por NCSTPR | 05/07/24 | Ultimas Notícias
LYDIA MEDEIROS
O Brasil é um país curioso. Depois de conseguir aprovar uma reforma tributária, um debate de décadas, perde-se em discussões sobre sua regulamentação. A pressão dos múltiplos lobbies deve transformar o novo sistema numa jabuticaba. Corre-se o risco de armas serem equiparadas a produtos essenciais, como comida e alguns remédios, com imposto zero. Já medicamentos de uso corrente, como aspirina e antigripais, podem não ter isenção, reclama a indústria farmacêutica.
No centro do labirinto da regulamentação está a taxação da carne. Lula quer isentar a proteína in natura, para cumprir uma promessa eleitoral, a de o povo “voltar a comer picanha e tomar cerveja”. Técnicos afirmam que isso elevaria a alíquota geral do IVA, prejudicando por exemplo, o acesso a serviços. O bife no prato virou mais um motivo de duelo entre ele e Arthur Lira: “Esse é um preço pesado para todos os brasileiros. Precisamos entender as prioridades. Para mim, é aumentar o acesso a serviços essenciais”, disse o presidente da Câmara.
Enquanto o Congresso se ocupa com vagas promessas eleitorais, o mundo discute o rumo da economia neste século, com o avanço da inteligência artificial e dos evidentes desastres climáticos. São temas em alta nos fóruns internacionais, inclusive o G20, presidido pelo Brasil neste ano. Serão centrais no Brics+ e na COP30, dois eventos que serão sediados pelo país em 2025. Apesar disso, o debate não fisgou os congressistas. Passada a comoção, a destruição do Rio Grande do Sul, exemplo eloquente das consequências das mudanças do clima, ficou em segundo plano. A revolução da IA e seus efeitos, inclusive sobre o trabalho, também não está na pauta de prioridades — projetos de regulação estão adormecidos há tempos no Legislativo.
Às vésperas de uma eleição crítica para governo e oposição, a agenda pública fica enviesada. O presidente do Senado, por exemplo, tomou para si a tarefa de fazer um acordo nacional da dívida dos estados com a União (a dívida dobrou na última década; o Rio Grande do Sul, devastado, paga 15% ao ano da receita líquida corrente). Candidato a candidato ao Planalto, o governador goiano, Ronaldo Caiado, acusa o governo federal de se apoderar dos recursos dos estados, desestabilizando as economias regionais. Minas, estado de Pacheco, também está endividada, e ele está na lista dos possíveis candidatos a governador, com estímulo de Lula.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma proposta vinculando uma renegociação a investimentos em educação. Ainda não foi adiante, e os governadores — muitos deles com ambição de suceder Lula — uniram-se para colocar outras alternativas na mesa, num outro duelo que pode se estender por meses.
O tempo do ministro Haddad anda escasso para temas como esse e outros ligados à Fazenda. Ele tem dedicado muitas horas de seu dia a apagar incêndios. Gastou muita saliva em sucessivas reuniões para levar Lula a concordar que é preciso aprofundar o ajuste fiscal, segurando o dinheiro e revendo gastos. Na última quarta-feira, Haddad, ao lado dos ministros Alexandre Padilha e Simone Tebet, deu uma entrevista para anunciar as medidas e dizer o óbvio: “O presidente determinou: cumpra-se o arcabouço fiscal. Não há discussão a respeito.”
Desde o início do governo, porém, não se discute outra coisa. O setor financeiro não comprou a eficácia da nova legislação, e Lula entrou no jogo do mercado ao comprar briga com o Banco Central. O presidente, no terceiro mandato, sabe o peso de suas palavras — no mercado e junto à população. Viu a subida do dólar, um alerta para qualquer político, e entrou em trégua. Os operadores financeiros, no entanto, seguem no jogo. Se não virem resultado nas promessas de ajuste, vão cobrar seu preço. E Lula vai voltar a reclamar — não totalmente sem razão. O risco é perder o bonde, enquanto o mundo anda de avião a jato.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br.
AUTORIA
LYDIA MEDEIROS Jornalista formada pela Universidade de Brasília, foi titular da coluna Poder em Jogo, em O Globo (2017-2018). Atuou ainda em veículos como O Globo, Folha de S.Paulo, Época e Correio Braziliense. Foi diretora da FSB Comunicações, onde coordenou o atendimento a corporações e atuou na definição de políticas de comunicação e gestão de imagem.
