varejistas como Carrefour e Assaí.

Varejistas pediram esclarecimentos aos fornecedores

O Grupo Carrefour Brasil afirmou ter “notificado seus fornecedores” e “solicitado esclarecimentos e medidas corretivas” após tomar conhecimento do caso. Em nota, reafirmou “compromisso com os direitos humanos e a legislação trabalhista em sua operação e cadeia de valor, estabelecendo em contrato o compromisso do fornecedor em monitorar o respeito aos direitos humanos e dos trabalhadores em sua cadeia produtiva vinculada.”

O Assaí Atacadista destacou que “acionou os fornecedores para esclarecimentos”. A empresa afirmou também que “não aceita a existência de condições análogas ao trabalho escravo” e que “trabalha com seus fornecedores para um processo contínuo de evolução.”

A rede Assaí também pontuou que os “CNPJs envolvidos não constam na Lista Suja”. O produtor de leite que vendeu a produção para a Comevap é quem foi incluído na lista, mas a cooperativa de laticínios – fornecedora direta da rede de supermercados – não consta do cadastro de empregadores flagrados pela fiscalização trabalhista. O Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo tem como um de seus compromissos a promoção da regularização das relações de trabalho considerando a cadeia de valor.

Confira o posicionamento completo das varejistas aqui.

Após saber de flagrante, Tirol bloqueia fornecedor

O segundo caso que motivou a reação dos supermercados ocorreu em uma fazenda que forneceu leite para a Tirol. A empresa de laticínios também fornece seus produtos para Carrefour e Assaí. Um de seus fornecedores também foi alvo de fiscalização.

Em setembro de 2024, dois trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão na Fazenda São João, em Manoel Ribas (PR), propriedade de Osmair Marcelino. A informação consta do relatório de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e que foi confirmada pela empresa à Repórter Brasil. A Tirol afirmou ter bloqueado permanentemente a fazenda da lista de fornecedores após ser informada sobre o caso pela reportagem. E ressaltou o repúdio ao trabalho análogo à escravidão.

Um dos resgatados não recebia salário há pelo menos 20 anos, concluíram os auditores. O relatório de fiscalização aponta que ele sobreviveu com ajuda da família, que levava cestas básicas, colchões e outros itens essenciais. O trabalhador vivia em uma casa de madeira na fazenda e dormia no chão, sobre um colchonete velho. O piso tinha buracos, a fiação elétrica estava exposta e o telhado sem manutenção, aponta o relatório de fiscalização. A água para consumo era captada de um córrego por uma mangueira que passava ao lado de um cano de esgoto com vazamento.

O segundo trabalhador aplicava agrotóxicos e roçava o pasto, sem receber EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

A reportagem procurou os representantes legais dos dois fazendeiros mencionados. Nenhum deles respondeu até o fechamento desta matéria. O espaço segue disponível para futuras manifestações.

IHU UNISINOS
https://www.ihu.unisinos.br/652912-carrefour-e-assai-notificam-laticinios-apos-casos-de-trabalho-escravo

Carrefour e Assaí notificam laticínios após casos de trabalho escravo

Crise da democracia participativa? A abstenção nos referendos italianos de 2025 como sintoma político

O que está em jogo não é apenas a eficácia de um instrumento institucional específico, mas a capacidade das organizações — sindicais, partidárias e institucionais — de construir vínculos significativos com a sociedade e de sustentar processos participativos reais e duradouros.

Davide Carbonai

Nos dias 8 e 9 de junho de 2025, os cidadãos italianos foram convocados a votar em cinco referendos abrogativos: quatro sobre leis trabalhistas e um sobre cidadania. A iniciativa partiu da CGIL, maior central sindical do país, que foi responsável pela coleta de cerca de 500 mil assinaturas em apoio à realização das consultas. Após o recolhimento, as assinaturas foram submetidas à verificação da Corte Constitucional, que validou o pedido e autorizou a realização do referendo.

Com a aprovação, teve início a organização do processo eleitoral, que envolveu a preparação de cédulas distintas para cada uma das cinco propostas submetidas à consulta popular, além da definição do quórum mínimo exigido para a validação do plebiscito. Cada eleitor recebeu cinco cédulas de cores diferentes, correspondentes a temas específicos sobre a possível revogação de leis em vigor. A CGIL também teve papel ativo na mobilização popular, promovendo a divulgação das propostas referendárias junto à sociedade civil.

