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Nova cartilha detalha funcionamento do centro de conciliação do TST

Nova cartilha detalha funcionamento do centro de conciliação do TST

A publicação apresenta a estrutura do Cejusc/TST e aborda o fluxo dos processos na unidade

O Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal Superior do Trabalho (Cejusc/TST) lançou, nesta terça-feira (25), uma cartilha que explica o funcionamento do Centro no âmbito do TST. A cartilha é voltada para todos os profissionais que atuam com processos no ramo trabalhista e esclarece como se dá o encaminhamento de processos para conciliação por meio do Cejusc.

A cartilha está disponível para download na página da Vice-Presidência do TST.

No material, é possível encontrar temas como:

. o que é a conciliação trabalhista;

. como pedir para conciliar no Cejusc do TST;

. como funciona a audiência de conciliação e quem realiza a homologação;

. o fluxo dos processos para conciliação.

Como a cartilha ajuda os advogados e a sociedade?

A cartilha explica que qualquer uma das partes, por meio de seu procurador ou sua procuradora, pode solicitar a conciliação pelo formulário disponível no site do TST ou utilizando outros canais (petição avulsa, e-mail, SEI ou e-DOC).

Ao receber o pedido de conciliação, o Cejusc/TST junta o documento nos autos, solicitando a remessa do processo.

Como funcionam as petições de acordo

As petições de acordo para homologação, apresentadas nos próprios autos, podem ser encaminhadas pelo ministro ou pela ministra que está na relatoria ao Cejusc. Uma equipe especializada analisa a petição de acordo, confere os requisitos formais e materiais e submete à apreciação do ministro coordenador ou vice-coordenador.

O que é o Cejusc?

É um espaço destinado à prática da escuta ativa e do diálogo, acessível às partes dos processos e à advocacia, destinado à construção conjunta de soluções por meio da conciliação e da mediação.

Conforme o vice-presidente do TST e coordenador do Cejusc no Tribunal Superior do Trabalho, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, “a criação do Cejusc no TST representa um importante marco de transformação do sistema de justiça, ao promover a mudança paradigmática da cultura do litígio para a cultura do diálogo”.

No Cejusc, os conflitos são tratados com foco na autonomia da vontade das partes, de forma colaborativa e com a participação de um conciliador ou uma conciliadora. Esse especialista utiliza métodos adequados para buscar a solução do caso de forma dialogada, humanizada e rápida.

(Nathalia Valente/CF)

TST

https://tst.jus.br/web/guest/-/nova-cartilha-explica-funcionamento-do-centro-de-concilia%C3%A7%C3%A3o-do-tst

Nova cartilha detalha funcionamento do centro de conciliação do TST

‘Prévia da inflação’ volta a desacelerar em junho. O que isso significa?

IPCA-15 subiu 0,39% em junho ante maio, menos do que a alta de 0,44% registrada no mês anterior

Por Nathália Larghi, Valor Investe — São Paulo

O IPCA-15, conhecido como ‘prévia da inflação’, subiu 0,39% em junho ante maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador desacelerou ante o visto em maio, quando subiu 0,44%.

Nos últimos 12 meses, no entanto, o IPCA-15 acumulou 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2023, a taxa foi de 0,04%.

O índice ficou abaixo da mediana das expectativas das 33 casas ouvidas pelo Valor Data, que apontava para uma inflação de 0,43%. As projeções iam de uma alta de 0,3% a um avanço de 0,51%.

Diferença do IPCA-15 para o IPCA

Embora seja conhecido como “prévia da inflação” por antecipar o IPCA, o IPCA-15 mede nada mais, nada menos do que a própria inflação mesmo, só que em outro período.

A diferença prática em relação ao IPCA é que a “prévia” mede a inflação dos dias 15 de um mês e outro, enquanto a inflação “oficial” mede a variação do mês início ao fim daquele mês fechado.

E o que isso significa para o meu bolso?

Um dos efeitos mais diretos da inflação é sentido no bolso dos consumidores na hora de fazer suas compras. Afinal, a inflação mostra que, de forma generalizada, as coisas estão mais caras. Uma segunda consequência da alta dos preços está nos investimentos. Isso porque o aumento (ou corte) da taxa de juros depende da inflação. Afinal, um dos de instrumentos que o Banco Central tem para controlar o aumento dos preços é mexer na Selic.