CONGRESSO EM FOCO
por NCSTPR | 05/07/24 | Ultimas Notícias
ANTÔNIO AUGUSTO DE QUEIROZ
Vivemos em um mundo caótico, confuso e sobretudo conflagrado, onde opiniões são formadas sem qualquer controle ou mediação, muitas vezes influenciadas por algoritmos, constituindo-se numa verdadeira avenida aberta para os oportunistas de plantão. Ambientes como esses são propícios para aproveitadores, que se valem da ignorância ou da boa-fé alheia para obter benefícios políticos e financeiros. Felizmente, a vida nos ensina, de maneira sutil e muitas vezes dolorosa, a reconhecer e lidar com diferentes tipos de pessoas e comportamentos que encontramos ao longo do caminho.
No meu caso pessoal, procuro me equilibrar nesse ambiente instável observando as pessoas a partir de quatro tipos distintos de classificação para efeito de relacionamentos pessoais e profissionais: interessantes, interessadas, interesseiras e ressentidas, conforme as características identificadas a seguir.
O primeiro tipo – interessantes – são aquelas pessoas que nos inspiram, agregam valor às nossas vidas e nos estimulam a crescer. Devemos nos aproximar delas, aprender e compartilhar experiências. Elas são como faróis que nos guiam em meio à escuridão.
O segundo tipo – interessadas – são pessoas que buscam ajuda e orientação. Estender a mão a elas pode ser gratificante, pois muitas vezes estão apenas precisando de um empurrão para alcançar seus objetivos. Ajude no que puder, pois a colaboração é um dos pilares de uma sociedade mais justa e equilibrada.
O terceiro tipo – interesseiras – são oportunistas que se aproximam apenas para obter algo em troca. Sua motivação é puramente egoísta, e interações com elas geralmente resultam em decepção. Evitá-las é a melhor maneira de proteger nossa paz e energia.
O quarto tipo – ressentidas – essa categoria é dividida em dois subgrupos. O primeiro subgrupo é composto por indivíduos induzidos a esse comportamento pela ignorância, ou seja, pela ausência de informação e pela manipulação. Já o segundo subgrupo é formado por pessoas esclarecidas, porém conscientemente carregadas de raiva, ódio ou indiferença em relação a minorias sociais, movimentos sociais, partidos com visão distintas da sua ou corrente de pensamento.
O primeiro subgrupo – dos ignorantes ou de pessoas de baixa cognitividade – pode ter dois destinos: 1) após pagar um preço alto por sua ignorância, como ocorreu com a maioria dos presos no quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023, acordar e perceber que foi usado como massa de manobra, ou 2) se entregar ainda mais ao radicalismo e ao fundamentalismo, hipótese em suas vidas serão guiadas pelos instintos primitivos e consumidas pela sede de vingança e com isso perdendo alegria e empatia.
O segundo subgrupo – os conscientes de suas ações coléricas ou de sua indiferença histérica – é formado por fundamentalistas, em geral pessoas inseguras que carregam alguma culpa e buscam alívio em crenças profundas e dogmas. Utilizam a tática do “pega ladrão” – apontam supostos culpados para desviar a atenção de seus próprios erros. A vida nos ensina que devemos sempre desconfiar dos fundamentalistas, especialmente pela incapacidade dessas pessoas de relativizar suas crenças, chegando ao ponto do negacionismo, inclusive em relação à ciência.
Ambos os subgrupos (os ignorantes e os conscientes de má-fé), costumam dissimular suas verdadeiras motivações, invocando a defesa da religião, da pátria, da família e da liberdade. Essa é a pior forma de manipulação, pois invocam instituições sagradas para instigar reações fundamentalistas das pessoas, explorando suas convicções nucleares (crenças e valores dos indivíduos e grupos) que muitas vezes exacerbam divisões e conflitos, constituindo-se em pilares que orientam a moralidade, a identidade e a visão de mundo dessas pessoas, influenciando decisões e comportamentos tanto na esfera pessoal quanto na pública.
Outra categoria, também preocupante, é dos narcisistas ou deslumbrados, que agem por vaidade. Esse transtorno de personalidade é caracterizado por um padrão de grandiosidade ou de superioridade. Pessoas com esse transtorno são geralmente incapazes de demonstrar empatia para com aqueles que não lhes prestam atenção ou adulação suficientes, o que resulta frequentemente em relacionamentos conturbados. Esse tipo de gente, embora não seja tão nefasta quanto os ressentidos, igualmente deve ser evitado.
Porém, sempre devemos ter cuidado ao classificar as pessoas: nunca julgue ninguém pela primeira impressão ou pela aparência. As aparências, frequentemente, enganam. Quando alguém se comporta com um moralismo exacerbado, por exemplo, na esmagadora maioria dos casos, é para encobrir algum malfeito, seja no presente ou no passado.