Para que os referendos fossem válidos, era necessário que mais da metade dos eleitores aptos comparecessem às urnas — o chamado quórum. Entre as propostas estavam: o restabelecimento da obrigatoriedade de reintegração em casos de demissão ilegal; a eliminação do teto de indenizações em pequenas empresas; novas restrições para contratos temporários; a reafirmação da responsabilidade solidária por acidentes de trabalho em contratos de terceirização; e a redução do tempo de residência necessário para a obtenção da cidadania italiana.

Apesar do apoio de partidos de oposição e de importantes entidades sindicais, diversos setores da base governista incentivaram a abstenção, justamente como estratégia para impedir o alcance do quórum. No fim, a participação popular não foi suficiente: com uma taxa de comparecimento de apenas 30,6%, o quórum não foi atingido e, consequentemente, os referendos foram invalidados. As leis, portanto, permanecem em vigor.

fracasso dos referendos de junho de 2025 confirma uma tendência já observada em muitas democracias contemporâneas: o esvaziamento da participação popular nos instrumentos formais de consulta. Embora os temas submetidos à votação — sobretudo os ligados ao trabalho e à cidadania — fossem de evidente relevância social, a incapacidade de mobilizar o eleitorado revela uma desconexão entre os promotores da consulta e amplos setores da sociedade.

Esse episódio se torna ainda mais significativo à luz das reações políticas que provocou. A centro-direita celebrou a baixa adesão como uma derrota do campo progressista, enquanto sindicatos e partidos de esquerda oscilaram entre o reconhecimento do fracasso e a recusa em assumir responsabilidades mais profundas. O resultado expôs tanto o enfraquecimento das formas tradicionais de mobilização quanto as dificuldades de reinvenção da ação coletiva no atual cenário político.

Neste contexto, o referendo italiano de 2025 fornece uma chave analítica para refletir sobre os limites contemporâneos da democracia participativa, assim como sobre os desafios da articulação política em sociedades marcadas pelo desencanto, pela fragmentação social e pela desmobilização. O fracasso, no entanto, pode ser lido também em contraste com experiências anteriores de forte envolvimento popular em processos decisórios, especialmente no campo sindical.

A CGIL construiu, nas últimas décadas, uma prática sistemática de consultas à base como forma de legitimar acordos e decisões políticas. Um exemplo emblemático foi o protocolo sobre o welfare em 2007, ratificado por meio de assembleias nos locais de trabalho com ampla participação.

Naquela ocasião, os sindicatos organizaram dezenas de milhares de assembleias para debater os termos do acordo, em um esforço deliberativo e pedagógico que envolveu milhões de trabalhadores. Em 2009, mesmo isolada, a CGIL voltou a consultar suas bases sobre a reforma do sistema contratual, promovendo cerca de 60 mil assembleias em poucas semanas e envolvendo mais de 3,6 milhões de pessoas.

Essas experiências refletiram uma concepção de democracia sindical baseada na deliberação coletiva, na transparência e na legitimação pela base — uma alternativa ao controle vertical ou meramente representativo. Esse modelo de participação sindical emergiu, em grande medida, num contexto de escassez de recursos e de crescente desconfiança nas instituições, exigindo das organizações um esforço constante de fortalecimento dos mecanismos democráticos internos. Nesses casos, a legitimidade não se limitava à representação formal, mas se fundamentava na participação ativa e no engajamento direto dos filiados.

No referendo de 2025, a CGIL, uma das principais promotoras da iniciativa, organizou assembleias, campanhas de mídia e debates nos locais de trabalho para apoiar os quesitos referendários. No entanto, esse mecanismo de participação — que funcionou com eficácia em ocasiões anteriores, como nos referendos sobre a indexação salarial em 1985 e nas consultas de 2007 e 2009 — desta vez não surtiu o efeito esperado. A ausência de quórum nos dias 8 e 9 de junho de 2025 é um sinal preocupante para as organizações sindicais e para o campo progressista italiano (e não apenas italiano).

O que está em jogo não é apenas a eficácia de um instrumento institucional específico, mas a capacidade das organizações — sindicais, partidárias e institucionais — de construir vínculos significativos com a sociedade e de sustentar processos participativos reais e duradouros.