Assim, quando a inflação está alta, a autoridade monetária sobe os juros, a fim de “encarecer” o dinheiro. Portanto, os empréstimos e financiamentos (tanto dos consumidores como das empresas) ficam mais caros. Assim, há menos consumo, menos dinheiro em circulação. Com isso, os preços tendem a voltar a cair. Com isso, a inflação entra nos eixos novamente.

Por outro lado, se a alta dos preços está controlada, o Banco Central pode cortar os juros (e, portanto, “baratear o dinheiro”) para incentivar que as pessoas e empresas gastem sem que isso compromta o bolso delas, já que a inflação está em ordem. E isso serve como um estímulo para a economia crescer.

Atualmente, o Banco Central interrompeu a sequência de cortes da Selic que vinha desde agosto do ano passado. A razão para a mudança foi justamente a preocupação com a inflação.

Na ata da última reunião do Copom, o BC informou que o cenário ficou mais desafiador e “as expectativas de inflação apresentaram desancoragem adicional desde reunião anterior”, quando a autoridade monetária diminuiu o ritmo de cortes, que vinha sendo de 0,5 ponto percentual, para 0,25 ponto percentual apenas.

Para quem não sabe, essas “expectativas desancoradas” nada mais são do que as projeções da inflação distantes da meta perseguida pela autoridade monetária no chamado “horizonte relevante” da política monetária. Neste caso, 2024 em diante. Nos próximos anos, a meta é de 3% ao ano, mas as projeções dos economistas ouvidos pelo Boletim Focus mostram que as expectativas são de uma inflação superior a esse patamar. E o pior: essas projeções aumentam de semana a semana, o que evidencia a preocupação do mercado.

No documento, o Banco Central afirma que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente” e reforçou que “eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

O comunicado sugere, portanto, que o futuro da Selic depende de indicadores futuros, especialmente do que deve acontecer com a inflação. Portanto, ao mostrar uma desaceleração e vir menor do que o esperado, o IPCA-15 pode trazer um pouco de bom humor para o pregão.

O que subiu e o que barateou?

Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta no mês de junho.

O grupo “Alimentação e Bebidas” registrou a maior variação, com avanço de 0,98%, e o maior impacto, de 0,21 ponto percentual.

Na sequência, vieram os grupos “Habitação”, com alta de 0,63% e “Saúde e cuidados pessoais”, que subiu 0,57%. As demais variações ficaram entre o recuo de 0,23% de “Transportes” e o avanço de 0,30% de “Vestuário”.

  • Alimentação

No grupo “Alimentação”, a alimentação no domicílio acelerou de 0,22% em maio para 1,13% em junho. Segundo o IBGE, contribuíram para esse resultado as altas da batata inglesa (com avanço de 24,18%), do leite longa vida (com aumento de 8,84%), do arroz (que encareceu 4,20%) e do tomate (que subiu 6,32%).

No lado das quedas, destacam-se o feijão carioca (que teve queda de 4,69%), a cebola (que bareteou 2,52%) e as frutas (que caíram 2,28%).

A alimentação fora do domicílio subiu 0,59% e acelerou em relação ao mês de maio, quando havia tido alta de 0,37%. Segundo o IBGE, o resultado foi explicado pelas altas do lanche (de 0,47% em maio para 0,80% em junho) e da refeição (0,34% em maio para 0,51% em junho).

  • Habitação

No grupo “Habitação”, houve alta de 2,29% na taxa de água e esgoto. Já a energia elétrica residencial subiu 0,79%. Já o subitem gás encanado barateou 0,10%.

  • Saúde e cuidados pessoais

A alta de 0,57% em “Saúde e cuidados pessoais” foi influenciada pela alta nos preços dos planos de saúde (que subiram 0,37%), decorrente do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025.

  • Transportes

No grupo Transportes a queda de 0,23% foi influenciada pelo recup de 9,87% na passagem aérea. Em relação aos combustíveis, houve uma queda de 0,22% e registraram recuo nos preços: o etanol caiu 0,80%, o gás veicular barateou 0,46%, o óleo diesel caiu 0,42% e a gasolina teve queda de 0,13%.

VALOR INVESTE

https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2024/06/26/previa-da-inflacao-volta-a-desacelerar-em-junho-o-que-isso-significa.ghtml

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Haddad confirma meta de inflação contínua de 3%

Com a alteração para uma meta contínua, a inflação será analisada mês a mês, com base nos 12 meses anteriores, em vez de fechada numa janela anual. Ministro da Fazenda disse também que não vê tensão entre o governo e o Banco Central.

Por Thiago Resende, TV Globo — Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a meta de inflação será de 3% para 2025 e 2026. Ele falou com jornalistas após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quarta-feira (26).