Não bastasse esse ambiente polarizado e fragmentado, que coloca em risco a democracia no planeta, ainda estamos no início das maiores perturbações tecnológicas (uso sem controle da inteligência artificial) e climáticas (eventos climáticos extremos), como nos alerta Thomas Friedman. Para Friedman a inteligência artificial vai mudar tudo para todos: o modo como trabalhamos, aprendemos, ensinamos, negociamos, inventamos, colaboramos, lutamos guerras, combatemos crimes, e as mudanças climáticas já estão resultando em aumento de temperaturas e do nível do mar, perda de biodiversidade e impactos negativos na saúde humana, segurança alimentar e recursos hídricos, dentre outras consequências assustadoras.
A conclusão é que devemos fazer de nossas vidas uma grande escola, na qual cada interação, cada desafio e cada vitória traga ensinamentos únicos. Que aprendamos a distinguir entre os diferentes tipos de pessoas e suas motivações, para nos tornarmos mais sábios e resilientes, assim como também ficarmos atentos para as transformações tecnológicas e climáticas, especialmente quantos aos seus riscos e oportunidades, para que direcionemos nossos esforços em favor de políticas públicas que melhorem a vida no planeta. Mais do que isso, que nos engajemos na construção de uma sociedade onde a empatia, a compreensão e o respeito à ciência e aos direitos humanos e ambientais prevaleçam sobre o oportunismo e a ignorância. Em um mundo repleto de incertezas, estas são as lições que devem nos guiar para uma convivência mais harmoniosa e significativa. Viva a tolerância, a resiliência e a ciência!
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AUTORIA
ANTÔNIO AUGUSTO DE QUEIROZ Jornalista, analista e consultor político, mestre em Políticas Públicas e Governo (FGV). Ex-diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), idealizador e coordenador da publicação Cabeças do Congresso. É autor dos livros Por dentro do processo decisório – como se fazem as leis e Por dentro do governo – como funciona a máquina publica.
CONGRESSO EM FOCO
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por NCSTPR | 05/07/24 | Ultimas Notícias
As eleições municipais representam oportunidade única para os partidos do campo popular e democrático demonstrarem aos eleitores compromisso com programas, propostas e soluções para os problemas, bem como com os valores fundamentais da democracia, equidade, justiça, direitos humanos, proteção do meio ambiente e promoção de serviços públicos de qualidade, contrapondo-se às forças atrasadas e antidemocráticas.
Antônio Augusto de Queiroz*
É ocasião de grande valor para promover o resgate da confiança pública e restabelecer o pacto entre eleitorado e eleitos a partir da noção de “coisa pública” e democracia representativa, buscando legitimidade em cada ação ao longo dos mandatos, não apenas durante o período eleitoral.
Para alcançar esse propósito, os partidos poderiam elaborar “manifesto”, fundamentado em compromissos com políticas públicas e valores republicanos, exigindo que todos os candidatos e candidatas subscrevessem tais princípios. Esses teriam como base alguns “considerandos” orientadores de espécie de “carta-compromisso”, semelhante à que tive a honra de formular e incluir como anexo à cartilha do DIAP, com o título “Eleições municipais: orientação a eleitores e a candidatas e candidatos”.
A título de sugestão, propusemos os “considerandos a seguir”, porém, como se trata apenas de recomendação, cada partido poderá adequar a carta-compromisso aos seus princípios e prioridades, produzindo algo adequado à sua realidade:
“Considerando que o povo, na condição de eleitor, é o legítimo titular do poder e, ao conferir mandato a alguém para representá-lo, o faz com base na trajetória — política/pessoal/profissional/ética — da candidata ou candidato, respaldado no programa apresentado durante a campanha e na exigência de prestação de contas do seu mandato;
Considerando que o eleitor também espera que a candidata ou candidato, uma vez eleito e no cumprimento do mandato, seja autêntico e republicano no exercício das 3 dimensões da atuação parlamentar, a saber, representante da vontade popular, legislador e fiscalizador dos atos e gastos governamentais;
Considerando que exercer cargos eletivos demanda compreensão das necessidades e carências da sociedade e não apenas das preferências pessoais ou de grupos;
Considerando que a coerência entre discurso e prática é o que legitima o exercício da representação e da governança;
Considerando que o cidadão e os movimentos sociais, cívicos e éticos devem apoiar apenas candidaturas comprometidas com causas e projetos que coincidam com os interesses, aspirações, desejos e reivindicações dos munícipes;
Considerando que a descrença na política, nos detentores de mandatos e nos agentes públicos decorre da ausência de confiança na seriedade, na decência e no compromisso dos representantes para com os representados; e
Considerando, ainda, que a ética e a transparência dos atos públicos devem ser premissas indispensáveis à relação de confiança entre representantes e representados.
