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Eleições 2022

As ações apontam abuso de poder político e econômico e atos contra sistema eleitoral.

Da Redação

Nesta quinta-feira, 8, a campanha do presidente Lula protocolou ação de investigação judicial eleitoral no TSE pedindo a inelegibilidade do presidente Jair Bolsonaro por suposto abuso de poder político e econômico. Em outra ação, o petista também pede que se tornem inelegíveis Flávio e Eduardo Bolsonaro, além de outros apoiadores.

O primeiro processo acusa Bolsonaro de utilizar a máquina pública durante as eleições. Segundo a inicial, o presidente “concedeu ilegais benefícios financeiros aos cidadãos brasileiros durante o período eleitoral, com o claro intuito de angariar votos e, portanto, influenciar na escolha dos eleitores brasileiros, de modo a ferir a lisura do pleito”.

O documento aponta 11 ações que poderiam configurar abuso de poder, são elas:

Erros na inclusão de beneficiários do Bolsa Família entre 2019 e 2022;

Vantagens a concursados da Polícia Federal e da Polícia Federal;

Antecipação dos repasses do Auxílio Brasil e do auxílio-gás durante o 2º turno;

Inclusão de 500 mil famílias no programa Auxílio Brasil em outubro de 2022;

Antecipação de pagamento de benefício para caminhoneiros;

Relançamento do programa de negociação de dívidas “Você no azul”, da Caixa Econômica Federal;

Anúncio da liberação de uso do FGTS “futuro” para financiar imóveis;

Aumento de R$ 1 bilhão dos subsídios ao programa Casa Verde e Amarela;

Anúncio de crédito para mulheres empreendedoras;

Antecipação do pagamento de benefícios para taxistas e caminhoneiros como anúncio de benefício extra de até R$ 500 no fim do ano para taxistas;

Crédito consignado do Auxílio Brasil.

Na avaliação da coligação, “as irregularidades ora apontadas se dão na medida em que Jair Bolsonaro e seus apoiadores se valem da máquina pública para otimizar tais programas sociais com o claro intuito de promover campanha eleitoral em favor do candidato à reeleição, o que é vedado pela legislação brasileira”.

Atos contra sistema eleitoral

Na outra ação, a campanha de Lula pede também a inelegibilidade de Braga Netto, vice de Bolsonaro, dos filhos do presidente Flávio e Eduardo, da deputada Carla Zambelli, do deputado eleito Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer e Magno Malta.

De acordo com a inicial, o processo “diz respeito a reiterados atos atentatórios dos investigados contra o sistema eleitoral brasileiro, a visarem a abalar a normalidade e higidez do pleito, para, assim, deslegitimar o sufrágio eleitoral democrático e seguro, incutindo nos eleitores o sentimento de insegurança e descrença no sistema eleitoral e, por consequência, atentando contra a existência do próprio Estado Democrático de Direito”.

Eis os atos citados pela coligação:

Atos praticados antes da campanha eleitoral

Divulgação do inquérito no 1.361 ao nascimento da desinformação do suposto ataque “hacker” às urnas;

A disseminação e ramificação da fake news sobre suposta “fraude na urna” e a propagação da tese de insegurança do sistema eleitoral;

Ataque às autoridades do Poder Judiciário;

Encontro com embaixadores para deslegitimar o processo eleitoral;

Descredibilização das pesquisas eleitorais;

Instauração do medo de ir às urnas e ataque a participação política pública.

Atos praticados durante a campanha eleitoral

Intensificação do ataque aos institutos de pesquisas durante a campanha eleitoral;

Consolidação da narrativa de perseguição política – “eleições manipuladas”, “decisões parciais” e “censura”;

Ataques às autoridades judiciárias durante a campanha eleitoral;

Reinvindicação por 154 mil inserções de rádio na Região Nordeste que eram de responsabilidade fiscalizatória da coligação e não do TSE;

Ataque à segurança das urnas eletrônicas;

Auditoria apócrifa apresentada pelo Partido Liberal ao TSE;

Adesão ao discurso e contribuição de toda base de apoiadores na propagação da desinformação;

Atos praticados no dia da realização do segundo turno da eleição de 2002;

Instrumentalização da Polícia Rodoviária Federal.

Atos praticados após a divulgação do resultado do 2º turno da eleição

Manifestações antidemocráticas com o intuito de perturbar a diplomação do presidente eleito;

Live sobre suposta fraude nas urnas eletrônicas;

Pedido de anulação de votos depositados em 279 mil urnas eletrônicas sem respaldo fático-comprobatório.

Os escritórios Zanin Martins Advogados e Aragão & Ferraro Advogados representam a coligação.

Migalhas: https://www.migalhas.com.br/quentes/378392/campanha-de-lula-pede-ao-tse-inelegibilidade-de-bolsonaro-e-filhos