Atualmente, o alvo já está nesse mesmo patamar, de 3%, com intervalo de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Com isso, a inflação pode oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que a meta seja considerada descumprida.

Haddad afirmou que há esse compromisso com a meta. “Isso foi decidido ano passado”, ratificou.

O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

O governo federal publicou nesta quarta-feira (26), em edição extra do Diário Oficial da União, o decreto que altera o sistema de metas da inflação para criar uma “meta contínua”.

De acordo com o decreto, a meta central, e o intervalo de tolerância (banda para cima ou para baixo), dentro do qual será considerada cumprida, serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) — após proposta elaborada pelo ministro da Fazenda.

“A meta e o intervalo de tolerância poderão ser alterados pelo Conselho Monetário Nacional, mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda, observada a antecedência mínima de 36 meses para o início de sua aplicação”, diz o decreto presidencial.

“Não tem mais o período. É meta contínua”, explicou Haddad.

“Isso desobriga o Conselho Monetário Nacional de a todo ano ter que fixar uma meta de inflação. Agora é a meta de inflação do país. Lembrando que o próximo decreto diz que qualquer mudança desse número tem que ser feita com antecedência mínima de 36 meses”, declarou o ministro.

Há cerca de um ano, Haddad já havia anunciado que o BC passará a adotar a meta contínua de inflação.

O que muda na prática?

O sistema de metas de inflação é a base para o Banco Central (BC) definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano. O CMN fixa um objetivo central, e seu intervalo de tolerância, para o qual o BC deve mirar.

Se as estimativas para o comportamento dos preços estão em linha com as metas pré-definidas, é possível reduzir a taxa. Se as previsões de inflação começam a subir, a opção é manter ou subir os juros.

O que vai mudar, a partir do novo decreto, é o intervalo do cálculo.

  • ▶️ Hoje, a meta é anual – ou seja, o governo trabalha para garantir que a inflação esteja o mais próximo possível de 3% no acumulado entre janeiro e dezembro de cada ano.
  • ▶️ Com uma meta contínua, passa a importar o intervalo de 12 meses, em qualquer momento do ano. Ou seja: o objetivo é contínuo, mês a mês, o que passa uma mensagem de maior estabilidade e previsibilidade.

“A meta será representada por variações acumuladas em doze meses de índice de preços de ampla divulgação, apuradas mês a mês”, diz o decreto publicado em edição extra.

Como vai funcionar

O novo sistema entra em vigor em 1º de janeiro de 2025. A partir de então, segundo o decreto, a inflação será analisada mês a mês, com base nos 12 meses anteriores.

Ou seja: em junho de 2025, por exemplo, o governo vai verificar se a inflação acumulada desde julho de 2024 está perto ou longe dos 3% (se não houver mudança na meta).

O novo decreto prevê que a meta será considerada como descumprida quando esse resultado estiver fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.

“Essa é a grande vantagem da meta contínua. Dependendo do choque que sofrer, sobretudo se for externo, uma pandemia, uma crise financeira como aconteceu em 2008, o Banco Central vai oferecer, cabe a ele oferecer um plano de trabalho para trazer para banda e para o centro da meta”, disse Haddad.

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/26/nao-podemos-gastar-dinheiro-a-toa-so-podemos-gastar-o-que-a-gente-tem-diz-haddad.ghtml

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Militares tentam dar golpe de Estado na Bolívia e invadem palácio do governo, mas ato fracassa

Tentativa de golpe foi liderada por ex-comandante do Exército, que acabou preso nesta quarta-feira (26). Presidente da Bolívia, Luis Arce, fez pronunciamento destituindo chefes das Forças Armadas, e novo comandante desmobilizou tanques e militares.

Por g1

Bolívia sofreu uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-comandante do Exército do país, nesta quarta-feira (26). Tanques do Exército e militares armados chegaram a invadir um palácio do governo, em La Paz. No entanto, o ato fracassou.

Os militares ocuparam o Palácio Quemado, que foi usado como palácio presidencial até 2020, além de uma praça que fica em frente ao edifício histórico. O presidente boliviano, Luis Arce, não estava no local.

A tentativa de golpe na Bolívia é a segunda em cinco anos e foi arquitetada pelo general Juan José Zúñiga. Ele acabou sendo preso e acusou Arce a orquestrar o ato.

Até a última atualização desta reportagem, o presidente boliviano não havia se manifestado sobre a acusação.