As candidatas ou candidatos pelos partidos políticos que subscrevem este Manifesto assumem os seguintes compromissos:
1º – Ética na condução do mandato
1. Contratar apenas pessoas qualificadas e comprometidas com os princípios deste Manifesto para os gabinetes de apoio aos mandatos;
2. Patrocinar ou apoiar exclusivamente pleitos e proposições que sejam ética e moralmente defensáveis;
3. Rejeitar todas as propostas que vão contra o interesse dos munícipes ou que possuam caráter antirrepublicano;
4. Recusar chantagens, ameaças ou favores em troca de votos nos legislativos; e
5. Não tolerar desvios de conduta.
2º – Transparência e prestação de contas dos mandatos
1. Prestar contas do mandato e da atuação parlamentar, divulgando todos os pronunciamentos, votações e iniciativas no âmbito dos legislativos;
2. Fomentar a transparência ativa, publicando a agenda institucional dos gabinetes de apoio aos mandatos;
3. Informar detalhadamente como são utilizadas as verbas de gabinete e as verbas indenizatórias; e
4. Divulgar de forma transparente a destinação das emendas aos orçamentos.
3º – Lealdade ao programa partidário e aos seguintes compromissos
1. Apoiar e defender a regulamentação da Constituição Federal, da Constituição Estadual e da Lei Orgânica dos Municípios nos pontos ainda não regulamentados, além de empenhar-se pela sua implementação plena, especialmente no que diz respeito aos direitos e garantias dos cidadãos e aos princípios da ordem social, da tributação e da ordem econômica com impacto nos Municípios;
2. Fortalecer e defender as funções do Estado, sobretudo na oferta de serviços públicos de qualidade nas áreas de saúde, educação, segurança, meio ambiente e transporte, ao mesmo tempo em que valoriza a profissionalização do serviço público;
3. Apoiar e defender a legislação de proteção social, especialmente aquela com impactos positivos na qualidade de vida da população local;
4. Apoiar e defender os investimentos municipais em saneamento básico, habitação popular, desenvolvimento sustentável e atração de investimentos que promovam empregos, renda e inclusão social;
5. Defender reforma política que garanta: 5.1) equidade nas disputas eleitorais; 5.2) maior aproximação dos representantes eleitos de seus representados; 5.3) redução dos gastos de campanhas eleitorais; 5.4) combate eficaz à corrupção eleitoral; e 5.5) consistência ideológica e programática aos partidos políticos; e
6. Apoiar e defender o aprimoramento do pacto federativo, visando garantir que as competências constitucionais sob responsabilidade dos municípios sejam devidamente financiadas, permitindo que os programas federais sejam elaborados e implementados de acordo com as diversidades e peculiaridades existentes no território nacional, além de adotar estratégias e políticas públicas para a redução das desigualdades regionais.
4º – Compromisso, participação e consulta ao eleitorado
1. Mediar e intermediar, de maneira transparente e sem buscar vantagens pessoais, as demandas dos movimentos sociais e das comunidades locais com os agentes públicos e privados;
2. Criar e manter canais de participação popular e de diálogo dos poderes públicos om os segmentos organizados da sociedade civil;
3. Ouvir a comunidade antes de propor políticas públicas;
4. Promover consultas periódicas sobre os temas relevantes da conjuntura nacional, estadual e municipal;
5. Apoiar a organização da sociedade civil e sua participação no processo político e nas decisões sobre políticas públicas”.
Com atitudes como essas, os partidos do campo democrático e popular certamente estariam contribuindo para:
1) aprimorar a representação política;
2) resgatar a política como valor fundamental da democracia;
3) destacar as diferenças em relação a partidos e candidata ou candidatos associados a posturas antidemocráticas e antipopulares; e
4) enfatizar propostas e a resolução de problemas em detrimento de julgamentos morais, em oposição aos inconsequentes que buscam mandatos por meio de perseguição e ressentimento.
(*) Jornalista, analista e consultor político, mestre em Políticas Públicas e Governo (FGV). É sócio-diretor das empresas “Consillium Soluções Institucionais e Governamentais” e “Diálogo Institucional Assessoria e Análise de Políticas Públicas”, foi diretor de Documentação do Diap e é membro do Cdess (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável da Presidência da República) – Conselhão. Publicado originalmente na revista eletrônica Teoria&Debate
DIAP
https://diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/91906-eleicao-municipal-como-fazer-a-diferenca-por-antonio-queiroz
por NCSTPR | 05/07/24 | Ultimas Notícias
A CTIA (Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial no Brasil) recebeu, nesta quinta-feira (4), o relatório atualizado do projeto que regulamenta a IA no Brasil com princípios, direitos e regras para uso e fiscalização da tecnologia. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), concedeu vista e informou que o texto deve ser votado nas próximas semanas. Na Agência Senado
A complementação de voto do PL (Projeto de Lei) 2.338/24 foi entregue pelo relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO). A nova análise foi necessária porque a proposta, do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — presidente do Senado —, recebeu 30 emendas depois da apresentação do relatório, em 18 de junho, das quais 15 foram acatadas integral ou parcialmente.
