NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual será decidido o novo aperto na taxa básica de juros (Selic), a inflação deu um alívio para o Banco Central e para o bolso do consumidor. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio subiu 0,47% — taxa 0,30 ponto percentual abaixo da registrada em abril (0,77%). No acumulado de 12 meses, a carestia, porém, ainda pesa bastante e até o mês passado soma avanço de 6,55%, extrapolando o limite de tolerância (6,5%) da meta do governo. No ano, o IPCA acumula 3,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os combustíveis foram determinantes para a desaceleração no mês passado. O grupo de produtos teve alta de 0,35%, ante avanço de 6,53% em abril. “Foi o item que deu a contribuição mais forte para a desaceleração e isso vai se repetir em junho”, afirmou Elson Teles, economista-chefe da Máxima Asset Management.

Na visão de técnicos do mercado financeiro, nem o indicador mais comportado, nem a expectativa de que, ao menos nos próximos dois meses, a inflação fique próxima de zero, impedirá o BC de subir a Selic, como prometeu na última ata da reunião do Copom. As projeções são de pelo menos mais mais dois avanços de 0,25 ponto percentual, o que levariam os juros a 12,50% ao ano. “Os argumentos que levam a uma política monetária mais dura, são os de que o BC não poderia correr o risco da inflação não se encaminhar para o centro da meta (4,5%) em 2012. Ele não pode se dar esse luxo”, ponderou Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, economista da empresa gestora de recursos Franklin Templeton.

Homero Guizzo, economista da LCA Consultoria, concorda com a avaliação e afirma que os índices de inflação mais baixos no segundo trimestre são temporários. “Todos os anos nessa época eles sempre ficam menores, por isso o Banco Central não pode aliviar agora”, observou.

Para Salomão Quadros, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) outros itens contribuíram para a inflação mais comportada. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou para 0,01% em maio ante uma alta de 0,50% em abril. “Tivemos quedas nos preços de matérias-primas, de combustível, de produtos alimentares e intermediários. Foi um resfriamento bem disseminado”, avaliou Quadros. (VM)

Ranking
da carestia

Brasília registra a menor inflação em maio entre as cidades pesquisadas

(Em %)
Belo Horizonte (MG)    0,70
Recife (PE)    0,65
Rio de Janeiro (RJ)    0,60
Salvador (BA)    0,60
Goiânia (GO)    0,56
Belém (PA)    0,55
Curitiba (PR)    0,50
Porto Alegre (RS)    0,50
São Paulo (SP)    0,33
Fortaleza (CE)    0,29
Brasília (DF)    0,02

Fonte: IBGE