DM TEM DEBATE

https://www.dmtemdebate.com.br/crise-da-democracia-participativa-a-abstencao-nos-referendos-italianos-de-2025-como-sintoma-politico/

Carrefour e Assaí notificam laticínios após casos de trabalho escravo

Pejotização e escravidão moderna

A pejotização é uma prática injusta que vem ganhando força no Brasil. Trata-se de transformar trabalhadores em falsos empresários – os chamados PJs – para driblar as leis trabalhistas e negar direitos básicos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa modalidade de contratação é, muitas vezes, uma verdadeira fraude, encobrindo relações e precarizando ainda mais o mundo do trabalho.

Imagine uma pessoa que trabalha todos os dias com hora para entrar e sair, sob ordens diretas de um chefe, recebendo um salário fixo. No papel, ela é uma empresa, mas na prática é um empregado. Essa é a realidade de milhares de trabalhadores que são obrigados a abrir uma pessoa jurídica para conseguir emprego, perdendo benefícios como férias, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e seguro-desemprego.

O Supremo Tribunal Federal (STF), em uma decisão recente, suspendeu a tramitação de processos que envolvem essa prática, alegando insegurança jurídica e a falta de consenso sobre qual justiça é competente para julgar esses casos. Na realidade, essa medida só aumenta a sensação de impunidade e enfraquece a CLT, um dos pilares da proteção dos trabalhadores brasileiros.

Não é de hoje que alertamos sobre os perigos da pejotização e outras formas de precarização do trabalho, como a terceirização irrestrita e a “uberização”. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que a pejotização saltou de 8,5% em 2015 para 14,1% em 2023, afetando cerca de 18 milhões de trabalhadores. O impacto é devastador: segundo a Fundação Getúlio Vargas, essa prática já causou um prejuízo de R$ 89 bilhões aos cofres públicos desde a reforma trabalhista, ameaçando diretamente a Previdência Social.

E o cenário fica ainda mais sombrio quando olhamos para os trabalhadores de aplicativos. Motoristas, entregadores, faxineiros, repositores de supermercados. Todos submetidos a jornadas exaustivas, sem vale-transporte, auxílio-alimentação ou segurança social. Alguns precisam pagar pelo próprio uniforme e aceitam trabalhos extenuantes por valores que mal cobrem o custo de sobrevivência. Como disse o jornalista Carlos Juliano Barros: “Depois de motoristas, entregadores, faxineiros e garçons, agora é a vez de estoquistas e repositores de mercadorias usarem aplicativos para conseguir bicos, sem direitos trabalhistas, em supermercados de todo o país.”

Essa é a escravidão moderna. Os trabalhadores não têm liberdade para negociar suas condições, são explorados e descartados, como se fossem apenas engrenagens de uma máquina que lucra bilhões.

É importante lembrar que a CLT não é apenas um conjunto de leis. Ela é o resultado de anos de lutas, greves e manifestações que custaram o sangue, o suor e as lágrimas de gerações de trabalhadores. Abandoná-la é abandonar também o sonho de um Brasil mais justo e igualitário.

Defendemos que a Justiça do Trabalho continue sendo o órgão competente para julgar esses casos. Afinal, ela é especializada em questões trabalhistas e representa um ponto de equilíbrio entre capital e trabalho. Transferir esses processos para a Justiça Comum significaria um retrocesso, com consequências desastrosas para os trabalhadores.

A luta contra a pejotização, a uberização e outras formas de precarização não é apenas uma questão jurídica ou econômica. É uma luta por dignidade, por respeito e pela manutenção de direitos que são essenciais para garantir uma vida minimamente digna aos trabalhadores brasileiros.

Como diria o poeta Affonso Romano de Sant’Anna: “Que país é este? Uma coisa é um país, outra um aviltamento.” O Brasil precisa decidir de que lado quer estar: do lado dos direitos humanos, da justiça e da dignidade, ou do lado da exploração e da desigualdade.

No dia 29 de setembro, o Senado Federal irá debater esse tema em uma sessão temática. Que essa discussão traga luz e avanços para a proteção dos trabalhadores. O Brasil não pode permitir que os direitos conquistados com tanto esforço sejam destruídos por interesses econômicos e corporativos. Essa luta é de todos nós.