Segundo o relator, muitos segmentos da sociedade que são impactados positiva ou negativamente pela IA ainda desejam novas alterações. Mas ele defendeu que a regulação deve ter caráter genérico.
Para Eduardo Gomes, futura regulamentação será melhor que as normas atualmente aplicáveis. Ele citou a preservação de direitos autorais de obras que são utilizadas por IA para gerar outras obras, por exemplo.
“Enquanto a gente discute direito autoral, o direito presente é nenhum. O ambiente atual pra mim é a pior regulação que existe: poucos mandando em todos, sem dar obrigação para ninguém […] Essa é a primeira etapa do processo. Se as modificações não forem suficientes, vamos continuar negociando, mas precisamos negociar avançando”, disse.
Os senadores Eduardo e Viana reforçaram que o colegiado realizou 3 audiências públicas nos dias 1º, 2 e 3 de julho para debater o assunto, com a participação de especialistas. Além disso, o relator lembrou que também ocorreram audiências públicas na comissão temporária de juristas criada no Senado para apresentar a Pacheco sugestão de projeto.
LEIA MATÉRIA COMPLETA
DIAP
https://diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/91907-relator-apresenta-relatorio-atualizado-sobre-regulamentacao-da-ia
por NCSTPR | 05/07/24 | Ultimas Notícias
Hoje, quinta-feira, 4 de julho, os cidadãos britânicos elegem os 650 deputados da Câmara dos Comuns no total, 543 de Inglaterra, 57 da Escócia, 32 do País de Gales e 18 da Irlanda do Norte. O londrino Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, é o grande favorito para ocupar Downing Street, 10 e assim acabar com o domínio dos Tories, o partido conservador, que perdura desde a eleição de David Cameron no distante 2010.
A reportagem é de Pablo Elorduy, publicada por El Salto, 04-07-2024.
As pesquisas colocam Starmer muito mais alto em intenção de voto do que o líder dos conservadores, o atual primeiro-ministro, Rishi Sunak, que se tornou presidente após a renúncia da efêmera Liz Truss e que foi o quinto primeiro-ministro em oito anos. As consequências do Brexit e da crise econômica são as principais causas do anunciado desastre dos conservadores. Se as sondagens dão a Starmer cerca de 40% dos votos, as mesmas sondagens dão apenas 22% à direita.
Na própria bancada dos conservadores, presume-se que as eleições “acabaram”. Isto foi escrito pela antiga Ministra do Interior, Suella Braverman, e pelo atual Ministro da Defesa, Grant Shapps, que concentrou os seus esforços em pedir que uma “supermaioria” não fosse concedida aos sociais-democratas. A realidade é que casas de voto como a Survation disseram que os Trabalhistas podem obter 484 dos 650 assentos no próximo Parlamento Britânico.
A Survation considera virtualmente certo que o Partido Trabalhista obterá mais deputados do que Tony Blair conseguiu em 1997. Na verdade, estas sondagens, baseadas em mais de 30.000 entrevistas, colocam a morbilidade na possibilidade – pequena – de os Liberais Democratas, liderados por Ed Davey, nestas eleições, ser a segunda força em número de assentos (não votos) e, portanto, o chefe da oposição na Câmara dos Comuns.
Os resultados oficiais chegarão por volta da madrugada — as assembleias de voto no Reino Unido encerram às 22 horas — e prevê-se que na sexta-feira o líder triunfante visite o monarca, Carlos IV, e haja uma mudança de residência e de guarda no local. sede presidencial. Starmer é considerado o primeiro trabalhista no cargo depois de Gordon Brown. Advogado de causas pobres e ex-procurador-geral da Grã-Bretanha, 61 anos, Starmer, que tem trilhado um caminho cada vez mais rumo ao conservadorismo a partir de seus cargos oficiais, compartilha com Sunak a característica de ser “um tecnocrata incruento”, conforme um artigo caricaturou artigo recente no Politico site ou um “homem que tem o Estado nas veias” como criticou Daniel Finn no Sidecar.
Em Dezembro passado, o futuro presidente do Reino Unido surpreendeu toda e qualquer pessoa com um elogio a Margaret Thatcher no Sunday Telegraph. Um movimento que colocou claramente Starmer no extremo centro, do qual o Partido Trabalhista conseguiu sair por um breve período de tempo sob o mandato de Jeremy Corbyn.