Na terça-feira (25), Zúñiga foi destituído do cargo de comandante-geral do Exército após fazer ameaças ao ex-presidente Evo Morales. O general afirmou que prenderia Morales caso o ex-presidente voltasse ao poder.

Após cerca de quatro horas de tensões, que incluíram uma discussão entre Luis Arce e Zuñiga, o movimento foi desmobilizado por ordem do presidente. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento da discussão.

Desmobilização

Em pronunciamento, Arce anunciou que estava destituindo os outros dois comandantes da Marinha e da Força Aérea, nomeando novos chefes para as Forças.

O novo comandante do Exército, nomeado nesta terça por Arce, ordenou oficialmente a desmobilização das tropas rebeldes. Cerca de três horas depois da invasão, os tanques se retiraram do palácio e da Praça Murillo, que fica em frente ao edifício histórico.

Zuñiga disse a TVs locais que o movimento era uma “tentativa de restaurar a democracia” na Bolívia e de “libertar prisioneiros políticos”. No entanto, a tentativa de golpe foi fortemente condenada até por adversários políticos de Arce, como a ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez.

A Suprema Corte da Bolívia também condenou a tentativa de golpe e pediu à comunidade internacional que se mantenha “vigilante em apoio a democracia na Bolívia”.

A Procuradoria-Geral da Bolívia anunciou que abriu uma investigação contra Zuñiga e os militares que participaram da tentativa de golpe. O general também se tornou alvo de um processo judicial aberto por senadores bolivianos.

Morales

Mesmo fora do poder e impedido de concorrer à presidência, o ex-presidente Evo Morales foi uma das figuras centrais do episódio desta quarta-feira.

O ex-presidente foi o alvo das falas de Zúñiga que causaram a demissão do ex-comandante do Exército. Como reação, Zúñiga mobilizou soldados e tropas aliadas e fez a tentativa de golpe.

Arce saiu em defesa de Morales mesmo sendo atualmente rival do ex-presidente. Os dois, antigos aliados, romperam no ano passado após o ex-presidente anunciar a intenção de se candidatar novamente à presidência.

Atualmente, Morales tenta derrubar uma decisão da Justiça que impede sua candidatura, com base no argumento de que um cidadão não pode ocupar mais de duas vezes um cargo público.

Mesmo rivais, Arce e Morales fazem parte do mesmo movimento político.

Reação internacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou apoio a Luis Arce e disse condenar a tentativa de golpe.

“A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão”, declarou Lula.

Xiomara Castro, presidente de Honduras e atual líder da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), pediu uma reunião de emergência dos Estados membros — o Brasil é um deles.

Já a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a movimentação e pediu respeito à democracia.

A ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez — de oposição a Arce — repudiou a ação militar

“Repúdio total à mobilização de militares na Praça Murillo pretendendo destruir a ordem constitucional”, disse. “Nós boliviamos defendemos a democracia”.

Nos últimos cinco anos, a Bolívia viveu diversos momentos de turbulência política.

Em 2019, o terceiro mandato de Evo Morales foi interrompido por um golpe de Estado que se seguiu a um movimento de protesto e greves reunindo setores populares, de classe média e empresariais.

Evo havia acabado de ser eleito no primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro, para um quarto mandato — que não tinha cobertura institucional. Ele renunciou à presidência e deixou a Bolívia.

Após Morales deixar o cargo, Jeanine Áñez Chávez se autoproclamou presidente interina da Bolívia. Ela e os apoiadores do golpe foram presos em 2021. O ex-comandante do Exército Jorge Pastor Mendieta Ferrufino, que liderou o golpe em 2019, também foi detido.

Em 2008 a Bolivia enfrentou uma outra entativa de golpe, mas que fracassou. À época, o governo da Bolívia denunciou o início de um “golpe civil” realizado pela oposição conservadora do Departamento de Santa Cruz, mas descartou a possibilidade de decretar um estado de sítio para diminuir a tensão política.

Arce e Evo Morales, que eram aliados, agora são adversários por causa das eleições presidenciais de 2025. Morales será o candidato do MAS.

A legenda governista que Morales lidera afastou Arce por ele se recusar a participar do congresso do MAS, realizado recentemente em Cochabamba.