DM TEM DEBATE
https://www.dmtemdebate.com.br/pejotizacao-e-escravidao-moderna/

Carrefour e Assaí notificam laticínios após casos de trabalho escravo

Processos trabalhistas por uso de celular pessoal crescem no Brasil

Processos trabalhistas por uso de celular pessoal têm se tornado cada vez mais comuns nos tribunais trabalhistas brasileiros. Empresas que exigem que seus funcionários usem seus próprios celulares para registrar ponto, se comunicar com clientes ou realizar outras atividades profissionais, sem o devido respaldo legal ou contratual, têm sido condenadas a indenizações. Para mitigar riscos, é essencial que as organizações formalizem essas práticas e adotem ferramentas seguras e em conformidade com a legislação.

 

Uso indevido pode gerar indenizações trabalhistas

 

O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG) condenou recentemente uma empresa a indenizar um vendedor externo pelo uso de seu celular pessoal para atividades profissionais, sem reembolso de custos e sem contrato que previsse a prática. A indenização foi fixada em R$ 5 mil, conforme divulgado pelo TRT-3.

Esse não é um caso isolado. Ações do tipo vêm aumentando, especialmente em setores onde o trabalho remoto ou externo é comum.

Por que o registro de ponto por celular preocupa?

 

Embora o uso de aplicativos para controle de jornada seja permitido pela Portaria 671 do Ministério do Trabalho, o uso de aparelhos pessoais para esse fim deve seguir critérios rigorosos. A recomendação é que as empresas ofereçam meios adequados e formalizem a prática, a fim de evitar que a Justiça do Trabalho entenda isso como transferência de custos ou obrigação indevida ao empregado.

A legalidade depende da forma como o sistema é implementado e exige consentimento e controle.

Como mitigar os riscos jurídicos

 

Veja abaixo algumas medidas que podem evitar ações trabalhistas e garantir segurança jurídica:

1. Incluir cláusula no contrato de trabalho

Formalizar, desde a contratação, que o colaborador poderá utilizar o celular pessoal para o registro de ponto e outras funções relacionadas ao trabalho. Isso evita alegações futuras de desconhecimento ou imposição unilateral.

2. Coletar termo de consentimento

Além do contrato, um termo de consentimento assinado pelo colaborador pode reforçar que o uso do celular pessoal é uma escolha, e não uma imposição. Esse documento deve ser armazenado com segurança e possuir validade jurídica.

3. Negociar com o sindicato

Uma forma ainda mais robusta de formalizar essa prática é buscar o reconhecimento na convenção coletiva da categoria profissional. Se o sindicato autorizar expressamente o uso do celular pessoal em determinadas condições, o risco de passivos trabalhistas se reduz consideravelmente.

Como a Dixi Soluções pode ajudar

 

Dixi Soluções é especialista em controle de jornada e oferece soluções completas para empresas que buscam segurança, praticidade e conformidade com a legislação.

Aplicativo de controle de ponto

O app de controle de ponto da Dixi permite que o colaborador registre a jornada por meio de celular, com geolocalização, reconhecimento facial, e assinatura digital. Pode ser usado em celulares pessoais ou corporativos, com toda a formalização exigida por lei.

Relógios de ponto homologados

A empresa oferece também relógios de ponto com biometria, reconhecimento facial e cartão de proximidade, todos de acordo com as exigências da Portaria 671.

Gestão de ponto online

Com o software de gestão de ponto da Dixi, gestores podem acompanhar a jornada dos funcionários em tempo real, acessar relatórios completos e garantir total controle e conformidade.

Conclusão

 

Processos trabalhistas por uso de celular pessoal são cada vez mais frequentes e podem gerar prejuízos relevantes para as empresas. Para evitar riscos, é essencial formalizar o uso de dispositivos pessoais com cláusulas contratuais, termos de consentimento e, se possível, com previsão em convenções coletivas.

Carrefour e Assaí notificam laticínios após casos de trabalho escravo

Banco Mundial reduz previsão de crescimento global a 2,3% em 2025

aumento das tarifas norte-americanas está afetando o crescimento da economia global e da América Latina. O Banco Mundial anunciou, nesta terça-feira (10), que revisou sua projeção para o crescimento mundial em 2025, para 2,3%.

O número representa uma queda em relação ao previsto em janeiro, quando a projeção de crescimento para o mundo era de 2,7%. Para a América Latina e o Caribe, a previsão é 0,2 ponto percentual (p.p.) menor.