Parece claro que a situação econômica no Reino Unido – o país entrou em recessão no final de 2023 e ainda não recuperou da crise inflacionária – foi decisiva para fazer a marcha errática de Sunak em direção à porta de saída. Mas a receita de Starmer não envolve qualquer reviravolta: “Ao longo da campanha eleitoral, o Partido Trabalhista evitou qualquer compromisso substancial que se traduzisse num maior investimento nos serviços públicos”, escreveu Sabrina Huck no meio de comunicação alternativo Red Pepper.
O modelo Starmer não parece disposto a tocar no osso do empobrecimento das condições de vida da população: as privatizações, que afetaram o tecido reprodutivo das ilhas em tempos de austeridade, desde os lares de idosos aos serviços, às escolas, ao acesso aos serviços. água ou um sistema de saúde pública em constante deterioração. Em 2021/22, antes da última ronda de austeridade, quase um quarto da população das ilhas vivia abaixo do limiar da pobreza: 8,1 milhões de adultos em idade ativa, 4,2 milhões de crianças e 2,1 milhões de reformados.
Foi como associado de Corbyn, para quem serviu no “governo paralelo” como secretário da oposição para o Brexit, que Starmer se tornou conhecido na linha da frente da política. Mas, desde a sua chegada à liderança do Partido Trabalhista, Starmer conspirou para apagar o legado de Corbyn, a quem suspendeu como membro do partido como resultado de uma obscura campanha de acusações de antissemitismo.
Não foi o único expurgo realizado para apagar o esquerdismo nos sociais-democratas: sob a mesma acusação de antissemitismo, o Partido Trabalhista não permitiu a candidatura da economista Faiza Shaheen e ameaçou com o veto de Diane Abbot, uma histórica negra ativista, ex-chefe do Interior nas sombras e, finalmente, candidato hoje pelo bairro de Hackney North e Stoke Newington, em Londres. Corbyn e Shaheen também concorrem, mas como independentes, o primeiro por Islington North e o segundo por Chingford e Woodford Green.
O historiador David Edgerton expôs em Red Pepper os princípios ideológicos básicos em que se baseia Starmer e que nortearão o Governo do Reino Unido durante os próximos cinco anos. Sob a liderança de Starmer, o partido, escreve Edgerton, “nem sequer pretende traçar uma ‘terceira via’, muito menos endossar o liberalismo social e o internacionalismo pró-UE do Novo Trabalhismo, mas aprendeu com o Novo Trabalhismo (e os conservadores) que uma linguagem política degradada, em que a retórica política é radicalmente diferente da realidade, funciona.”
Um dos exemplos foi dado pelo próprio Starmer no artigo citado, ao propor um programa máximo em termos de governação da migração, disse aquele que será primeiro-ministro esta sexta-feira, “o Partido Trabalhista usaria toda a força dos serviços de inteligência e “A polícia britânica deve esmagar gangues criminosas que enriquecem com a miséria do tráfico de seres humanos, destruindo assim o seu modelo de negócios maligno.” Entre as críticas dos conservadores, Starmer referiu-se ao “modelo ruandês” promovido por Sunak e baseado na deportação – após pagamento – para o país africano dos migrantes em situação irregular que solicitam asilo, mas as críticas são dirigidas ao modelo como uma contabilidade “truque” e não baseada no ataque que representa aos direitos humanos.
Noutra das questões candentes da agenda internacional, Starmer pronunciou-se contra a “ideologia de gênero” ensinada nas escolas e a sua equipa tentou atrair a aquiescência da conhecida activista anti-trans JK Rowling.
Embora Starmer tenha sido forçado a abandonar a sua posição claramente pró-Israelense, que o levou a dizer em 11 de outubro de 2023 que Israel tinha o direito de “cortar o fornecimento de eletricidade e água a Gaza“, é claro que esta posição é o maior sintoma do desconforto dos movimentos sociais, da Campanha de Solidariedade à Palestina, e da esquerda antes da sua eleição. Desde essas declarações, Starmer tem tentado reduzir o apoio fechado, abrindo-se à possibilidade de reconhecimento da solução de dois Estados e de “limitar” a venda de armas a Israel, o que o Governo Sunak tem mantido apesar das pressões.
O candidato presidencial trabalhista, de fato, está a jogar no seu próprio distrito, Holborn e St Pancras, contra vários candidatos independentes. Um deles, Andrew Feinstein, filho de um sobrevivente do Holocausto, criticou Starmer por ter “apoiado a posição indefensável do governo conservador sobre a crise, em vez de exigir o fim da matança, da ocupação e do apartheid, o único caminho a seguir para uma solução”. apenas paz na região.” Feinstein também denunciou o uso do conceito de antissemitismo utilizado pelo candidato presidencial e deixou uma frase que deixa pouco espaço para ambiguidade: “Acredito que Starmer é um símbolo de tudo o que há de errado na política deste país. “
Em qualquer caso, a alternativa apoiada pelo partido verde, os Verdes, pode destronar os candidatos trabalhistas numa série de distritos de esquerda, mas apenas aspira a duplicar o seu modesto resultado de 2019, quando obteve apenas 3% dos votos.