G1

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/06/26/presidente-da-bolivia-diz-que-forcas-armadas-fazem-mobilizacao-irregular.ghtml

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Lula rejeita desvincular salário mínimo para conter “nervosismo do mercado”

Presidente voltou a criticar a taxa de juros a 10,5% ao ano e disse que “a inflação está controlada neste país”. Lula despistou sobre Galípolo na presidência do BC

por Lucas Toth

Em mais um entrevista concedida à imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é preciso saber se precisa cortar ou aumentar a arrecadação e que não irá desvincular o salário mínimo. Lula ainda elogiou Gabriel Galípolo mas evitou dar pistas sobre a indicação do diretor do Banco Central para a presidência da autoridade monetária.

As declarações ocorreram em entrevista ao UOL, na manhã desta quarta (26). Ao ser questionado sobre quais cortes o governo deverá fazer, Lula afirmou que ainda analisa se eles serão necessários.

“Nós estamos fazendo uma análise de onde é que tem gasto exagerado, onde é que tem gasto que não deveria ter, onde é que tem pessoas que não deveriam receber e que estão recebendo”, disse o presidente.

Lula acrescentou: “Isso com muita tranquilidade, sem levar em conta o nervosismo do mercado, levando em conta a necessidade de manter política de investimento”.

O presidente da República afirmou que vai continuar investindo em Educação e Saúde, e disse que esses gastos podem melhorar a produtividade nesses setores. Em seguida, questionou “se precisa cortar” gastos.

“O problema não é que tem que cortar. O problema é saber se precisa efetivamente cortar, ou se a gente precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, declarou.

O presidente também citou outros países desenvolvidos que, segundo números apresentados por ele, gastam mais que o Brasil, e afirmou que o seu governo aplica valores menores em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). “O Brasil está muito aquém dos gastos que outros países fazem”, disse Lula.

“Nós precisamos saber se o gasto está sendo bem feito, se vai melhorar futuro do País. Acho que está”, afirmou.

Salário mínimo

Perguntado sobre se o governo pretende promover a desvinculação do piso das aposentadorias, pensões e outros do benefícios do salário mínimo, Lula negou e disse que se fizesse isso ele “não vai pro céu, ficaria no purgatório”.

“Eu garanto que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República”, disse.

Lula afirmou que dar aumento real do salário mínimo não é gasto. “Não considero isso um gasto”, disse ele ao ser questionado se pretendia impedir que o reajuste das pensões previdenciárias e do BPC — pagamento de um mínimo a deficientes e ao idoso com 65 anos ou mais — respeitasse a correção inflacionária e o aumento do PIB.

Para Lula, a solução para resolver a equação entre arrecadação e gastos não passa pelas camadas de rendas mais baixas.

“Eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos. [Dizem] ‘Ah, mas é tantos trilhões de reais’…mas são quantos milhões de pessoas? Ora, tantos trilhões para muita gente”, justificou Lula sobre a sua posição no tema.

Mais adiante, o presidente tornou a tratar do assunto e, novamente, enfatizou:

“Não é possível [desvincular benefícios previdenciários do salário mínimo] porque eu não considero isso como um gasto”, afirmou.

“Pelo amor de Deus, a palavra salário mínimo é o mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. Ora, se eu acho que eu vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo do mínimo eu tô desgraçado…eu não vou pro céu…eu ficaria no purgatório”, emendou, então, Lula.

Banco Central e a taxa Selic

O presidente aproveitou para repetir críticas aos integrantes do mercado financeiro e integrantes do Banco Central que optaram por paralisar os cortes na taxa básica de juros do País.

“A pergunta que eu faço é: o Banco Central tem necessidade de manter em 10,5% a taxa de juros enquanto a inflação está a 4%? O Banco Central leva em conta que as pessoas estão tendo dificuldades de fazer financiamento? O cara não pode só cuidar da inflação…o BC vai ter um plano de meta de crescimento que diga que vai controlar a inflação, mas vamos crescer?”, iniciou.

“Você acha que a Faria Lima tem alguém que quer mais o bem do Brasil do que eu? Alguém que tem interesse em melhorar a vida do povo mais do que? Vocês acham que quando eles estão discutindo aumento da taxa de juros eles estão pensando no cara que está dormindo embaixo de uma ponte, na sarjeta ou no cara que está morrendo de fome? Não pensam, pensam no lucro”, disse

Lula ainda elogiou o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo. Para o presidente, Galípolo é um nome “altamente preparado”, mas ainda não quis adiantar a discussão sobre sua indicação para a presidência da autarquia.

“O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito do sistema financeiro”, disse.

“Eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central. Vai chegar um momento em que eu vou pensar e indicar um nome para que seja presidente do Banco Central – e nao venham com chorumela, porque eu fui presidente oito anos, tive presidente do Banco Central e o [Henrique] Meirelles tinha total autonomia, porque eu não preciso de uma lei para dizer que tem autonomia, eu preciso respeitar a função do Banco Central”, afirmou.

Ao ser perguntado sobre a reunião em que o diretor do BC teve com Lula nesta terça (25), o presidente afirmou que o tema da reunião era sobre a meta inflacionária. “O Galípolo veio aqui para uma reunião em que a gente estava discutindo a meta inflacionária, e a gente manteve a meta que tinha, a novidade foi estabelecer a meta contínua”, afirmou.

VERMELHO

https://vermelho.org.br/2024/06/26/lula-rejeita-desvincular-salario-minimo-para-conter-nervosismo-do-mercado/

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Taxar 3 mil bilionários no mundo poderia arrecadar R$ 1,3 trilhão/ano

Estudo encomendado pelo G20, ao economista francês Gabriel Zucman sustenta imposto global de 2% nos super-ricos para reduzir desigualdades sociais

por Murilo da Silva

O Brasil ocupa a presidência do G20 em 2024 e tem como uma de suas bandeiras a tributação de super-ricos como forma de diminuir as desigualdades sociais. A referência utilizada é de um imposto mínimo de 2% sobre a riqueza de bilionários em todo o mundo, o que é capaz de arrecadar até 250 bilhões de dólares todos os anos (1,35 trilhão de reais na cotação atual). Os números que servem como referência para a proposta brasileira são oriundos de estudo encomendado pelo grupo ao economista francês Gabriel Zucman, professor da Escola de Economia de Paris e da Universidade da Califórnia.

Zucman apresentou sua proposta de tributação progressiva, na última terça-feira (25). A previsão é de que atinja, inicialmente, 3 mil pessoas que detêm mais de 1 bilhão de dólares entre ativos, imóveis, ações e participação na propriedade de empresas, como exemplo.

Segundo ele, “apenas indivíduos com patrimônio líquido ultraelevado e pagamentos de impostos particularmente baixos seriam afetados”. O economista entende que a postura brasileira em defesa dessa proposta é corajosa. Ele observa que para a implementação de algo nesse sentido é fundamental cooperação internacional como forma de impedir que os super-ricos ocultem patrimônio em países com menor tributação ou que não estejam alinhados com a governança pregada pelo G20. No entanto, pondera que ainda é preciso discussões quanto à forma de emprego da medida, se em grupo, ou individualmente, para avançar.

No site do G20, é a apresentado que a matriz da proposta brasileira de tributação progressiva destaca os seguintes desafios de implementação: “como determinar o valor da riqueza dos indivíduos; a superação da opacidade financeira internacional, melhorando a transparência das informações sobre transações e a coordenação internacional “imperfeita”, já que alguns países podem aderir ao padrão de tributação, não sendo necessário que todos o implementem.”

Também é trazido no estudo de Zucman um cenário em que pessoas com mais de US$ 100 milhões seriam tributadas. Isto acrescentaria US$ 140 bilhões, algo próximo a R$ 761,1 bilhões na arrecadação anual com a taxação de super-ricos.

Além do Brasil, França, Espanha e África do Sul já declararam apoio à proposta. A medida será debatida na próxima reunia com ministros das Finanças dos países do G20 que acontece em julho, no Rio de Janeiro.

Concentração de renda

De acordo com o estudo, a taxa de crescimento da riqueza dos bilionários foi de 7,5% (média) nos últimos quarenta anos, enquanto a tributação dessa riqueza de apenas 0,3%.

Outro ponto que chama a atenção é que os bilionários quase não pagam impostos, que varia entre 0% a 0,6% do que possuem, ou seja, são “isentos”.

Mais uma constatação é de que a fortuna dos bilionários vem crescendo, o que amplia as desigualdades. Enquanto o valor de seus patrimônios representava 8% do PIB mundial em 2008, hoje este valor representa 13%.

De acordo com o colunista Jamil Chade, apenas 105 pessoas da América Latina, que juntas somam patrimônio de US$ 419 bilhões, seriam tributadas. Nesse computo, quase metade são brasileiras, pois 50 brasileiros possuem mais de US$ 1 bilhão. A maioria dos 3 mil bilionários (35%) estão nos Estados Unidos, França, Holanda e Itália.

VERMELHO

https://vermelho.org.br/2024/06/26/taxar-3-mil-bilionarios-no-mundo-ira-arrecadar-r-13-trilhao-por-ano/