Segundo o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, citado em um comunicado, apesar de um “pouso suave” (controle da inflação sem recessão) ter parecido um futuro possível para a economia global, há sinais de que a atividade mundial está “caminhando para uma nova turbulência”.

“Se a trajetória não for corrigida, as consequências para os padrões de vida poderão ser profundas”, disse.

Crescimento mais fraco

De acordo com a instituição financeira, os efeitos do tarifaço do presidente dos Estados UnidosDonald Trump, e da guerra comercial entre Washington e Pequim, podem levar a uma desaceleração do comércio global.

Embora o Banco Mundial descarte o risco de recessão neste ano, a instituição acredita que, “se as previsões para os próximos dois anos se concretizarem”, a economia global experimentará um crescimento médio mais fraco.

Na América Latina, a demanda interna se mantém, mas as exportações enfraquecerão “em meio ao crescente protecionismo comercial e à incerteza política”, afirma o relatório.

O aumento das barreiras comerciais impacta “indiretamente” toda a região, juntamente com a queda esperada nos preços das matérias-primas.

Na América Latina, o país mais afetado é o México, a segunda maior economia da região. Segundo o Banco Mundial, a atividade mexicana deve crescer 0,2% este ano, uma queda de 1,3 p.p. em relação à projeção anterior. Em 2026, a previsão é de uma alta de 1,5%.

Washington impôs tarifas de 25% sobre importações não cobertas pelo Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC), que também inclui os Estados Unidos e o Canadá.

“Isso enfraqueceu as exportações do México” e gerou incerteza em um país que enviou 80% de suas mercadorias exportadas para os Estados Unidos em 2024, “das quais aproximadamente metade não fazia parte do T-MEC”, afirma o Banco Mundial.

Além disso, a instituição espera que as altas taxas de juros derrubem a demanda interna no México.

Banco Mundial ainda indicou que o tarifaço de Trump também deve ter efeitos no Brasil. Para o país, a previsão de crescimento aumentou 0,2 p.p., para 2,4%. O número, no entanto, ainda é muito menor do que o avanço visto em 2024, de 3,4%.

Nesse caso, diz a instituição, a revisão da projeção aconteceu em meio ao menor consumo e ao crescimento muito mais fraco do investimento.

Controle da inflação

Após dois anos de recessão, a previsão de crescimento econômico da Argentina se destaca: 5,5% neste ano (+0,5 p.p.) e 4,5% no próximo.

Banco Mundial acredita que a recuperação da Argentina será impulsionada principalmente pelos setores de agricultura, energia e mineração e será apoiada pela “estabilização macroeconômica, pela eliminação dos controles cambiais e por novas reformas favoráveis aos negócios, que devem melhorar a confiança de consumidores e investidores”.

Banco Mundial também divulgou a previsão de crescimento para outros países:

  • Colômbia: 2,5%
  • Chile: 2,1%
  • Peru: 2,9%
  • Bolívia: 1,2%
  • Costa Rica: 3,5%
  • República Dominicana: 4%
  • Equador: 1,9%
  • El Salvador: 2,2%
  • Guatemala: 3,5%
  • Honduras: 2,8%
  • Nicarágua: 3,4%
  • Panamá: 3,5%
  • Paraguai: 3,7%
  • Uruguai: 2,3%

Com a inflação prevista para permanecer próxima ao teto das metas do Banco Central em vários países, particularmente no Brasil e na Colômbia, o Banco Mundial vê pouca margem para reduzir as taxas de juros.

🔎Taxas elevadas desestimulam o consumo e o investimento e, portanto, pressionam os preços.

O desafio regional é “manter a inflação relativamente controlada”, alerta o Banco Mundial.

As previsões estão expostas a diversos riscos, como uma queda no crescimento nos Estados Unidos, com um possível efeito dominó sobre outras economias, ou na China, um parceiro comercial fundamental para muitos países sul-americanos.

A economia dos EUA deve crescer 1,4% este ano (-0,9 p.p.) e a da China 4,5% (sem alterações em relação a janeiro).

Há também um comprometimento das remessas enviadas por migrantes, principalmente a alguns países da América Central e do Caribe, onde “representam aproximadamente 20% do PIB”.

G1
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/06/10/banco-mundial-previsao-de-crescimento-global.ghtml