Embora as sondagens indiquem que os Liberais Democratas podem obter um bom resultado em assentos, a terceira força em votos será quase certamente o Partido da Reforma do controverso Nigel Farage, uma figura chave no Brexit com o seu partido anterior, o UKIP. Depois do Brexit, e face aos resultados econômicos que não foram a panaceia prometida na campanha, o partido de Farage centrou-se no discurso anti-imigração para capturar a quota de audiência e as expectativas políticas a médio prazo.
O colapso dos Conservadores permite aos apoiantes de Farage esperar um resultado de cerca de 15%, muito melhor do que os 2% obtidos nas eleições pós-UE. Algo que, devido ao sistema eleitoral do Reino Unido, não se refletirá num número significativo de assentos, mas que poderá ajudar o partido de Farage a crescer à custa dos conservadores numa perspetiva de futuro.
A varredura trabalhista também ameaça ultrapassar o Partido Nacional Escocês (SNP), que pode perder mais de 30 deputados no dia de quinta a sexta-feira. John Swinney, o candidato do SNP, enfrenta as primeiras eleições após a demissão de Nicola Sturgeon, que conquistou 48 deputados nas eleições de 2019. As cartas parecem preparadas para, seguindo a lógica turnista, os sociais-democratas reivindicarem uma vitória que se deve mais aos conservadores. decomposição do que um plano para mudar o rumo do primeiro aliado dos Estados Unidos no turbilhão da crise global.
IHU-UNISINOS
https://www.ihu.unisinos.br/641078-o-trabalhista-sem-alma-de-keir-starmer-se-prepara-para-governar-apos-14-anos-de-austeridade-conservadora
por NCSTPR | 05/07/24 | Ultimas Notícias
Os social-democratas vencem as eleições com uma grande maioria em número de assentos e votos. O sistema eleitoral recompensa Starmer, que será o próximo primeiro-ministro. Até quatro independentes do pró-Gaza entrarão no próximo Parlamento.
O artigo é de Pablo Elorduy, publicado por El Salto, 05-07-2024.
Mudança em Downing Street. A partir de hoje, sexta-feira, 5 de julho, Keir Starmer será primeiro-ministro do Reino Unido. Ele sucede o seu rival nas eleições de quinta-feira, Rishi Sunak, do Partido Conservador, que sofreu um desastre com poucos precedentes na história do país. Com apenas seis assentos a atribuir, a vitória do Partido Trabalhista é um clamor: 410 deputados, o que significa ter conquistado nada menos que 213 assentos e duplicar a sua presença na Câmara dos Comuns, contra 119 dos Conservadores, que perdem 250 assentos e cuja representação está reduzida a um terço do que tinham até ontem.
As sondagens já tinham estabelecido, à meia-noite, a tendência esperada, e só faltava saber a que horas da manhã a maioria dos 326 estava certificada: eram 6h03. Starmer comemorou a vitória com um “A mudança começa agora” e uma referência ligeiramente velada ao rumo que tomou desde a saída do seu antecessor, Jeremy Corbyn: “Quatro anos e meio de trabalho para mudar o partido (…). Um Partido Trabalhista mudado, pronto para servir o nosso país, pronto para devolver a Grã-Bretanha ao serviço dos trabalhadores”.
Os militantes social-democratas celebravam a vitória desde a noite, embora isso tenha ocorrido mais pelo não comparecimento dos conservadores do que por um crescimento geométrico da votação no centro-esquerda. Isso aumenta 1,7% para atingir 33,9% do total. Mas o sistema britânico – pelo qual o vencedor dos círculos eleitorais leva tudo – foi decisivo para uma multiplicação dos assentos obtidos em 2019 devido ao colapso dos Conservadores: os Sunak perderam quase 20% do seu apoio há cinco anos.
A devastação é total no governo cessante. Os ministros da Justiça, da Defesa, da Educação, da Ciência, dos Assuntos dos Veteranos e da Cultura, entre outros, não revalidaram os seus assentos. O conhecido incendiário aristocrático Jacob Rees-Mogg, uma figura-chave no Brexit e representante da ala mais elitista do partido, também perdeu o seu assento.
Os trabalhistas sobem ao poder com Keir Starmer, um londrino de 61 anos, ex-procurador-geral do estado e representante do establishment britânico. O próximo primeiro-ministro alcançou a vitória no seu distrito, Holborn e St Pancras, e puxou o vagão de um partido em que as vozes mais à esquerda foram vetadas ou silenciadas desde que assumiu o cargo em 2020. “Incansável, disciplina, determinação e habilidade política” são, de acordo com uma análise esta noite do The Guardian, as capacidades atribuídas a Starmer, que sucedeu Jeremy Corbyn, a grande esperança da esquerda britânica, e devolveu o Trabalhismo ao espaço político do que Tariq Ali chama de “o centro extremo”.
Corbyn, por sua vez, foi reeleito sem dificuldade em seu círculo eleitoral, Islington North, onde vence desde 1983. Desta vez teve que concorrer como candidato independente, em consequência da punição promovida pelo próprio Starmer. sob acusações de “antissemitismo”. O candidato trabalhista em 2019 derrotou claramente o candidato que os social-democratas escolheram para competir com ele.
Faiza Shaheen, uma ex-deputada trabalhista também expulsa pela equipe de Starmer, não conseguiu manter seu assento e está apenas 80 votos atrás de seu ex-colega trabalhista. A divisão do voto favoreceu os conservadores neste caso. Até quatro candidatos independentes “pró-Gaza” ganharam assentos no Parlamento.
À direita, os debates giram em torno da terceira posição nas cadeiras do partido de Nigel Farage, os Reformistas, que embora não obtenham um número significativo de cadeiras, ultrapassaram os 14% dos votos. A divisão do voto entre a direita e a extrema-direita foi fundamental para a vitória do Partido Trabalhista. A soma de Sunak e Farage é praticamente equivalente ao que obtiveram os social-democratas. Farage entra pela primeira vez em sua vida como deputado na Câmara dos Comuns pelo círculo eleitoral de Clacton.
O terceiro partido nos assentos é o dos Liberais Democratas de Ed Davey, que praticamente igualou a sua percentagem de votos em 2019 e se aproximou mais do que o esperado dos Conservadores. O Partido Nacional Escocês (SNP) também cai, sofrendo uma crise de liderança após a demissão do líder histórico Nicola Sturgeon.
Os Verdes completam o quadro, aumentando significativamente o seu escasso apoio, chegando perto dos 7% e obtendo pelo menos quatro assentos, algo que não aconteceu em 2019, quando apenas obtiveram um assento. É o partido que mais cresceu desde 2019, eleição em que Farage concorreu com uma marca diferente.
Na Irlanda do Norte, o Sinn Féin vence claramente, embora os seus deputados eleitos não recolham as suas atas. Sim, os representantes do Partido Unionista Democrático de direita e da Aliança centrista irão fazê-lo. No País de Gales, o partido nacionalista Plaid Cymru ganha três deputados. Tanto no País de Gales como na Escócia, o partido com mais votos foi o Partido Trabalhista de Starmer.
A lenta recontagem das eleições britânicas
Os resultados começaram a aparecer desde as 12h30 de sexta-feira. Bridget Phillipson, do Partido Trabalhista, que serviu como chefe da Educação no “Governo Sombra”, teve a honra de ser a primeira deputada nomeada. A maioria é obtida de 326 deputados, portanto a noite foi uma contagem regressiva até que esse número chegasse. A ressaca será curta. Se o protocolo habitual for seguido, o perdedor, Rishi Sunak, irá hoje ao Palácio de Buckingham para apresentar a sua demissão a Carlos de Inglaterra. Posteriormente, Starmer irá ao mesmo local para mostrar sua disposição em aceitar o cargo de primeiro-ministro.
Apesar da vitória retumbante, isto ocorreu sem um crescimento substancial no voto trabalhista. O fator fundamental deve ser visto no fraco desempenho do partido no poder, os conservadores que obtiveram o seu pior resultado em assentos desde 1832. O sistema eleitoral britânico, em que os vencedores nos diferentes distritos levam tudo – o que faz com que um partido com uma uma percentagem mais baixa de votos, como os Liberais Democratas obtêm mais deputados do que os Reformistas – foi o prego no caixão dos Conservadores.
Durante pelo menos uma semana ficou claro que os conservadores não acreditavam na batalha que travavam. Rishi Sunak cometeu uma série de erros na campanha que se somam à liderança errática de um partido que não conseguiu superar a sua posição no Brexit, certamente o acontecimento mais decisivo para o Reino Unido até agora neste século.
Mas Starmer já deixou claro que não haverá retrocessos e que as ilhas não serão reintegradas na União Europeia. O seu mandato deve enfrentar a má situação econômica e a deterioração dos serviços públicos, algo que o próximo presidente não foi muito claro na campanha.
IHU-UNISINOS
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